A pergunta sobre o fim último da existência humana sempre motivou a reflexão filosófica e teológica. A razão natural poderia chegar à conclusão de que Deus nos cria para manifestar sua glória e comunicar a sua perfeição, mas somente por meio da razão iluminada pela fé é que podemos compreender que o ser humano é chamado à uma ordem sobrenatural. Sendo assim, ele é destinado em Cristo, por obra do Espírito Santo, a entrar na comunhão eterna com Deus, que comumente chamamos de santidade. Esta vocação de todos à bem-aventurança eterna tem sido objeto de anúncio desde o texto bíblico, perpassando toda a história depois de Cristo. Há 60 anos esse anúncio ressoou mais uma vez no texto da Constituição Dogmática Lumen gentium do Concílio Vaticano II. Por ocasião do aniversário de sua promulgação, nos propusemos a refletir sobre a vocação universal à santidade, considerando o papel da Teologia Moral na concretização deste chamado. Desejamos demonstrar os fundamentos desta vocação, a partir do texto conciliar, e afirmar como a moral católica está a serviço da santificação do homem de hoje.

Objetivo Geral

• Analisar criticamente o texto da Constituição Dogmática Lumen gentium do Concílio Vaticano II, particularmente o capítulo V sobre a vocação universal à santidade, a partir das categoriais morais, a fim de evidenciar como a Teologia Moral pode ajudar o cristão a realizar em sua vida esta vocação.

Objetivos Específicos

• Compreender a gênesis do texto da Lumen gentium, em particular do capítulo V
• Analisar como o documento compreende a universalidade desta vocação
• Compreender qual o sentido da palavra santidade no texto
• Explicitar quais categorias morais estão na raiz da compreensão da vocação à santidade  
• Evidenciar como a teologia moral pode contribuir para um caminha de santidade

Como em todas as épocas, a Igreja continua a ouvir ressoar o apelo de Cristo para que ela continue a missão de anunciar o Evangelho ao homem, convidando-o a dar sua resposta pessoal ao Senhor e a colocar-se num caminho de seguimento que o leve à comunhão feliz com Deus na eternidade. Diante deste desafio pastoral, devemos nos recordar, segundo o pensamento de São João Paulo II, que o horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral é a santidade. Para isso, é preciso redescobrir, em todo o seu valor programático, o capítulo V da Constituição dogmática Lumen gentium, intitulado.

Conscientes do apelo feito pelo Concílio e, em termos gerais, da não atuação de seu texto na vida da Igreja, cremos que se faz necessário retomar o texto da Constituição a fim de compreendermos melhor sua proposta e como ela poderia ser colocada em prática com a ajuda da teologia moral. Pata tanto, nos propomos a fazer uma releitura moral do capítulo V da Lumen gentium.