Este projeto propõe a expansão do Programa Saúde na Escola (PSE) em uma escola municipal de Goiânia, com o objetivo de fortalecer a Rede de Saúde Mental local. A iniciativa foca em desenvolver e implementar estratégias para melhorar o reconhecimento e a eficácia dos serviços de saúde mental na comunidade escolar, considerando a importância crítica da saúde mental para o sucesso educacional e social dos alunos. O estudo utilizará uma metodologia de pesquisa mista com uma abordagem da Pesquisa Participante Baseada na Comunidade (PPBC), envolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão. Esta abordagem promoverá a colaboração entre estudantes universitários de várias disciplinas, incluindo Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia, Educação Física, Serviço Social e Medicina, assim como profissionais de saúde e educação do município e uma colaboração internacional. Os objetivos específicos incluem a promoção de oficinas para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e a comunicação não violenta, a integração de conteúdos educacionais que abordem bullying e inteligência emocional, e a sensibilização para as questões de saúde mental através de ações diretas de enfermagem e avaliação psicossocial. Também se pretende capacitar os professores e a equipe escolar para lidar com crises, além de monitorar a incidência de sintomas depressivos e ideação suicida entre os estudantes. O programa será implementado em fases, começando com a formação de parcerias e a instalação de um Comitê de Assessoria Comunitária (CAC), seguindo pela identificação e priorização de problemas, e culminando na implementação de estratégias e avaliação dos resultados. A análise dos dados será realizada tanto quantitativa quanto qualitativamente para assegurar a compreensão abrangente dos impactos do programa. Esta pesquisa não só visa melhorar o bem-estar dos estudantes mas também integrar efetivamente os serviços de saúde mental no ambiente educacional, criando um modelo sustentável que poderá ser replicado em outras instituições educacionais. O projeto está alinhado com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, buscando contribuir para a saúde e a educação de qualidade, e a redução das desigualdades Palavras-chaves: Saúde Mental, Educação em Saúde, Promoção da Saúde, Participação Comunitária.

OBJETIVOS 

2.1. Objetivo Geral 

- Propor a expansão das ações do Programa Saúde na Escola (PSE) em uma unidade municipal de Goiânia, com vistas ao fortalecimento da Rede de Saúde Mental do território. 

2.2. Objetivos Específicos 

1. Fortalecer os Serviços de Saúde Mental: Desenvolver e implementar estratégias eficazes para o reconhecimento e fortalecimento dos serviços de saúde mental no território da escola municipal em Goiânia, integrando recursos da atenção primária à saúde mental.
2. Desenvolver Habilidades Socioemocionais: Organizar e promover oficinas de emoções para melhorar as habilidades socioemocionais dos colaboradores da escola e dos alunos, fomentando um ambiente educacional mais empático e resiliente.
3. Fomentar a Comunicação Não Violenta: Implementar oficinas de comunicação não violenta entre professores e alunos para cultivar um ambiente de aprendizagem colaborativo e respeitoso, reduzindo conflitos e melhorando as interações interpessoais.
4. Enriquecer o Currículo Escolar: Incentivar e participar ativamente na integração de conteúdos curriculares que abordem temas críticos como bullying, inteligência emocional e comunicação não violenta, enriquecendo o material pedagógico com recursos que promovam a saúde mental.
5. Sensibilizar e Acolher Alunos: Realizar intervenções específicas para a acolhida sensível de alunos do 5º ano do ensino fundamental, facilitando a transição escolar e promovendo um ambiente acolhedor e seguro.
6. Promover a Saúde Mental através da Enfermagem: Expandir e destacar as ações da enfermagem em saúde mental na comunidade escolar, mostrando o papel vital da enfermagem na promoção, prevenção e intervenção em saúde mental.
7. Monitoramento e Avaliação de Saúde Mental: Aplicar e analisar instrumentos de mensuração de sintomas depressivos e monitorar a prevalência de ideação suicida, identificando as principais motivações e contextos no ambiente escolar que contribuem para tais condições.
8. Investigar o Impacto do Bullying: Analisar as dinâmicas relacionadas ao bullying dentro da comunidade escolar, avaliando sua prevalência e identificando fatores de proteção eficazes.
9. Capacitação em Gestão de Crises: Capacitar professores e colaboradores da escola em técnicas de intervenção de crise e manejo de situações de saúde mental, preparando-os para lidar com casos moderados a graves e garantir a referência adequada dos casos que exigem atenção especializada.

