Este projeto aborda o papel de práticas informais na supervisão clínica. Indo além da literatura normativa sobre como o supervisor deve atuar, o projeto pretende gerar novos insights acerca de como trocas espontâneos e improvisados coexistem com as estratégias prescritas pelos modelos de supervisão. Objetivo: Explorar, a partir das experiências de supervisores e supervisionados, quais práticas informais ocorrem durante a supervisão e como contribuem para a aprendizagem e o desenvolvimento de competências dos terapeutas. Método: Os participantes serão no mínimo 20 supervisores e 20 supervisionados. A coleta ocorrerá através de entrevistas semiestruturadas com supervisores e terapeutas, complementadas por grupos focais com participantes que se dispõem a retomar os assuntos depois da entrevista. Os dados serão gravados e transcritos. A análise dos dados será conduzida de acordo com os preceitos da grounded theory. Conceitos serão abstraídos das transcrições para gerar explanações a respeito das práticas informais e suas funções. Resultados esperados: Elucidar processos que ainda não foram bem captados na literatura e que podem complementar os modelos de supervisão existentes. A identificação das práticas informais e suas funções pode contribuir para uma descrição mais completa da supervisão como é feito no mundo real.

Objetivo Geral:

Identificar práticas informais envolvidas na supervisão clínica e descrever de que forma se tornam relevantes no encontro de supervisão

Específicos:

(1) Conhecer as práticas informais que fazem parte da supervisão clínica.

(2) Compreender quando e como essas práticas são usadas e de quais maneiras contribuem para a aprendizagem e o desenvolvimento de competências dos supervisionados.

(3) Levantar propostas pertinentes à otimização da supervisão, a partir de uma compreensão mais concreta do papel das práticas informais nela.

Alguns dos modelos acima revisados, principalmente os chamados de processuais, consideram características pessoais envolvidas na supervisão. Assim, emerge uma visão em que há mais espaço para estudar as interações entre supervisores e terapeutas. Em pesquisas nacionais recentes, (p. ex. Contarin e cols., 2021; Barletto e cols., 2021), também emergiu um foco nas tarefas e atividades concretos dos supervisores, mostrando que há interesse de pesquisadores nos detalhes dessa interação. A presente pesquisa intende estender essa tendência, focando a experiência de supervisores e supervisionados das trocas informais entre eles.