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EXPERIÊNCIAS INDIVIDUAIS E SOCIAIS: AS POSSIBILIDADES DAS HISTÓRIAS E TRAJETÓRIAS DE VIDA NA POLÍTICA
2022/2 até 2025/2
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES
MEMÓRIA SOCIAL E SUBJETIVIDADE
Diversidade Cultural, Reconhecimento e subjetividade
MARIA CRISTINA NUNES FERREIRA NETO
OBJETIVO GERAL:
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
O projeto de pesquisa Experiências Individuais e Sociais: as possibilidades das histórias e trajetórias de vida na política insere-se neste cenário e visa congregar subprojetos de mestrandos/as do programa de Mestrado em História da PUC Goiás, e graduandos/as em suas pesquisas de Iniciação Científica e Trabalhos de Conclusão de Cursos dos cursos de História e Relações Internacionais da PUC Goiás, vinculados à temática de estudo proposta, em especial, visando abranger estudos relacionados às práticas políticas e sociais vivenciadas no Brasil como também, em outros países.
O propósito do “adentramento” nestas histórias e trajetórias de vidas reconstruídas de memórias revisitadas que se propõe neste projeto de pesquisa terá como meta não a reiteração das mesmas, mas a problematização, procurando perceber as apropriações que foram sendo feitas, procurando esclarecer as razões que levaram seus autores a construir tanto sua trajetória e/ou a trajetória do outro, quanto um determinado registro sobre ela. Portanto, entende-se que, partindo do pressuposto de que a memória - seja individual ou coletiva - é (re)construção, é (re)significação de um tempo passado, o pesquisador engajado nesta pesquisa deverá refletir sobre a rememoração que os narradores realizam. No caso específico das autobiografias (narrativas de trajetórias de vida orais ou escritas), esforçar-se-á para perceber o que efetivamente se concretizou nestas trajetórias para compreender a dissociação existente entre o personagem social e a percepção de si mesmo. Ao mesmo tempo, deverá rejeitar a interpretação unívoca que geralmente as trajetórias particulares trazem, e procurar interpretar as adversidades destas narrativas à luz de um contexto que as tornem compreensíveis, tentando perceber as relações entre estas memórias e a (re)construção das identidades pessoais e sociais, pois como bem nos lembrou um estudioso de memórias:
[...] ao contarmos nossa vida, em geral tentamos estabelecer uma certa coerência por meio de laços lógicos entre acontecimentos-chaves (que aparecem então de uma forma cada vez mais solidificada e estereotipada), e de uma continuidade, resultante da ordenação cronológica. Através desse trabalho de si mesmo o indivíduo tende a definir o seu lugar social e suas relações com os outros. (POLLAK, 1989, p. 3).
Nas narrativas biográficas como fontes de informação os cuidados não deverão ser menores, pois são textos marcados pela linearidade, coerência e racionalidade, que apagam as experiências individuais. Linearidade, coerência e racionalidade que, na verdade, costumam encobrir descontinuidades, contradições e a lacunas, que podem sinalizar “pistas” aos mais desconfiados. Afinal, como nos ensinou Lucien Febrve, um destes historiadores desconfiados, devemos duvidar e ter aversão a qualquer tipo de abstração e explicação simplista. Na sua concepção, criticar implica em denunciar o que se apresenta simples demais, o exercício da crítica é, no seu entender, envolvimento e atuação. (FEBVRE, 1992).
Para Febvre não poderemos chegar a nenhum saber histórico se não conhecermos o “universo mental” de uma sociedade, na qual o historiador encontrará as aspirações, as representações, as práticas individuais e coletivas. Enfim, o confronto entre o indivíduo e o universo mental em que ele está inserido e intervém, pois: “O indivíduo é apenas o que sua época e seu meio permitem que ele seja.” (FEBVRE, 2012). Não se pode fazer rupturas entre o indivíduo, a sociedade e o seu tempo, pois não se sabe onde começa um e termina o outro, esta interação é um engendramento contínuo.
Após esta breve apresentação, fica evidente o quanto as tramas tecidas nas narrativas de trajetórias de vida, sejam elas orais ou escritas, trazem em si ambiguidades, problemas e desafios para o historiador pesquisador, mas ao mesmo tempo trazem também muitas possibilidades que não devem ser deixadas de lado pelo seu grau de dificuldades. É certo que um relato biográfico ou autobiográfico oferece uma visão lacunar daquilo que aconteceu. Mas, atualmente, estamos cientes de que trabalhamos com representações múltiplas e, sendo assim, não há sentido em separarmos texto e história (contexto), pois há uma relação permanente e recíproca entre narrativas de vida, autobiografia, biografia e contexto; da mesma forma não podemos separar razão e desrazão. É preciso que busquemos as coerências, mas, também, as contradições e as dissonâncias para fazer fluir as diferenças e compreendermos com mais propriedade as tramas da História.
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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IVAN VIEIRA NETO
Email: vieira.pucgoias@yahoo.com |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [mestre] |
MARIA CRISTINA NUNES FERREIRA NETO
Email: mariacris.nfn@gmail.com |
Coordenador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |
MARIA DO ESPIRITO SANTO ROSA CAVALCANTE RIBEIRO
Email: mariarosacavalcante@gmail.com |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |
THAIS ALVES MARINHO
Email: thais_marinho@hotmail.com |
Pesquisador | Líder | [professor] | [doutor] |