A aproximação com o campo deste estudo se deu através do desenvolvimento de ações e parcerias durante o Internato I (que se caracteriza pela prática supervisionada no último ano da graduação de estudantes do curso de enfermagem). Que até então só comtemplava atividades ligadas a antropometria e o teste de snelen. 

Mediante as vivencias e os relatos trazidos rotineiramente pela direção e pelos professores dessa unidade escolar, durante os 3 anos de parceria a qual foi e continua a ser coordenada pela professora proponente deste estudo, ficou clara a urgente necessidade de atendimento a questões psicossociais e a divulgação  de informações sobre os equipamentos de saúde e em especial de Saúde Mental, estendendo-se para os equipamentos sociais,  disponíveis  no território, bem como a importância do preparo dos colaboradores e dos pares (no caso dos próprios alunos) para  intervenções pontuais no gerenciamento de crise. 

 Desta maneira, a inserção da Rede de Atenção Psicossocial no contexto do Programa Saúde na Escola, se justifica pela necessidade de integrar serviços de saúde mental com o ambiente escolar, proporcionando um suporte mais abrangente e efetivo para crianças e educadores (Borges et al., 2019). Cientes de que a articulação entre os serviços de saúde e educação, potencializam a prevenção e o suporte às questões de saúde mental na comunidade escolar (Organização Mundial da Saúde, 2019).

 Destacamos ainda, que foi promulgada no dia 16 de janeiro de 2024 a lei nº 14.819, que Institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares (BRASIL, 2024), o que evidencia e justifica nossa intervenção precoce no município de Goiânia no ano de 2021, mesmo que de forma tímida e sem nenhum tipo de financiamento. 

   É importante salientar que o estudo propõem um tripe: ensino, extensão e pesquisa, e que será desenvolvido dentro de uma abordagem metodológica que da robustez a participação dos acadêmicos dos cursos de enfermagem (alunos do internato e alunos de iniciação cientifica), com a proposta de se estender para os cursos de Psicologia, Fisioterapia, Educação Física, Serviço Social e Medicina, além dos Pós-graduandos do nível lato sensu e stricto sensu, como membros ativos em todas as etapas do trabalho. É sabido que a participação dos estudantes universitários proporciona um enriquecimento mútuo, promovendo aprendizado, reflexão e engajamento na comunidade (GIBBS et al., 2017).

Nesse sentido, a presente proposta visa estabelecer uma parceria entre a Universidade Católica de Goiás representada pelos integrantes do grupo de Estudos em Saúde Mental da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, pela coordenação do curso de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Goiás com a Secretaria Municipal de Saúde do Município de Goiânia e a Secretaria Municipal de Educação também do município de Goiânia, representados por profissionais do Distrito Sanitário regional e profissionais da comunidade escolar adscrita. É importante registrar o desejo de ampliação futura para toda rede escolar municipal. S

Salientamos uma valiosa colaboração internacional e parceria como componente da equipe de pesquisa, trata-se de uma expertise no método que será empregado, e profissional e pesquisadora com formação na área de Saúde Mental e ampla atuação em projetos ligados a redução de desigualdades, docente do Departamento de Enfermagem da Universidade da Flórida, Estados Unidos da América (EUA). 

 Cabe ainda mencionar, que este projeto se enquadra dentre as perspectivas na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (2015), adotada por todos os Estados-Membros das Nações Unidas, o qual fornece um plano partilhado para a paz e a prosperidade para as pessoas e para o planeta, agora e no futuro. No seu cerne estão os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que constituem um apelo urgente à ação de todos os países, os desenvolvidos e os em desenvolvimento, em uma parceria global e no reconhecimento de que é fundamental se preocupar com a conscientização sobre as questões climáticas, acabar com a pobreza e outras privações, e que isso  deve ser acompanhado de estratégias que melhorem a saúde e a educação e reduzam as desigualdades.