Detalhes do Projeto de Pesquisa

ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE APRENDIZAGEM E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Dados do Projeto

976

ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE APRENDIZAGEM E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

2024/1 até 2025/2

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES

ENSINO DE GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E MATERIAIS PARADIDÁTICOS

Meio Ambiente e Educação Ambiental

NICALI BLEYER FERREIRA DOS SANTOS

Resumo do Projeto

A formação de professores no Brasil segue normativas próprias, sendo que as Diretrizes Curriculares para cada Licenciatura orientam o processo formativo de cada área que, apesar de assumirem uma orientação mais interdisciplinar, ainda são centradas nas disciplinas específicas. Nesse sentido, propostas que integrem a formação acadêmica dos futuros professores, com temas como Educação Étnico Racial, Educação Ambiental, Educação Patrimonial e, no caso específico de Goiás, Cerrado, história e cultura goiana, contribuem diretamente com uma formação integral, humana, interdisciplinar e holística dos professores. Nesse sentido, a presente proposta visa articular o processo de formação inicial de professores com a formação continuada de docentes, que já atuam na Educação Básica, tendo como eixo integrador temáticas interdisciplinares, trabalhadas a partir de práticas pedagógicas vivenciadas em ambientes não formais de aprendizagem. As ações a serem desenvolvidas (palestras, oficinas, mini cursos, circuitos de visitação e experiências sensoriais), visam ampliar o processo formativo e de trocas de saberes, bem como a interlocução entre teoria e prática e ensino e extensão.

Objetivos

Geral

Promover um conjunto de ações de pesquisa e pedagógicas (palestras, oficinas e visitas guiadas) voltados para a formação inicial e continuada de professores, a partir de uma proposta de vivência e experimentações sensoriais, em espaço não forma de aprendizagem (Instituto do Trópico Subúmido da PUC Goiás), que aproximem os educadores do estado de Goiás das questões relacionadas a cultura regional e os aspectos geobiofisicos do bioma Cerrado, de forma a articular conteúdos curriculares, com aspectos formativos da conscientização socioambiental e de interação social com seus pares, articulando teoria e prática. Por outro lado, há campo para o desenvolvimento do pensamento crítico que promova a igualdade social a partir da reflexão sobre a história e memória, confrontando os valores e práticas do passado, uma vez que as temáticas da cultura popular, afrodescendente e indígena perpassam as unidades expositivas.


Específicos 

  • Contribuir na formação de professores da Educação Básica por meio de cursos de aperfeiçoamento em temas regionais.
  • Articular educação formal com ambientes não formais de aprendizagem.
  • Desenvolver pesquisa e sistematização de dados referentes a temas interdisciplinares relacionados a formação de professores e trabalhados na Educação Básica, com destaque para Educação Ambiental e Patrimonial. 
  • Promover a reflexão sobre a desigualdade social na formação da sociedade goiana a partir da economia de exploração.
  • Desenvolver análises sobre o consumo e obsolescência na formação de resíduos e impacto das fontes de recursos.
  • Conhecer a diversidade cultural do Cerrado e suas expressões culturais, relacionado a cultura regional, por meio da visitação aos diferentes espaços cenográficos em tamanho original, relacionados a ocupação humana no Cerrado e a diversidade sociocultural do bioma.
  • Utilizar a metodologia arqueológica de escavação como procedimento para compreender o passado e as mudanças técnicas. 
  • Promover a afirmação de identidades culturais indígenas, quilombola e regionais pela expressão da diversidade e das histórias particulares das culturas.
  • Elaborar materiais paradidáticos a partir das pesquisas realizadas e ações desenvolvidas no processo de ensino e aprendizagem em ambientes não formais de aprendizagens. 


Justificativa



Sabemos que esse não é um percurso simples o trabalho de formação docente. Ao longo dos anos muitas políticas e direcionamentos tem sido pensados e realizados, no sentido de ampliar as linhas formativas do futuro professor, para que esse possa estar em consonância com uma escola cada vez mais globalizada, ampla, pluricultural e diversa.


