As causas externas intencionais ou não configuram como uma grande preocupação para a saúde pública brasileira com elevados custos aos cofres públicos e anos potenciais de vida perdidos. Entre as causas externas destacamos lesões provocadas por diversos tipos transportes, quedas, agressões, autoextermínio, afogamentos, queimaduras etc. As causas externas aparecem como a segunda causa de morte nas estatísticas brasileira, ficando atrás apenas das mortes por doenças do aparelho circulatório. Entre as causas externas destacamos os acidentes de trânsito como a terceira causa de morte no mundo, ficando atrás das doenças cardíacas e câncer. São agravos que atingem todas as faixas etárias e sexo, em especial indivíduos jovens, na fase mais produtiva das suas vidas e a população em situação de vulnerabilidade, trazendo alto impacto social e psicológico para às vítimas, familiares e toda sociedade. Segundo o DATASUS (2024), a maioria das vítimas é de indivíduos na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, do sexo masculino e de baixa escolaridade. Esse cenário, evidencia a necessidade e importância de compreender e analisar as causas externas e o efeito dos anos perdidos sobre a população brasileira e o reflexo do impacto social e econômico para o sistema de saúde mundial.

Geral

- Descrever a distribuição temporal e espacial das internações por acidentes de transporte nas capitais brasileiras, no período de 2008 a 2024.

Específicos

- Descrever o perfil sociodemográfico das internações por acidentes de transporte nas capitais brasileiras

- Descrever as internações por acidentes de transporte envolvendo veículos automotores e pedestres

- Descrever as internações por acidentes de transporte envolvendo ciclistas 

- Descrever as internações por acidentes de transporte envolvendo motociclistas 

- Conhecer a incidência das internações por acidentes de transporte de trânsito nas capitais brasileiras

- Elaborar um plano para intervenções e mitigação dos acidentes de trânsito para o Brasil

As causas externas constituem um grave problema para a saúde pública no mundo, em especial nos grandes centros urbanos. No Brasil, esse agravo representa um importante fator de mortalidade entre indivíduos na fase mais produtiva da vida. Conhecer os indivíduos vulneráveis e os reais motivos pelos quais estão inseridos nessa situação constituem elementos fundamentais para o desenvolvimento de um plano de ação visando mitigar essas causas, tendo em vista que os acidentes de trânsito ocupam dois terços dos leitos dos leitos hospitalares da ortopedia e traumatologia dos grandes hospitais, gerando elevados custos para os sistemas de saúde. Dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde evidenciam que as mortes no trânsito têm aumentado consideravelmente nos últimos três anos. Esses dados vão ao contrário ao que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ao lançar o Plano Global para a Década de Ação para Segurança Viária (2021-2030), cujo objetivo é reduzir em 50% o total de mortes e lesões no trânsito. Portanto, conhecer, diminuir ou até mesmo eliminar fatores que contribuem para esses agraves contribuirão para a somatória de anos na vida da população.