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AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE EMPATIA E SEUS FATORES ASSOCIADOS EM ESTUDANTES DE MEDICINA: COMPARAÇÃO ENTRE DUAS ESCALAS PSICOMÉTRICAS
2021/2 até 2022/2
ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA VIDA
ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS EM AMBIENTE E SAÚDE
SOCIEDADE, AMBIENTE E SAÚDE
ROGERIO JOSE DE ALMEIDA
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar os níveis de empatia e seus fatores associados em estudantes de medicina a partir de duas escalas psicométricas.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
* Traçar o perfil sociodemográfico, pessoal e clínico da população estudada.
* Mensurar os níveis de empatia pela Escala Jefferson de empatia médica.
* Mensurar os níveis de empatia pela Escala EMRI.
* Correlacionar os níveis de empatia das duas escalas com perfil sociodemográfico, pessoal e clínico.
Os acadêmicos de medicina em sua formação são arduamente cobrados a saber um volume muito grande de conhecimento. No entanto, só a teoria não basta, é preciso ter várias outras habilidades como: tomada de decisões, manuseio de instrumentos cirúrgicos, raciocínio clínico, comunicação com o paciente e trabalho em grupo. Durante os seis anos, os futuros médicos devem se empenhar para desenvolver essas capacidades e, com isso, abdicam de muitos momentos de cuidado para si, o que pode repercutir consideravelmente na sua formação.
O conhecimento técnico-teórico, muito valorizado nas décadas passadas, contribuiu para o detrimento das dimensões humanísticas envolvidas na relação médico-paciente. Ou seja, deixava-se de lado muitos outros fatores envolvidos no processo saúde-doença do paciente, os quais podem ser facilmente identificados a partir de uma relação empática. Esse fato se mostrava como um reflexo da formação médica de tempos atrás. No entanto, atualmente, a saúde tem sido tratada de uma forma holística por exigências e necessidades da própria sociedade.
Nesse sentido, a graduação médica tem sido reconstruída para ser capaz de formar médicos competentes e empáticos. Para isso, novas matérias foram adicionadas ao currículo e, principalmente, passou-se a valorizar a saúde física e mental dos estudantes. Adicionado a isso, os professores e preceptores passam a ter uma importância adicional, de serem a representação do médico considerado ideal atualmente.
Martins e Paro (2013) apresentam o fato de que o contexto educacional está diretamente relacionado com a formação da empatia dos acadêmicos de medicina e também com a sua modificação ao longo do curso. O ambiente de ensino pode atuar como um fator estressante e contribuir para a estagnação da empatia ou para a sua perda.
A relação médico-paciente é assimétrica por natureza. Essa assimetria vem diminuindo à medida que o acesso à informação tem se tornado mais amplo por meio da internet, mídias sociais, televisão e outros diversos meios de comunicação. Dessa forma, o paciente, hoje, não se vê mais no papel tradicional de submeter-se sem queixas e sem sugestões às decisões médicas, pois está mais informado do que as gerações anteriores.
Se por um lado o tecnicismo distanciou a medicina das humanidades, hoje, os frutos da contínua revolução tecnológica trazem novos desafios. Com isso, é fundamental a criação de um laço de confiança entre o profissional e o paciente: o clínico define e explica os caminhos e os procedimentos, o paciente compreende e atua conjuntamente. Surge, então, uma relação de parceria e a formação de uma aliança terapêutica.
Alguns estudos, como o de Bombeke et al. (2011) demonstraram que, ao contrário do que se espera, a empatia nos estudantes sofre um declínio nos anos mais avançados do curso de medicina. Outros, como o de Nascimento et al. (2018), demonstraram não haver evolução da empatia entre estudantes de medicina nos extremos da graduação. Consequentemente, a investigação da empatia dos estudantes em diferentes fases do curso se torna uma ferramenta importante para verificar este problema e, dessa forma, implementar soluções.
O presente projeto se justifica, na medida em que a imagem de um médico curador vem dando espaço para a imagem de um cuidador, que se diferenciam pela capacidade humana deste de atender seu paciente de modo global. Assim, deve-se ter em mente que a profissão não se configura apenas como prestação de serviço ao cidadão, mas como um sacerdócio, no sentido de entregar-se de corpo e espírito à arte de ajudar ao seu semelhante. Logo, a empatia torna-se pilar básico para a transferência e a contratransferência, os principais fenômenos psicodinâmicos que envolvem o encontro clínico (BALINT; BRANDT, 2009).
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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ROGERIO JOSE DE ALMEIDA
Email: rogerioufg@hotmail.com |
Coordenador | Líder | [professor] | [doutor] |