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SENTIDOS SOBRE SAÚDE MENTAL DE PESSOAS LGBTQIAP+ NA PRODUÇÃO ACADÊMICA DA PSICOLOGIA
2024/1 até 2027/2
ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA SAÚDE
CONSTRUÇÃO DE FATOS SOCIAIS
A construção de fatos sociais: caminhos para a compreensão de processos sociais implicados na produção de desigualdades sociais
LENISE SANTANA BORGES
2.1. Objetivo Geral
Compreender, a partir de análises discursivas, as formas de se falar sobre saúde mental de pessoas LGBTQIAP+ na produção acadêmica da psicologia, de 2013 a 2023.
2.2. Objetivos Específicos
Outrossim, revisitando a história da psicologia no Brasil, estão presentes os anseios por controlar, higienizar, diferenciar, categorizar e patologizar pessoas, o que é próprio de um modelo biomédico do qual é herdeira (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2023). Tal modelo, produziu e ainda produz conhecimentos que, como práticas discursivas, seguem reiterando e reproduzindo violências.
Tomando como referência a noção performática da linguagem, tal como defendida por Austin(1990), sabemos que os conhecimentos produzidos sobre um “objeto” acabam por modificá-lo e, por isso, pesquisar é uma atividade intrinsicamente política com inúmeras consequências éticas. Dessa forma, as produções acadêmicas incidem fortemente sobre o próprio fenômeno estudado pois são, como afirma Íñiguez-Rueda (2002) sensíveis às significações resultantes da produção do saber e do conhecimento.
Para Latour e Woolgar (1979/1997), são as produções discursivas já cristalizadas em forma de teses, dissertações, artigos, livros, dentre outros que contribuem continuamente para formação e difusão de diferentes conteúdos – os repertórios interpretativos, podendo gerar novos sentidos, inclusive sobre si mesmos. Contudo, como qualquer outro campo, a ciência também é constituída por relações de poder e as chances de um argumento produzir efeitos – dos mais variados possíveis – está ligada ao número de atores da área, filiação institucional, dentre outros fatores.
De forma geral, segundo trabalho realizado por Abade, Chaves e Silva (2020), do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, a produção cientifica sobre saúde de pessoas LGBTQIAP+ centram-se sobretudo na questão da epidemia de HIV/Aids e, recentemente, um interesse crescente em temas como saúde mental, envelhecimento, uso de drogas, prevalência do câncer, acesso aos serviços de saúde, saúde sexual e reprodutivo e problemas decorrentes da violência e discriminação.
Na mesma pesquisa, considerando especificamente a produção científica brasileira, embora o Brasil produza mais que os demais países da América Latina, ainda é relativamente pouco se comparado a outras temáticas. Além disso, dentro do vasto campo da saúde, os temas mais pesquisados tem sido a atuação profissional, seguido pela saúde mental. A área com maior produção tem sido a Saúde Coletiva, seguido pela Psicologia. Por fim, as revistas de divulgação são da Saúde coletiva ou categorias profissionais isoladas e revistas B1-B2, o que sugere reflexões sobre fatores de impacto (ABADE; CHAVES; SILVA, 2020).
Nesse contexto, considerando a saúde mental de pessoas LGBTQIAP+ um campo de estudo científico emergente, torna-se imprescindível perguntar: O que a psicologia, dentro das academias, tem produzido sobre saúde mental de pessoas LGBTQIAP+? Quais narrativas sobre saúde mental de pessoas LGBTQIAP+ são privilegiadas (quem fala, de onde fala, com quem fala, como fala)? Quais as visões de mundo norteiam tais trabalhos? Eles reiteram ou desestabilizam normais sociais?
Para localizar as produções acadêmicas, tal projeto prevê buscas eletrônicas online em bases de dados – principais vias de acesso a literatura científica. Serão inclusos textos a partir de 2013, ano de publicação da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e transexuais, compreendendo o período de uma década. Posteriormente, o conjunto de produções encontrados de acordo com critérios pré-estabelecidos comporá o corpus de análise.
Ademais, este projeto tem como enquadre teórico-metodológico, a teoria social feminista e a psicologia socioconstrucionista, orientações que se mostram muito potentes por oferecerem inúmeras possibilidades de reflexões sobre o tema, na medida em que pressupõem que o gênero e a sexualidade são construídos socialmente, recebendo forte influência da linguagem e do contexto histórico-cultural (BORGES, 2008).
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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ANDRESSA TEODORO ROSA
Email: teodoro.andressa@gmail.com |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [mestre] |
LENISE SANTANA BORGES
Email: esinel@uol.com.br |
Coordenador | Líder | [professor] | [doutor] |