786
RELIGIÃO E CONSTRUÇÃO DE SENTIDO NAS ARTES E NA CULTURA GOIANA
2022/2 até 2026/2
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES
GRUPO DE PESQUISA EM RELIGIÃO, CULTURA E SOCIEDADE
CULTURA E SISTEMAS SIMBÓLICOS
JOSE REINALDO FELIPE MARTINS FILHO
A respeito dos objetivos inerentes à presente proposta de investigação, pode-se dizer o que segue, em termos de sua abrangência mais ampla, e das especificações possíveis neste estágio de desenvolvimento da proposta:
I) OBJETIVO GERAL
II) OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Embora os objetivos elencados também se apresentem como metas a serem atingidas pelo processo investigativo, maiores detalhes sobre a exposição dos resultados e a geração de produtos de alto nível científico e tecnológico estão indicados nos próximos tópicos, que compreendem o desenho metodológico desta submissão e sua relevância.
O presente Projeto de Pesquisa nasce de duas intuições fundamentais, que podem ser situadas da seguinte maneira: i) dos últimos resultados da atividade investigativa do pesquisador requerente, como desdobramento natural de sua formação no campo da Teologia, da Filosofia e das artes, mas, especialmente, a partir da realização, de 2020 a início de 2023, do projeto Religião e construções de sentido, junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC Goiás, na Linha de Pesquisa “Cultura e Sistemas Simbólicos”, bem como, da recepção, crescente ao longo dos últimos anos, de discentes pesquisadores em nível da graduação, sobretudo da Iniciação Científica, e da pós-graduação – mestrado acadêmico e doutorado – interessados em investigar a articulação do saber teológico, ou, o mesmo, das pesquisas no campo das Ciências da Religião, com o universo da cultura por meio de artes como a música, a literatura e a pintura – embora não apenas; ii) da ainda escassa produção, em nível do saber teológico, filosófico e/ou no campo das Ciências da Religião, de pesquisas que demonstrem o natural contato entre arte e religião, focalizando-as como expressões correlatas da cultura e isso especialmente caso se tome o exemplo concreto da identidade goiana, que se mostra como o contexto sóciohistórico de inserção tanto do Programa de Pós-Graduação da PUC Goiás, quanto como fonte dos sentidos a serem interpretados pela via da investigação científica de matriz fenomenológica – como é o nosso caso.
Antes do mais, é preciso lembrar que arte e religião devem ser consideradas formas arquetípicas de uma manifestação primordial, testemunho do que há de mais longevo no traço característico da condição humana: a possibilidade de fundar um mundo de sentidos e significados – o que, mormente, nomeamos pelo vocábulo cultura. Logo, a cultura passa a ser concebida como o campo em que se pode dispor, conceber, ler, interpretar, agir e reagir, celebrar, tanto na esfera das materialidades, quanto naquilo de imaterial que se faz presente à expressão humana, o contato entre fé, espiritualidade, religiosidade e religião e suas consequentes expressões no universo de artes como a música, a literatura, a arquitetura, a escultura, a pintura, a fotografia, o cinema, o teatro, entre outras tantas possibilidades que a cada dia eclodem à nossa volta. Por um lado, sempre coube às artes inaugurar o espaço de participação sensível ao conteúdo transmitido pelas tradições religiosas. As artes “materializaram” o sagrado, traduziram-no à experiência dos que a elas recorreram, também como forma de transposição ao totalmente outro temporal e espacialmente. Por outro, nenhum conteúdo mereceu tanta dedicação por parte das diferentes artes que a religião, servindo de inspiração a um longo legado de artistas, no Ocidente e no Oriente – e isso não foi diferente nos termos da tradição cristã. Partindo, portanto, de uma aproximação que, embora natural, nem sempre tem sido suficientemente explorada, pode-se considerar a pertinência desta proposta, que também se fará espaço de encontro e ponto de vista privilegiado para a leitura do tempo presente; porque não dizer, da relação entre arte e religião pelas vias da cultura goiana.
Sobretudo quando cada vez mais se constata o interesse e a procura por se investigar o binômio religião e arte, tornando possível o estabelecimento de um espaço para a aproximação, no plano das culturas, entre a religião e as formas mais variadas da manifestação humana, tal como se pode apreender no fenômeno artístico, também se deve reconhecer o ainda limitado campo de debates estabelecido nos termos da Teologia ou das Ciências da Religião. Por mais que se constitua num dos pontos fulcrais do que se tem produzido, não se encontra um centro de investigação, grupo de pesquisas ou rede especificamente dedicado a essa explicitação, ainda que o tema apareça tangencialmente nos esforços de outras pesquisas, com seus enfoques ao redor das tradições populares, das questões de gênero ou da relação entre religião e mercado, por exemplo. Assim, apenas se supõe uma relação que não se mostra completamente desvendada, isto é, que religião e arte sejam os resultados mais evidentes do impulso autotranscendente humano em busca da significação da natureza à sua volta, para além de iniciativas mais ligadas à manutenção da subsistência, mas com impacto decisivo sobre a capacidade de adaptabilidade da espécie humana ao longo de sua história. Trata-se do que progressivamente se forjou como o conjunto de vestígios – materiais e imateriais – por meio dos quais aprendemos e apreendemos a nossa condição, universo privilegiado para também explorar o conteúdo tipicamente religioso presente nas artes, a vivência do artista e a fruição possibilitada por seu intermédio a um campo sempre mais alargado de experienciadores e, consequentemente, forjadores de sentido.