Nesse sentido é primordial entender que não apenas os percursos formativos do ensino de graduação são responsáveis por essa formação. O tripé ensino, pesquisa e extensão tem um papel importantíssimo nesse percurso e juntos podem ir além de uma formação puramente curricular e disciplinar. Temáticas interdisciplinares necessárias a uma dinâmica social mais integra, justa, que ampliem a visão e leitura de mundo, bem como da formação do sujeito, podem estar garantidas pelas diretrizes e Projetos Pedagógicos de curso e serem ampliadas e potencializadas nas atividades acadêmicas de pesquisa e extensão. 


A respeito da extensão universitária, cabe ressaltar que as universidades brasileiras, em especial as Instituições Comunitárias de ensino superior, têm um trabalho histórico de atuação junto a distintos estratos sociais, particularmente os que compõem as comunidades que vivem em situação de vulnerabilidade, com o intuito de contribuir com a promoção da igualdade e da justiça sociais. E, a vivência extensionista permite uma formação humana e integral que irá compor, para melhor, a formação de qualquer profissional, incluindo professores. As políticas extensionistas institucionais pressupõem a extensão como um dos locus privilegiado do fazer universitário, capaz de desencadear processos criativos de produção do conhecimento que possibilitem a articulação entre teoria e prática; o estímulo à postura multi e interdisciplinar; a elaboração de novas metodologias no processo de construção do conhecimento e de sua socialização; o aprendizado da gestão coletiva sobre a prática social; o incremento à pesquisa, para dar suporte científico necessário à produção do conhecimento e à apreensão crítica da realidade; e a renovação das políticas curriculares. Estas questões estão articuladas com as diretrizes de formação continuada de professores, que preveem que essa formação possa ocorrer no âmbito da extensão, com carga horária variável (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 27 DE OUTUBRO DE 2020).


Cabe acrescentar que a Resolução de Nº 7 do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Superior, de 2018, regulamenta a extensão na matriz curricular e destaca o papel desta, na formação acadêmica, no que se refere a temas interdisciplinares e transversais, destacando em seu Capítulo I:


A promoção de iniciativas que expressem o compromisso social das instituições de ensino superior com todas as áreas, em especial, as de comunicação, cultura, direitos humanos e justiça, educação, meio ambiente, saúde, tecnologia e produção, e trabalho, em consonância com as políticas ligadas às diretrizes para a educação ambiental, educação étnico-racial, direitos humanos e educação indígena. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR RESOLUÇÃO Nº 7, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2018)


As escolas e as experiências dos educadores também são importantes no processo formativo e seu reconhecimento valoriza a carreira e o trabalho docente, sendo a proposta de trabalho integrado entre professores em formação e professores em exercício, uma estratégia importante deste processo, como já preconiza a Resolução NCE/CP de 2020:


Reconhecimento e valorização, no âmbito da Educação Básica, das instituições  de ensino - com seu arcabouço próprio de gestão, e condicionada às autoridades pertinentes - como estrutura preferencial para o compartilhamento e a transmissão do conhecimento acumulado pela humanidade, promovendo o desenvolvimento de habilidades cognitivas - para assimilá-lo, transformá-lo e fazê-lo progredir - e a aquisição de competências sociais e emocionais- para fruí-lo plenamente. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 27 DE OUTUBRO DE 2020).


Reconhecimento das instituições de ensino que atendem à Educação Básica como contexto preferencial para a formação de docentes, da sua prática e da sua pesquisa. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 27 DE OUTUBRO DE 2020.)


O trabalho interdisciplinar é uma abordagem educacional que se baseia na colaboração e integração de diferentes disciplinas ou campos do conhecimento para abordar questões complexas e multifacetadas. Ele desempenha um papel fundamental na promoção da abstração de conceitos e teorias, bem como na criação de conexões significativas entre os conteúdos disciplinares. Neste processo não é uma única ciência que dá conta de um assunto, mas sim, diferentes epistemologias se integram para discutir, refletir e propor sobre assuntos que permeiam várias delas. 


Os temas interdisciplinares não permitem apenas uma integração disciplinar, ampliam também a possibilidade metodológica do trabalho pedagógico, ampliando os ambientes formais de educação, como a escola e a sala de aula e explorando o mundo, o espaço de vivência como possibilidades reais do processo de ensinar e aprender (PNEA, 1999). É nesse lugar que se encontram os espaços não formais de aprendizagem, lócus do trabalho proposto pele presente projeto, que se caracterizam por não estarem vinculados ao ambiente escolar, podendo ser institucionalizados, ou não. Com o diferencial de que os espaços não formais de aprendizagem institucionalizados, possuem equipe técnica responsável pelas atividades desenvolvidas, como é o caso do Memorial do Cerrado (REIS et al, 2019).


