Detalhes do Projeto de Pesquisa

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTROGÊNIO E TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS

Dados do Projeto

904

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTROGÊNIO E TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS

2024/1 até 2026/2

ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA VIDA

GRUPO DE FISIOLOGIA APLICADA

Sociedade, Ambiente e Saúde

GRAZIELA TORRES BLANCH

Resumo do Projeto

O trabalho em questão aborda transtornos neurológicos, incluindo acidente vascular cerebral (AVC), doença de Parkinson e doença de Alzheimer, e sua relação com o hormônio estrógeno. Por isso, destaca-se a importância de estratégias preventivas para o AVC, enfatizando a detecção precoce como crucial para um prognóstico favorável. O Parkinson, uma condição incurável, busca tratamento sintomático e retardador da progressão, com prevalência significativa em homens acima de 50 anos. A doença de Alzheimer, que causa demência, afetou aproximadamente 55 milhões de pessoas globalmente em 2019, com projeções alarmantes para o futuro. O segundo segmento explora o papel dos estrogênios no sistema nervoso central (SNC) e sua conexão com diversas doenças neurológicas. Os estrogênios, como hormônios esteroides, desempenham funções cruciais no SNC, modulando circuitos neuronais, participando de processos anti-inflamatórios e influenciando neurotransmissores. A capacidade dos estrogênios atravessarem a barreira hematoencefálica é destacada, evidenciando sua categorização como "esteroides neuroativos". O estudo propõe investigar a relação entre estrogênio e doenças neurológicas, elucidando mecanismos fisiopatológicos e explorando terapias inovadoras. Os objetivos gerais incluem analisar a relação entre estrógeno e doenças neurológicas, compreender os processos fisiopatológicos subjacentes e contribuir para abordagens terapêuticas inovadoras. Objetivos específicos envolvem investigar a influência do estrogênio no Parkinson, explorar sua relação com a progressão da doença de Alzheimer e propor estratégias terapêuticas inovadoras. A metodologia proposta consiste em uma revisão narrativa da literatura em três etapas: busca de artigos, filtragem dos artigos escolhidos e análise criteriosa dos resultados. Este estudo visa preencher lacunas no conhecimento científico, fornecendo informações para potenciais abordagens terapêuticas eficazes no contexto das doenças neurológicas. A relevância do Alzheimer é ressaltada, especialmente em mulheres, de acordo com um levantamento da Academia Americana de Neurologia que destaca sua alta prevalência entre as pessoas que vivem com essa doença.

Objetivos

Investigar e analisar a relação entre o hormônio estrógeno e as doenças neurológicas com o intuito de compreender os processos fisiopatológicos subjacentes. Este estudo procura oferecer explicações sobre os mecanismos fisiológicos que fundamentam os efeitos do estrógeno, explorando suas propriedades neuroprotetoras, neurotróficas e sua capacidade de estimular a produção de fatores de crescimento neural. Adicionalmente, almeja-se investigar possíveis interações do estrógeno com doenças específicas, como Parkinson e Alzheimer, contribuindo assim para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas inovadoras e promissoras. O propósito deste estudo é preencher lacunas no conhecimento científico vigente, proporcionando informações para uma potencial abordagem terapêutica eficaz no contexto das doenças neurológicas.

  1. Investigar a influência do hormônio estrogênio nos processos fisiopatológicos associados ao Parkinson, visando compreender os mecanismos subjacentes e identificar possíveis alvos terapêuticos.

  2. Analisar a relação entre o estrogênio e a progressão da doença de Alzheimer, explorando os efeitos neuroprotetores e neurotróficos do hormônio, com o objetivo de fornecer insights para intervenções terapêuticas.

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  1. Propor estratégias terapêuticas inovadoras com base nos achados sobre a relação entre estrogênio e doenças neurológicas, visando desenvolver abordagens preventivas ou tratamentos mais eficazes.

  2. Investigar as implicações clínicas e terapêuticas das descobertas, considerando a possibilidade de desenvolver protocolos específicos de tratamento ou intervenções personalizadas com base nos níveis hormonais e características individuais.

Justificativa

Os hormônios estrogênios produzidos pelas gônadas, assim como outros esteróides, possuem a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica (BHE) e atingir suas células-alvo por difusão, por isso fazem parte da categoria denominada “esteróides neuroativos”. Além disso, o sistema nervoso central (SNC) também tem a capacidade de sintetizá-los, visto que há expressão da enzima aromatase. Os estrogênios, em especial o 17β-estradiol, possui funções variadas no SNC, que são de extrema importância para a regularidade das funções neurais, como: sinalização (YILMAZ, 2019), participação no sistema de recompensa (KROLICK, 2019), modulação sináptica, proteção (LU, 2020)

Sabe-se que o 17β-estradiol participa das vias de sinalização neuronais, visto que ele pode ativar mecanismos anti-inflamatórios na micróglia cerebral, por meio de mediadores ERα e ERβ (receptores), que suprimem o TNF, IL-6 ou o iNOS. Além disso, através de receptores membranares faz eventos de sinalização rápida, que também geram efeitos anti-inflamatórios. Existem diversos outros mecanismos relacionados ao papel anti-inflamatório dos estrogênios, alguns pouco elucidados e outros mais conhecidos. (YILMAZ, 2019)

Os estrogênios também atuam na neurotransmissão, sabe-se que neurotransmissores como o GABA, glutamato, a 5-hidroxitriptamina e os endocanabinoides são expressos em regiões cerebrais interconectadas com os circuitos de recompensa. Os estrogênios regulam a expressão de genes para alguns dos receptores desses neurotransmissores, influenciando diretamente em suas ações e, portanto, nas respostas comportamentais dos indivíduos. Devido a isso, há relação desse hormônio com as doenças psiquiátricas. (KROLICK, 2018)

Além do mais, em situações de estresse do tecido nervoso, como no caso de lesões ou isquemia, foi perceptível a mobilização da enzima aromatase nos astrócitos reativos. O que caracteriza um astrócito como reativo são a hipertrofia celular e na superexpressão de proteínas de filamentos intermediários, como a GFAP. (LU, 2020)

Devido às suas atuações variadas no SNC, é relevante observar as participações dos estrogênios nas diversas doenças neurológicas. Em alguns casos eles podem desempenhar papéis neuroprotetores ou 

interferir no modo de instalação, evolução e prognóstico das doenças, cabendo elucidar os diversos mecanismos existentes e particulares de cada enfermidade. Como exemplos de doenças neurológicas tem-se a Doença de Alzheimer (DA), doença de Parkinson (DP), traumatismo cranioencefálico (TCE), Esclerose Múltipla (EM), os diversos transtornos psiquiátricos, acidente vascular cerebral (AVC), entre outros.

Equipe do Projeto

Nome Função no projeto Função no Grupo Tipo de Vínculo Titulação
Nível de Curso
GRAZIELA TORRES BLANCH
Email: grazielatb@gmail.com
Coordenador Líder [professor] [doutor]