O coronavírus é responsável por infecções respiratórias agudas e têm causado epidemias no mundo. Os casos sintomáticos representam 20% das infecções e 80% das infecções são assintomáticas. A progressão da doença para casos graves é associada a resposta imune exacerbada com o aumento de citocinas inflamatórias, assim como, os casos mais graves também têm sido associados com os indivíduos idosos e aqueles que apresentam comorbidades crônicas como cardiopatia, hipertensão e diabetes. As alterações no metabolismo podem causar uma série de eventos bioquímicos que resulta no aumento da expressão do gene angiotensin converting enzime-2 (ACE-2). Esse gene é responsável por codificar a proteína ACE-2 o qual o vírus se liga para infectar as células. No entanto, o que confere as características de infecções assintomáticas ainda não foram totalmente compreendidas. Este estudo busca entender se o aumento da expressão de ACE-2 faz com que os indivíduos sejam mais vulneráveis a infecção pelo SARS-CoV-2 e se as células dos indivíduos mais jovens e idosos têm diferença na produção de anticorpos em relação aos indivíduos da mesma faixa etária com e sem comorbidades

Geral:

Avaliar a resposta imune produzida por células estimuladas com SARS- CoV2 atenuado de indivíduos de diferentes faixas etárias, com ou sem comorbidades. 

Específicos: 

1- Avaliar a expressão de ACE2 nas células mononucleares de indivíduos sem infecção prévia pelo SARS-Cov2 nas diferentes faixas etárias, com ou sem comorbidades

2- Avaliar a capacidade de fagocitose do vírus SARS-Cov-2 por células mononucleares dos indivíduos dos diferentes grupos e por células das linhagens A549 e 293T.

3- Quantificar a produção de anticorpos das classes IgM, IgG e IgA anti- SARS-CoV-2 após exposição com vírus nos grupos de participantes do projeto.

Nosso questionamento é que o aumento da expressão de ACE-2 faz com que essas células sejam mais vulneráveis à infecção pelo SARS-CoV-2 gerando um quadro mais grave da doença. Um outro questionamento é se as células dos indivíduos mais jovens têm diferença na produção de anticorpos em relação aos indivíduos da mesma faixa etária com comorbidades e aos idosos com ou sem comorbidades. Como ainda não existe terapia antiviral específica e vacina para o COVID-19, novas estratégias de manejo clínico devem ser implementadas. O conhecimento sobre os mecanismos que conferem infecções assintomáticas e aqueles que podem gerar um quadro mais grave da doença poderá auxiliar na identificação de biomarcadores de proteção e gravidade no prognóstico da doença, sendo útil na triagem dos pacientes, e no delineamento de fármacos e de vacinas.