Dentre os transtornos que acabam sendo agravados pelo isolamento social e condição geral acarretado pela pandemia, se encontra o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esta condição, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) da American Psychiatric Association (APA), se refere a crianças e adultos com extrema dificuldade de lidar com a mudança, dificuldade para lidar com relações sociais e de praticar interações simples. O presente projeto tem por objetivo analisar, por meio de uma revisão sistemática, os impactos biopsicossociais da pandemia da COVID-19 em crianças e adolescentes com TEA. Trata-se de uma Revisão Sistemática, método científico que se baseia em análise de publicações científicas já feitas em relação a um problema de pesquisa que deve ser direto e claro. A problema deste estudo é: Quais os impactos biopsicossociais da pandemia da COVIDA-19 em crianças e adolescentes com TEA? A pesquisa dos artigos nas bases de dados seguirá o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). A seleção dos artigos seguirá os seguintes critérios de inclusão: redigidos em português, inglês ou espanhol, entre os anos de 2019 e 2024, que estejam dentro das normas éticas de pesquisa e que sejam de estudos de pesquisa de campo realizados com crianças e adolescentes com TEA. Os critérios de exclusão serão artigos sem relação com o TEA, sem relação com a COVIDA-19, outras revisões, editoriais e artigos de opinião.

Objetivo Geral

Analisar, por meio de uma revisão sistemática, os impactos biopsicossociais da pandemia da COVID-19 em crianças e adolescentes com TEA.

Objetivos Específicos

* Reunir fontes bibliográficas científicas que se relacionem com os impactos biopsicossociais da pandemia da COVID-19 em crianças e adolescentes com TEA

* Identificar os impactos biopsicossociais da pandemia da COVIDA-19 encontrados na leitura científicas. 

* Levantar as evidências mais recentes no conjuntos dos artigos selecionados para a revisão.

A pandemia notoriamente forneceu catalisadores para diversos problemas relacionados à saúde mental, agravando os já existentes e potencializando o acometimento de indivíduos previamente hígidos. O isolamento social, o afastamento dos entes queridos e a constante incerteza quanto ao futuro podem afetar diretamente o bem-estar social e psicológico da população como um todo. Diante disso, pensar as particularidades dos indivíduos com TEA, que já tem um diagnóstico de dificuldade de interação social, sendo isolados e afastados de seu convívio social e mesmo de processos terapêuticos que poderiam ser realizados torna-se essencial e imprescindível. Os processos vividos por esses indivíduos estão diretamente relacionados às dificuldades de convivência social, ou seja, como estarão esses indivíduos afastados tanto tempo de suas escolas, trabalhos e todas as instituições sociais que possibilitam sua inserção e relação com outros seres sociais?

Dessa forma, observa-se uma necessidade que emerge para que se busque na literatura científica estudos que acompanharam a influência da pandemia e do isolamento social nas condições de saúde mental dos pacientes com TEA. É reconhecida a importância das pesquisas bibliográficas que apresentam as evidências mais recentes acerca do fenômeno em estudo.

Os efeitos sentidos pelos indivíduos com TEA já são sentidos e não há como mudar o cenário da pandemia. Diante disso, a saída encontrada é compreender os impactos das medidas protetivas contra a COVID-19, principalmente do distanciamento social, em portadores do TEA. Em diversas situações o diagnóstico de TEA está acompanhado de uma deficiência cognitiva que exige dos pais e da sociedade uma compreensão e atenção maiores, mesmo quando ausente, e por isso o conhecimento sobre o processo e desenvolvimento do diagnóstico torna-se algo tão necessário. Apesar dessa evidente necessidade, o diagnóstico de TEA vem acompanhado de inúmeros preconceitos e até mesmo de momentos de segregação desses indivíduos, o que pode ter sido acentuado frente à pandemia.

Portanto, o presente projeto se justifica pela necessidade de se empreender uma análise sistemática de pesquisas que se debruçaram sobre os impasses de crianças e adolescentes com TEA frente à pandemia, bem como apresentar evidências científicas que retrate a situação desses pacientes com TEA e os possíveis impactos gerados pela pandemia da COVID-19 em âmbito mundial.