Os museus e centros de ciências estimulam a curiosidade dos visitantes. Esses espaços oferecem a oportunidade de suprir, ao menos em parte, algumas das carências da escola como a falta de laboratórios, recursos audiovisuais, entre outros, conhecidos por estimular o aprendizado. (Vieira, Bianconi e Dias, 2005).


Espaços informais de educação são grandes aliados no processo de ensino e aprendizagem, e tem sido cada vez mais utilizados por professores e unidades educacionais como espaços de formação complementar e de ambiência do espaço de vivência de alunos e professores. Já existe o entendimento que a ida a esses espaços é mais do que um passeio, é um processo formativo e de aquisição de conhecimento fora da sala de aula, trazendo um caráter lúdico para o processo de ensino e aprendizagem. A incorporação desses espaços na prática pedagógica, tem auxiliado a formação, ampliado a interação entre alunos e professores, e trazendo as discussões teóricas da sala de aula, para abstrações reais, possibilitado driblar as dificuldades e os desafios comunicacionais, de conteúdo e de estrutura. 


Sabe-se que a falta de uma infraestrutura afeta diretamente a qualidade da educação. Para citar alguns, a inexistência de bibliotecas, espaços esportivos e laboratórios, bem como a falta de acesso a livros didáticos, materiais de leitura, podem influenciar de forma negativa o desempenho dos alunos (SATYRO E SOARES, 2007). Fato este que pode ser minimizado com a inserção de roteiros e trabalhos educacionais em diferentes espaços não formais de aprendizagem, que ampliem as possibilidades e interfaces do processo de ensino e aprendizagem. Os centros de ciências, por exemplo, foram instituídos para ampliar e melhorar o ensino de ciência nas escolas, uma vez que a sua consolidação está diretamente relacionada a Educação Básica e a uma proposta educativa interativa com diferentes coleções didáticas (JACOBUCCI, 2008).


 A ausência de conteúdos regionais específicos, nos livros didáticos utilizados, é outro fator que pode ser favorecido pelo uso complementar de espaços informais de aprendizagem. No caso de Goiás, está questão é evidente quando analisamos os livros utilizados na Educação Básica, que tem seus exemplos centrados nas regiões Sul e Sudeste. Proporcionar aos docentes em formação e em exercício a possibilidade de aperfeiçoamento que preenche as lacunas do livro didático, amplia as possibilidades de interação com os pares, aumenta os níveis de discussão e valorização das riquezas regionais, atendendo a uma das exigências dos documentos para educação brasileira, que é justamente de dedicar uma parcela do aprendizado para as questões da região de vivência, despertando o interesse dos alunos pelo lugar onde vivem, valorizando o que nele existe. 


Aqui não estamos apenas falando do processo de formação inicial de professores e das possibilidades de integração com temáticas interdisciplinares e espaços informais de aprendizagem. Também nos referimos a um trabalho continuo não só de formação, mas de trocas, com os docentes que já atuam na Educação Básica e, que trazem em sua bagagem pedagógica muito mais que conteúdos e métodos, também apresentam experiências de vida sentida e vivida com demandas reais que assolam o dia a dia na escola. Seja uma demanda curricular específica, um projeto de intervenção pedagógica ou uma comemoração delineada no calendário escolar que exige um olhar diferente de ver o mundo a nossa volta. 


É nesse lugar do espaço informal de aprendizagem que se encontra O Instituto do Trópico Subúmido - ITS e o Memorial do Cerrado, local para o desenvolvimento das ações de formação docente aqui propostas. O ITS é um instituto acadêmico, que integra a Pró Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil e que tem como eixo epistemológico norteador de suas ações, o bioma Cerrado - tanto em seus aspectos físico e bióticos, quanto socioculturais, com destaque para as comunidades tradicionais, povos indígenas e quilombolas. Nessa linha, desenvolve ações de atendimento ao público externo (visitações, oficinas, mini cursos, palestras e participação em conselhos) e, também interno da universidade (local de atividades práticas de estágio, monitoria e voluntariado), de forma a articular ensino, pesquisa e extensão. 


