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ANALISE EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL DAS INFECÇÕES HOSPITALARES DETERMINADAS POR BACTÉRIAS FERMENTADORAS E NÃO FERMENTADORAS DE GLICOSE RESISTENTES AOS CARBAPENENS, POLIMIXINA B E/OU POLIMIXINA E NO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA
2021/2 até 2024/2
ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA SAÚDE
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE E SEGURANÇA DO PACIENTE
TEORIAS, MÉTODOS E PROCESSOS DE CUIDAR EM SAÚDE
JOSE RODRIGUES DO CARMO FILHO
Objetivo geral
Identificar as características epidemiológicas e ambientais das infecções hospitalares por bactérias fermentadoras e não fermentadoras de glicose resistentes ao carbapenens, carbapenêmicos, polimixina B e/ou polimixina E isoladas de pacientes internados em UTI no município de Goiânia com IPCS confirmadas laboratorialmente e PAV.
Objetivos específicos
- Avaliar a densidade média de incidência das PAV e IPCS confirmadas laboratorialmente determinadas por bactérias fermentadoras e não fermentadoras de glicose resistente aos carbapenêmicos, polimixina B e/ou polimixina E.
- Avaliar a variação da densidade média da incidência das PAV e IPCS confirmadas laboratorialmente, determinadas por bactérias fermentadoras e não fermentadoras de glicose resistente aos carbapenêmicos e polimixina B e/ou polimixina E no período estudado 5
- Avaliar a tendência temporal da densidade média de incidência PAV e IPCS confirmadas laboratorialmente, determinadas por bactérias fermentadoras e não fermentadoras de glicose resistente aos carbapenêmicos e polimixina B e/ou polimixina E no período estudado
- Descrever a correlação dos fatores metereológicos com a densidade média da incidência das PAV e IPCS confirmadas laboratorialmente, determinadas por bactérias fermentadoras e não fermentadoras de glicose resistente aos carbapenêmicos e polimixina B e/ou polimixina E no período estudado - Avaliar a associação da resistência antimicrobiana aos carbapenêmicos com a sazonalidade.
As alterações climáticas, definidas por variações significativas de climas regionais ou globais durante longos períodos, incluem grandes mudanças na temperatura média, umidade, pressão atmosférica, precipitação, padrões de vento e salinidade da água (ALMEIDA, 2007), assim como a diminuição nas geleiras polares que podem resultar no aumento em até 1°C em 2020 e 2°C até 2050 em relação à era pré-industrial que ameaçam ecossistemas naturais e áreas urbanas e rurais (WWF, 2020). Embora as condições médias climáticas tenham sido relativamente estáveis por milênios, nos últimos 50 anos ocorreu uma aceleração das mudanças, de modo que a temperatura média global aumentou 0,7°C, sendo esperado novo aumento entre 1,8 e 4,0°C até ao ano de 2100 (ALMEIDA, 2007).
Como o clima afeta a saúde humana através da criação de condições favoráveis para a proliferação e transmissão de patógenos, o mau tempo pode afetar a intensidade de surtos infecciosos e desastres naturais levando mudanças drásticas na estrutura da população e ecologia do patógeno.
As condições predispostas para a proliferação e transmissão de patógenos como mudanças nos padrões de temperatura e de chuva, criam condições favoráveis a incidência de surtos de doenças infecciosas e desastres naturais levando mudanças drásticas na estrutura da população, e da ecologia do patógeno que são importantes determinantes para a sobrevivência dos microrganismos (FISMAN, 2012; FRANCHINI & MANNUCCI, 2015). Em um de seus aforismas, Hipócrates relata que…
“Cada doença ocorre em qualquer época do ano, mas algumas delas ocorrem com mais frequência e são de maior gravidade em determinados momentos.”
As IRAS são um problema de saúde pública de âmbito mundial que ocorrem tanto em países economicamente desenvolvidos e subdesenvolvidos que acometem milhões de pessoas em todo o mundo. Nos países de maior renda econômica a incidência é menor (12,0%) do que nos países de menor renda econômica (19,1%) (YALLEW; KUMIE; YEHUALA, 2016; ZARB et al., 2017)
Apesar dos estudos demonstrarem associação entre as IRAS e as variáveis meteorológicas causadas por bactérias gram-positivas e gram-negativas, no Brasil eles são limitados a algumas regiões com características climáticas distintas como na região Centro-Oeste (RAMOS et al., 2013; RODRIGUES et al., 2019; SILVEIRA et al., 2018). Tendo em vista as peculiaridades regionais, estudos locais são necessários considerando a particularidade de cada região haja vista que os fatores climáticos podem influenciar na incidência das IRAS por determinados patógenos.
Desde o advento da introdução da penicilina no arsenal terapêutico para uso em humanos o mundo assiste a crescente prevalência de microrganismos cada vez mais resistentes aos antimicrobianos disponíveis (ASIF; ALVI; REHMAN, 2018; XIE et al., 2018).
Diante da variabilidade no perfil de resistência dos microrganismos relacionados com as IRAS, torna imperativo que se conheça as características epidemiológicas dos microrganismos, assim como os fatores meteorológicos associados com o aumento da densidade de incidência dessas infecções. Essas informações são uteis para que os serviços reforcem as medidas de controle e prevenção das infecções, principalmente nos períodos dos anos em que as variáveis climáticas mostram mais favoráveis para o crescimento e disseminação dos patógenos hospitalares.
O reconhecimento de tendências sazonais em doenças infecciosas pode melhorar o diagnóstico, uso de terapia empírica e intervenções de controle de infecção.
Analisando o contexto atual, observou-se a necessidade de realizar um estudo para conhecer a densidade de incidência das IRAS causadas por bactérias gram-negativas e gram-positivas no período de 2017 a 2024. O presente estudo fornecerá dados relevantes ao Serviço de Vigilância das IRAS e para as instituições hospitalares da Região Centro-Oeste do Brasil contribuindo para o planejamento e direcionamento de futuras estratégias direcionadas à prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde.
A determinação do início do estudo em 2017 se fez necessária devido a mudança dos critérios de diagnósticos e notificações de Infecção Primária da Corrente Sanguínea Clínica, pois a partir de 2017 seriam notificadas somente as Infecções Primárias da Corrente Sanguínea Confirmadas Laboratorialmente, tanto de pacientes adultos quanto pediátricos (ANVISA, 2013 e 2017).
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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ELISANGELA EURIPIDES RESENDE GUIMARAES
Email: elisangenf@gmail.com |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [mestre] |
JOSE RODRIGUES DO CARMO FILHO
Email: biomedico53@gmail.com |
Coordenador | Pesquisador | [] | [] |
ZILAH CANDIDA PEREIRA DAS NEVES
Email: zilahcpneves@gmail.com |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |