A presença de metais pesados em ambientes naturais tem se mostrado cada vez mais intensa, e vem se tornando preocupante devido aos níveis de acumulação de contaminantes na cadeia trófica, causando prejuízos ambientais e na saúde humana. O uso de peixes e anfíbios (adultos e larvas) como bioindicadores do acúmulo de metais pesados no ambiente se mostra eficaz devido às características morfofisiológicas dos grupos e à facilidade de amostragem. Além disso, a eficácia do uso desses organismos se dá devido aos hábitos alimentares e níveis de ocupação dentro do ambiente em que vivem. Consequências como a acumulação dos metais pesados nos tecidos, inibindo ações de enzimas e modificando biomoléculas como o DNA, causando alterações fisiológicas nos organismos, evidenciam a importância de pesquisas como a proposta. Assim, o objetivo principal do projeto é analisar a incidência de metais pesados existentes em peixes e anfíbios relacionando a incidência com parâmetros físico-químicos da água e características da paisagem do entorno considerando a influência de monoculturas (soja, por exemplo) em comparação com organismos coletados em áreas preservadas. Os resultados contribuirão para um incremento do conhecimento científico na temática e subsidiará futuros estudos de cunho conservacionista para as espécies

Objetivo Geral:

• Identificar os níveis de acumulação de metais pesados e seus efeitos em peixes e anfíbios em áreas de cultivo de soja em comparação com áreas preservadas;

Objetivos específicos:

• Relacionar parâmetros físico-químicos da água e sedimento com a incidência de metais pesados nas espécies;
• Avaliar a eficiência de peixes e anfíbios como bioindicadores de metais pesados relacionando com a característica da paisagem do entorno; 
• Incrementar o conhecimento sobre a biodiversidade nos locais amostrados.

A presença de metais pesados em ambientes naturais tem se mostrado cada vez mais intensa, e vem se tornando preocupante devido aos níveis de acumulação de tais contaminantes na cadeia trófica, causando prejuízos ambientais e na saúde humana (TUNDISI & TUNDISI, 2008; STEFFEN et al., 2011). Os metais pesados estão presentes naturalmente no solo, porém, com baixos teores de concentrações. Contudo, tais elementos podem sofrer alterações drásticas devido as ações antrópicas (SANTOS et al., 2019). Essas substâncias são acumuladas nos tecidos dos seres vivos, e com a inibição da ação de enzimas e modificação de biomoléculas como o DNA, acarretam danos celulares e, consequentemente, causam interferências negativas na fisiologia dos organismos (KLAASSEN & WATKINS III, 2012).

Com o avanço da fronteira agrícola, o Cerrado tem sofrido drásticas alterações da paisagem, onde a vegetação nativa dá lugar às paisagens homogêneas, e a monocultura se torna uma prática comum e degradante (QUEIROZ, 2009). O uso de agrotóxicos em monoculturas pode aumentar os níveis de metais pesados no solo e, consequentemente, podem acumular em organismos que utilizam esse ambiente (DEFARGE et al., 2018).