Introdução: o tratamento da HAS deve sempre incluir medidas não farmacológicas, como modificação de estilo de vida, com a adoção de hábitos saudáveis e controle do estresse. Nesse sentido, práticas que busquem o bem-estar espiritual, aliadas ou não à religiosidade, tem sido relacionadas a desfechos favoráveis, como bom controle pressórico e de outras doenças, além de redução de mortalidade em diversas situações. Entretanto, poucos ensaios clínicos foram realizados para verificar os efeitos de práticas voltadas à espiritualidade na pressão arterial. Objetivo: avaliar se uma intervenção em espiritualidade em hipertensos estágio 1 e 2 e de risco cardiovascular baixo e moderado é capaz de reduzir a pressão arterial (PA). Método: ensaio clínico randomizado de não inferioridade, cuja coleta da dados será realizada em dois centros de pesquisa: Liga de Hipertensão Arterial (LHA) da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). A amostra será composta por 300 participantes, divididos em dois grupos, na proporção de 1:1, sendo um submetido a intervenção (grupo 1) e outro controle (grupo 2). Serão incluídos adultos, com hipertensão arterial estágio 1 ou 2, de baixo ou moderado risco cardiovascular, avaliado na consulta de triagem e excluídos aqueles com hipertensão estágio 3 (PAS ¿ 180 e/ou PAD ¿ 110 mmHg). Na visita inicial os participantes dos dois grupos serão submetidos a anamnese, exame clínico, medidas da PA em consultório, realização de Medida Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), medida central da PA, avaliação da função endotelial por dilatação fluxo mediada (FMD). Além disso, receberão orientações relacionadas a hábitos de vida saudáveis. Também serão preenchidos quatro questionários: Durel, predisposição ao perdão, escala de gratidão e escala de bem-estar espiritual. O grupo 1 receberá a intervenção que será realizada em um período total de 12 semanas e consistirá em uma sequência de vídeos, tarefas, mensagens de reflexão e folta, todos relacionados e intercalados entre si. O grupo controle será acompanhado no atendimento ambulatorial dos serviços dentro da mesma periodicidade definida para o grupo 1. Após seis semanas será feita uma ligação telefônica para todos os pacientes para acompanhamento. A visita final ocorrerá 12 semanas após o início do estudo. Nessa visita serão realizados os mesmos procedimentos da visita inicial. Serão considerados desfechos do estudo as variáveis da pressão arterial do consultório, da MAPA, da medida central da pressão arterial e da avaliação arterial por FMD. Resultados esperados: espera-se com esse estudo contribuir para as evidências referentes a utilização da espiritualidade como tratamento coadjuvante da hipertensão arterial.

Objetivo geral

        Avaliar se uma intervenção em espiritualidade em hipertensos estágio 1 e 2 e de risco cardiovascular baixo e moderado é capaz de reduzir a pressão arterial (PA).

Objetivos específicos

- Comparar as medidas de pressão casual, parâmetros de monitorização ambulatorial da pressão arterial, da medida central da pressão arterial e da dilatação fluxo mediada após 12 semanas nos grupos controle e experimental.
         - Comparar as medidas de pressão casual e os parâmetros de monitorização ambulatorial da pressão arterial, da medida central da pressão arterial e da dilatação fluxo mediada entre os grupos após 12 semanas de intervenção.

A maior parte da produção científica nessa temática tem sido de estudos observacionais e ainda, existem poucos ensaios clínicos com essa intervenção. Diante disso, este trabalho busca avaliar a influência de uma intervenção em espiritualidade em parâmetros pressóricos em um grupo de pacientes hipertensos.