Integram seu espaço físico um museu de história natural, uma vila e fazenda cenográficas do período colonial, réplicas de um quilombo e de uma aldeia indígena Timbira. Possui ainda duas trilhas para realização de atividades de Educação Ambiental, um viveiro de espécies nativas, uma central de compostagem e minhocultura e dois espaços abertos de integração social, além de locais vinculados a práticas acadêmicas, como laboratórios e acervo técnico. 


A valorização da cultura material e imaterial, que sempre compôs os trabalhos do Instituto do Trópico Subúmido, ganhou novo fôlego ao incorporar o acervo etnográfico do museu Jesco Von Putkammer. Bem como amplia seu diálogo sobre a biogeografia do Cerrado, com o acevo de animais taxidermizados da coleção da PUC Goiás (montada e doada pelo professor José Hidasi, importante e reconhecido taxidermista), com diferentes espécies do bioma, entre endêmicas e animais em extinção. O acervo possui uma grande coleção de avifauna e mamíferos de diferentes lugares do mundo e algumas espécies exóticas. O acervo conta ainda com coleções didáticas e científicas de fósseis, rochas e minerais. 


O complexo Memorial do Cerrado conta também com áreas preservadas por diferentes fitofisionomias do bioma Cerrado, que possibilitam ampliar os conhecimentos dos participantes de cursos e visitantes, relacionados a biodiversidade local e sua importância para manutenção e regulação do equilíbrio hídrico das bacias hidrográficas brasileiras. Como um grande laboratório a céu aberto, permite a interação entre teoria e prática de assuntos relacionados a biologia e a geografia, nas linhas temáticas de botânica, biogeografia, solos, geomorfologia e hidrologia. 


Desde 1992 quando foi criado, o espaço é local de pesquisa, ações educativas, de visitação e desenvolvimento de projetos de extensão, articulando-se a história forte e consolidada das práticas extensionistas da PUC Goiás, cujo papel de trocas com a sociedade remete os anos de sua criação, já que esta, se constrói concomitantemente à dinâmica da história da educação superior no Brasil. 


Criada em 1959, a então Universidade Católica de Goiás, em sua política de extensão, acompanhava a dinâmica da universidade brasileira, no que se relacionava as experiências de educação popular desenvolvidas em universidades, com ênfase na alfabetização de adultos, desenvolvida pelo Movimento de Educação de Base. Desde 1976, articulada com a Universidade Federal de Goiás, promove a integração universidade–comunidade e, no documento Grandes Linhas, de 1980, que sistematizou a política institucional no período, emergem as Linhas Operacionais que indicam a articulação da extensão ao ensino e pesquisa, na articulação ao compromisso social, com a busca de soluções aos problemas regionais, condicionantes que regem o trabalho extensionistas da universidade até os dias atuais. Suas ações relacionadas a Educação Popular são consolidadas de 1980, a partir de um convênio firmado com a Prefeitura de Goiânia e só se ampliam com a criação de seus programas e projetos de extensão. E, no ano de 1988, com a definição constitucional da identidade das universidades em sua autonomia, a extensão se constitui como política acadêmica, ao lado do ensino e da pesquisa. Nessa conjuntura as práticas extensionistas da PUC Goiás expressam o compromisso social da instituição, materializados nas ações que contribuam para a construção de projetos democráticos participativos, de inclusão social e de efetivação dos direitos humanos; para a criação, implementação e monitoramento de políticas públicas; para a promoção de desenvolvimento local e regional, baseado em diagnósticos sócioespaciais, com foco na sustentabilidade social, econômica e ambiental; para o desenvolvimento e implantação de novas tecnologias de impacto social; para a melhoria dos cuidados de saúde que abranjam a maioria da população; para a adoção de medidas de preservação do patrimônio artístico-cultural e da diversidade cultural.


No que se refere a formação de professores, também cabe destacar o histórico e o reconhecimento da PUC Goiás no contexto nacional. Tendo o primeiro lugar nos projetos formativos para formação inicial de professores nos Programas de Residência Pedagógica, de Iniciação à Docência - PIBID e, recentemente, no Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica - PARFOR, A história da Formação de Professores na instituição remonta a sua opção por um projeto de sociedade, homem, educação e formação humana. Em suas práticas, reafirma o compromisso social, político e institucional, presente em seus documentos internos (PDI, 2022; PP Escola de Formação de Professores e Humanidades, 2021).


