Avaliação de amostra representativa de idosos da região leste de Goiânia. A coleta de dados foi realizada nas casas dos participantes que responderam a um questionário abordando questões referentes aos aspectos socioeconômicos, presença de doenças, sinais e sintomas. Também foi verificada a pressão arterial, peso e altura para cálculo do IMC e medida a glicemia casual. A qualidade de vida será avaliada por meio da aplicação de dois questionários: o WHOLQOL-BREF e o WHOQOL-OLD.

Objetivo geral 

Caracterizar os idosos de Goiânia em relação aos seguintes aspectos: socioeconômico, de saúde e qualidade de vida. 

Objetivos específicos 

• Identificar aspectos relacionados a características individuais e sociais dos indivíduos idosos; 

• Caracterizar o idoso quanto a presença de diagnósticos clínicos diversos; 

• Verificar medidas antropométricas, pressão arterial e glicemia capilar casual dos idosos selecionados; 

• Avaliar a qualidade de vida dos idosos de Goiânia; 

• Avaliar a frequência de imunização obrigatória para o idoso; 

• Caracterizar os aspectos audiológicos do idoso

São considerados idosos no Brasil os indivíduos que apresentam idade igual ou superior a 60 anos (BRASIL, 2003). Do ponto de vista biológico, a progressão cronológica da idade promove transformações e desgastes naturais das estruturas orgânicas, levando a processos degenerativos que ocasionam o envelhecimento, interferindo de maneira qualitativa e quantitativa na vida do indivíduo. Entretanto, conceituar a velhice não é algo simples, pois é necessário um amplo conhecimento de como os idosos estão inseridos no contexto sociocultural, econômico e psicológico (GUCCIONE, 2002; JARDIM; FREITAS et al.; 2006 MEDEIROS; BRITO, 2006). O período de 1975 a 2025 é considerado, pela Organização das Nações Unidas (ONU) a Era do Envelhecimento, visto que o envelhecimento demográfico da população é um processo mundial. O envelhecimento da população é um fenômeno relativamente novo que vem aumentando a cada ano e não é mais um privilégio dos países desenvolvidos. O aumento da expectativa de vida nas últimas décadas do século XX e começo do século XXI deve-se a fatores como melhor qualidade de vida, transformações sociais e culturais e conquistas tecnológicas na área da saúde (SIQUEIRA; BOTELHO; COELHO, 2002; GIATTI; BARRETO, 2003; JARDIM; MEDEIROS; BRITO, 2006). 

Nos países desenvolvidos, esse fenômeno ocorre de forma gradativa, o que favorece melhorias na assistência a saúde, na alimentação, saneamento básico e nas condições de habitação e trabalho. Há uma manutenção da situação econômica com a redução das desigualdades sociais. Contrariamente, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, o crescimento populacional desordenado diante de uma economia frágil, aliado a ausência de modificações estruturais que atendam às pendências do novo grupo etário, contribui para o aumento dos níveis de pobreza, dificultando o acesso aos serviços de saúde, reduzindo os recursos financeiros e levando ao aumento da desigualdade social (PEREIRA et al., 2006; DIAS et al., 2011). Observa-se, no Brasil um envelhecimento populacional acelerado, com um incremento da população idosa maior que nos países desenvolvidos.

Atualmente, em nosso país, os idosos representam cerca de 10% da população. O censo de 2.000 informou que, dos 169,5 milhões de brasileiros, 15,5 milhões tem 60 anos ou mais, sendo que projeções apontavam um crescimento desse grupo populacional para 18 milhões até 2010 e 25 milhões até 2025 (SIQUEIRA; BOTELHO; COELHO, 2002; GIATTI; BARRETO, 2003; PEREIRA et al., 2006). Destaca-se a relevância científica e social de se investigar as condições que interferem no bem-estar, na senescência e os fatores associados à qualidade de vida dos idosos, no intuito de criar alternativas de intervenção e propor ações e políticas na área da saúde, buscando atender as demandas da população que envelhece (PEREIRA et al., 2006). Como nas demais capitais brasileiras, acredita-se que a realidade da população idosa de Goiânia, não seja diferente. Neste sentido, o conhecimento das características da população idoso que residem nessa cidade, constitui-se uma ferramenta importante para o planejamento de ações que visem a melhoria da qualidade da assistência, a capacitação de profissionais e o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para essa faixa etária da população