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DO OUTRO LADO DA MARGEM: DESAFIOS E PROPOSIÇÕES NO ENFRENTAMENTO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS DAS INFÂNCIAS EM PANDEMIA EM GOIÁS
2024/2 até 2026/1
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE CULTURA E EDUCAÇÃO NA INFÂNCIA
Educação, Sociedade e Cultura
ROMILSON MARTINS SIQUEIRA
Conhecer e mapear as condições de vida das crianças e suas famílias em pelo menos três das cinco macrorregiões brasileiras, sendo uma delas Centro Oeste/Goiás, para enfrentar desigualdades sociais, investigando diferenças entre os diversos grupos para propor uma agenda de políticas públicas intersetoriais em pandemia.
O subprojeto GOIÁS será desenvolvido articulado em rede envolvendo as cinco regiões do país, considerando PPGs e pesquisadores participantes, na área da Educação em interface com Ciências Humanas (Estudos da Infância) em seu potencial de capilarização em espaços/territórios diversos, buscando levantar diferenças e consequências da pandemia em várias dimensões da vida das crianças e suas famílias.
Nesse sentido, qualificará pesquisadores dos Programas de Pós Graduação em Educação com destaque para as regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, uma vez que a pesquisa deve propiciar a criação de redes colaborativas entre grupos de pesquisa parceiros. Espera-se que esse impacto incidirá qualitativamente na avaliação dos PPGE e sua produção científica.
O estudo permitirá avançar na delimitação de indicadores sociais e educacionais que partam da análise das realidades de experiências infantis em diferentes territórios, considerando marcadores sociais como os geracionais e de idade, de classe, étnico-raciais, de gênero, de localização geográfica (considerando regiões e se urbana ou rural), contribuirá para a constituição de um aporte que agregue aspectos no âmbito da diversidade, das diferenças e desigualdades sociais que marcam as infâncias.
No Brasil contamos com bases de dados que nos permitem acessar informações fundamentais para traçar perfis gerais da população, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), mas estas não podem ser aplicadas a todos os territórios e pouco abordam variáveis relativas à infância. Como aponta Qvortrup (2010), nos estudos sobre direitos e cidadania há uma espécie de limbo no que diz respeito às crianças. Essa constatação nos orienta a pensar na importância de um estudo estrutural, perspectiva importante, mas pouco presente no campo científico dos Estudos da Infância, e que explore dados diretamente relacionados às crianças ou que afetam as suas condições de vida, já que há “[...] políticas que pretendem ter impacto nas crianças ou na infância e políticas que não têm esse objetivo, mas que podem ter grandes consequências para elas” (QVORTRUP, 2010, p. 783), aspecto que foi observado durante a pandemia da COVID-19, como o acesso à renda emergencial pelas famílias com crianças.
Nossas opções teóricas abordam a educação como um direito social e político de todos/as os/as cidadãos/ãs, em especial das crianças, desde bebês. Além do recorte escolar, definido como categoria fixa e estável, buscamos aporte nas epistemologias dos Estudos da Infância para subsidiar nossa problemática de pesquisa, que situam os conceitos criança e infância como controversos e de difícil compreensão (COHN, 2005); ou a infância como categoria híbrida, “com presença de fatores humanos e não humanos, discursivos e coletivos, que participam da sua definição (PROUT cf. BARBOSA, M. C. S. et al, 2016, p. 105). Desde os estudos de Philippe Ariès (1986) é corrente compreendermos que a infância é uma categoria histórica e, contemporaneamente avançamos para a compreensão de que esta é também situada socioespacial, política, e simbolicamente, evidenciando que tanto crianças quanto infâncias são marcadas pelos contextos socioculturais onde estão inseridas. Tomando como referência o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), no Brasil temos instituído que a infância dura até os 12 anos, mas cujas fronteiras são elas próprias, definidas pelos campos que as estudam, como a Educação, História, Sociologia, Antropologia, Direito, por exemplo. Todavia, o campo teórico-epistemológico dos Estudos da Infância nos dá elementos para analisar estes conceitos à “luz de prisma”, conceito emprestado da Física que mostrou que a luz branca é composta por diferentes frequências de luz. Ou seja, um conceito pode ser tomado em diferentes perspectivas, depende do prisma que se lança sobre ele. Assim, entendemos que o desafio posto para a sociedade e os estudos acadêmicos é constituir outras formas de pensar a rigidez das fronteiras entre os diferentes campos de pesquisa nos estudos sobre crianças e infância. Particularmente neste projeto de pesquisa, tomar como objeto de pesquisa crianças e infâncias sob os efeitos da pandemia de Covid-19, recoloca a complexidade da tarefa no centro desta proposta de pesquisa: como as crianças, enquanto segmento populacional, viveram sua infância em diferentes regiões do país, e quais são os impactos sociais, econômicos, culturais e históricos decorrentes da pandemia da COVID-19 para elas.
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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ANGELA MARIA SCALABRIN COUTINHO
Email: angelamscoutinho@gmail.com |
Pesquisador | Pesquisador Externo | [externo] | [doutor] |
EMILIA PEIXOTO VIEIRA
Email: emilcarl28@hotmail.com |
Pesquisador | Pesquisador Externo | [externo] | [doutor] |
FERNANDA DE LOURDES ALMEIDA LEAL
Email: fernandalealufcg@gmail.com |
Pesquisador | Pesquisador Externo | [externo] | [doutor] |
LUANA FERREIRA BORGES
Email: luanaferreiraborges@hotmail.com |
Pesquisador | Egresso | [externo] | [mestre] |
LUCIENE APARECIDA PINTO DA COSTA PEREIRA
Email: lucienecpereira@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |
ROMILSON MARTINS SIQUEIRA
Email: romilsonmartinsiqueira@hotmail.com |
Coordenador | Líder | [professor] | [doutor] |