Como vanguardista a PUC Goiás, junto com outras Universidades brasileiras, sempre esteve à frente de grandes projetos nacionais que implicaram recolocar o debate da formação de professores como objeto de Política Pública prioritária. O compromisso da PUC Goiás em defesa da educação e da formação/valorização dos profissionais da educação encontra lugar em sua natureza e missão institucional como uma Universidade que, desde o princípio, volta-se para a qualificação do bem público (PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES DA PUC GOIÁS, 2021.)


Toda essa discussão de formação de professores articula-se em âmbito mundial as questões postas pela Organização das Nações Unidas. Fundada em 1945, atualmente composta por 193 Estados-membros, possui parcerias em todo o mundo e traz, dentre suas propostas e metas, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, os quais foram concebidos como um conjunto integrado de prioridades e objetivos interdependentes, propostos na Agenda 2030 durante a Cúpula das Nações Unidas em 2015 (UN, 2015).


Dentre os objetivos propostos, temos o de número quatro, que trata sobre a educação e, especificamente, o objetivo 4.7, que versa a respeito da educação de qualidade ser assegurada a todos, adquirida a partir da apreensão de conhecimentos e habilidades que promovam o desenvolvimento sustentável. A formação inicial e continuada de professores contribui para a promoção de uma educação de qualidade no Brasil, de modo que a ampliação das discussões inter e transdisciplinares com professores também se expande para alunos, funcionários e toda a comunidade escolar, sendo importante destacar a importância de se garantir que todos, independentemente de sua origem, gênero, idade ou situação econômica, tenham acesso a uma educação que inclua o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis. 


OBJETIVO 4 – EDUCAÇÃO DE QUALIDADE - Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos (...)

4.7 - Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável (https://brasil.un.org/pt-br/sdgs).



Dessa maneira, dado as questões essenciais e legais relacionadas a formação de professores, sendo essa uma exigência e uma necessidade atual em nosso atual modelo educacional, a necessidade e as amplas possibilidades de discussão de temas transversais e interdisciplinares como direitos humanos e Educação Étnico Racial, considerando o ITS como um importante espaço informal de aprendizagem em Goiás, amplo e diverso em suas possibilidades de trabalho pedagógico, bem como a experiência e a excelência da PUC Goiás no processo de formação docente, e a articulação aos Objetivos de 


Desenvolvimento Sustentável da ONU, espera-se com esse projeto, contribuir diretamente no processo de formação inicial e continuada de professores, de modo a fomentar uma prática docente integral, interdisciplinar, sensorial e humana e que coadune com as competências gerais docentes indicadas nas normativas vigentes, tais como:


Compreender e utilizar os conhecimentos historicamente construídos para poder ensinar a realidade com engajamento na aprendizagem do estudante e na sua própria aprendizagem, colaborando para a construção de uma sociedade livre, justa, democrática e inclusiva (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, 2020).


Valorizar a formação permanente para o exercício profissional, buscar atualização na sua área e afins, apropriar-se de novos conhecimentos e experiências que lhe possibilitem aperfeiçoamento profissional e eficácia e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania, ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, 2020).


Isso porque também entendemos, assim como descrito no art. 4º da Resolução CNE/CP Nº 1 de 2020, que a formação de professores é essencial para a sua profissionalização na condição de agentes formativos de conhecimento e cultura. E vamos além. Acreditamos que esse percurso deve ser garantido na graduação, articulando ensino, pesquisa e extensão e articulado as práticas pedagógicas reais cotidianos da escola, como ponto essencial de valorização do trabalho docente. 

Equipe do Projeto

Nome Função no projeto Função no Grupo Tipo de Vínculo Titulação
Nível de Curso
ADELIA MARIA LIMA DA SILVA
Email: amlsilva0603@gmail.com
Pesquisador Pesquisador [professor] [doutor]
AGOSTINHO CARNEIRO CAMPOS
Email: agostinho@pucgoias.edu.br
Pesquisador Pesquisador [professor] [mestre]
NICALI BLEYER FERREIRA DOS SANTOS
Email: nicali@pucgoias.edu.br
Coordenador Líder [professor] [doutor]
ROBERTO MALHEIROS
Email: roberto@pucgoias.edu.br
Pesquisador Pesquisador [professor] [mestre]