Isso sobretudo numa época em que não se pode ignorar o contexto de fragilidades em que estamos imersos, não somente pela experiência ainda marcante da pandemia global causada pelo novo coronavírus, mas também pelas sucessivas crises experienciadas no plano da política, da educação, da economia e, consequentemente, da cultura. Ao pensarmos o contexto atual da sociedade brasileira, somos desafiados a descobrir mecanismos de superação das desigualdades, os quais certamente não podem excluir o potencial criativo de indivíduos e suas comunidades como formas alternativas à “perversa cultura do consumo” que lhes é imposta de maneira contundente. As artes são, justamente a esse respeito, um perene testemunho de ultrapassagem de obstáculos, de insubmissão às arbitrariedades, como último reduto para o exercício da liberdade e da resistência. São, então, meios eficazes para a superação das crises e o restabelecimento da esperança, que sempre obriga a procurar a luz, mesmo quando em meio à treva espessa. É assim que, ao lado de questões como: de que modo arte e religião se encontram como formas de expressão da cultura?; ou, como relacionar arte e religião a partir da variedade de expressões da cultura humana em nível local e global?, também se tornam urgentes e desafiadores questionamentos como o que segue: como tornar arte e religião instrumentos de emancipação e libertação, de vida, não de morte, impositores de coragem e de esperança num contexto de abandono, sofrimento e morte? Essa é a realidade que nos interpela e constantemente incita, pela qual também nos é possível considerar a atualidade da temática que ora nos obriga à proposição deste projeto, como também justifica a relevância da proposta implementada.
O impacto científico e tecnológico de uma proposta como essa é, portanto, inegável, dado o conjunto de iniciativas, como se pôde conhecer no exposto anteriormente, que serão organizadas ao redor do tema proposto, seja em termos da mobilização de recursos humanos nos diferentes estágios da formação científica, seja, sobretudo quanto aos seus produtos, a possibilidade de contribuição em variadas frentes, desde a tradicional veiculação de artigos científicos de alto impacto, quanto o envolvimento da sociedade de maneira mais abrangente, na promoção e visibilidade dada a culturas regionais. Nesse sentido, em termos desta proposta, não se pode simplesmente focalizar os ditames científico, tecnológico e de inovação, sem desconsiderar o alto potencial da cultura como forma de engendrar esse processo. Por isso mesmo, desde o título deste item, deixamos claro que, nos termos de nossa proposta, o impacto científico (da pesquisa e produção de novos quadros de pesquisadores) e tecnológico (especificamente situado junto aos produtos oriundos do processo investigativo) têm no que aqui podemos nomear “impacto cultural” o seu ponto arquimediano e de aproximação. O impacto cultural, por isso, é certamente o ponto fundamental e de inovação que se pode apreender desta proposta, sobretudo caso pensemos na ainda tímida inserção da pesquisa Teológica e das Ciências da Religião sobre esse horizonte. Isso a despeito de inciativas, geralmente isoladas, de pesquisadores e suas confessionalidades religiosas. À revelia disso, o que aqui se procura é conhecer ainda mais a aproximação entre arte e religião, pela via das manifestações culturais, e, assim, destacar as novas espiritualidades em formação, a partir da possibilidade de dotação de sentido ao meio de vida circundante, transformando-o em mundo – categoria fenomenológica que diz respeito à totalidade dos sentidos e significados. Isso não sem o fortalecimento de vínculos sociais, comunitários, a imposição de um ethos, de uma medida garantidora da funcionalidade de todos os mecanismos que integram a vida pessoal e em grupo. Eis porque a despeito do seu evidente potencial em termos da produção científica e, até tecnológica, o que realmente distingue a presente proposta de pesquisa é, realmente, o caráter inovador que introduz no campo das investigações teológicas e das Ciências da Religião, imiscuídas, como estarão, ao universo das artes – essas, tomadas como formas legítimas de expressão do espírito humano, ao lado da ciência, da filosofia, das tradições legadas pelo senso comum, cujos conteúdos contribuem no esclarecimento da nossa condição. Talvez justamente o acento regionalista imposto ao campo de experimentações em que se desenvolverá o estudo garanta o impacto e a relevância de seus construtos, respeitada a sua propensão ao diálogo mais abrangente com contextos macrocósmicos e, assim, a geração de conhecimento como uma contribuição para com toda a humanidade.
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
---|---|---|---|---|
ABIMAR OLIVEIRA DE MORAES
Email: abimar@puc-rio.br |
Pesquisador | Pesquisador Externo | [externo] | [doutor] |
ANA KELLY FERREIRA SOUTO
Email: souto-ana@hotmail.com |
Pesquisador | Estudante | [professor] | [mestre] |
BIANCA SOARES MAGALHAES
Email: biancasoaresmagalhaes@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno, aluno] | [null, null] |
BRUNO COELHO DUARTE OLIVEIRA
Email: brunoduarteolv@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |
CECI MARIA COSTA BAPTISTA MARIANI
Email: cecibm@puc-campinas.edu.br |
Pesquisador | Pesquisador Externo | [externo] | [doutor] |
DANIEL CARVALHO DA SILVA
Email: carvalho_danyel@hotmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |
GUSTAVO AUGUSTO DA SILVA
Email: gustavoaugust0@hotmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno, aluno] | [null, null] |
JOAO MANUEL DUQUE
Email: jduque@ucp.pt |
Pesquisador | Pesquisador Externo | [externo] | [doutor] |
JOSE HENRIQUE RODRIGUES MACHADO
Email: jhenrique_20@hotmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |
JOSE REINALDO FELIPE MARTINS FILHO
Email: jreinaldomartins@gmail.com |
Coordenador | Pesquisador | [professor, externo] | [doutor, doutor] |
MARCELO GABRIEL DE FREITAS VELOSO
Email: yosihing@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno, aluno] | [null, null] |
PHELIPE AUGUSTO SILVA SANTOS
Email: pha.philos@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |