Detalhes do Projeto de Pesquisa

FADIGA E SATISFAÇÃO ACADÊMICA EM ESTUDANTES DE UM CURSO DE MEDICINA: UM ESTUDO TRANSVERSAL

Dados do Projeto

635

FADIGA E SATISFAÇÃO ACADÊMICA EM ESTUDANTES DE UM CURSO DE MEDICINA: UM ESTUDO TRANSVERSAL

2021/2 até 2022/2

ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA VIDA

ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS EM AMBIENTE E SAÚDE

SOCIEDADE, AMBIENTE E SAÚDE

ROGERIO JOSE DE ALMEIDA

Resumo do Projeto

Tem por objetivo analisar a correlação entre a fadiga e o grau de satisfação acadêmica e seus fatores associados em estudantes do internato de um curso de medicina. A pesquisa será realizada por meio de 3 questionários aplicados aos acadêmicos de medicina da PUC Goiás que se encontrarem no internato no primeiro semestre de 2020, estando cursando os módulos IX, X, XI e XII neste período. Critérios de inclusão: estar regularmente matriculado nos módulos IX, X, XI e XII, participar das atividades como interno e ser maior de 18 anos. Critérios de exclusão: não responder a todas as questões das escalas e ser aluno proveniente de transferência de outra instituição de ensino superior. Os instrumentos de coleta utilizados serão: 1) Questionário sociodemográfico e de saúde, 2) Escala de Fadiga de Chalder, 3) Escala de Satisfação Acadêmica Universitária.

Objetivos

3.1 OBJETIVO GERAL 


            Analisar a correlação entra fadiga e o grau de satisfação acadêmica e seus fatores associados em estudantes do internato de um curso de Medicina.


3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


* Levantar o perfil sociodemográfico.


* Mensurar os níveis de fadiga.


 * Identificar o grau de satisfação acadêmica


* Correlacionar os dados sociodemográficos com os níveis de fadiga e grau de satisfação acadêmica. 

Justificativa

O ingresso de um estudante na graduação traz consigo diversas mudanças, em diferentes nichos da sua vida pessoal, como nos componentes cognitivo, afetivo, profissional e social, além das expectativas criadas em torno do curso escolhido. A partir disso, o aluno, inserido na vida acadêmica, vivencia situações de estresse, ansiedade e tensão, que tendem a perdurar durante os anos acadêmicos que se sucedem e que podem influenciar significativamente na forma como o indivíduo interpretará e vivenciará essa fase da vida.

            Em se tratando do curso de medicina é possível afirmar que os alunos estão ainda mais expostos a fatores que predispõem a processos patológicos, tanto físicos quanto psíquicos. Não é incomum, por exemplo, encontrar futuros médicos que desenvolvem transtornos depressivos, alimentares e de pânico ou que iniciam patologias crônicas associadas ao estresse e à ansiedade.

            A própria rotina, a convivência diária com inúmeros indivíduos que experimentam tais processos e os números alarmantes de casos de ansiedade generalizada, de depressão e, até mesmo, de suicídio, que crescem exponencialmente e que ganham cada vez mais espaço na mídia, fizeram-nos questionar a respeito de como essa fadiga influencia nos resultados e na satisfação acadêmica.

            O fato é que, segundo pesquisa divulgada pelo Conselho Federal de Medicina, 51,7% dos médicos brasileiros apresentam distúrbios psiquiátricos não psicóticos, como ansiedade e depressão. Além disso, os resultados ainda apontam que fadiga e burnout são características intrinsecamente relacionadas ao âmbito da medicina e que 4,6% dos médicos se sentem infelizes e frustrados e que já experimentaram ideação suicida (BAMPI et al., 2013).

            Ademais, Santa e Cantilino (2015) afirmaram que as taxas de suicídio entre os estudantes de Medicina são superiores quando comparadas às de outras áreas de formação. Demonstraram, ainda, que, de acordo com um estudo de 2009, feito nos Estados Unidos com 2 mil estudantes de medicina e residentes, quase 6% dessa amostra relatou ideação suicida e que as maiores taxas relacionadas a esse fator foram encontradas nos estudantes que apresentaram depressão maior.

            Nesse sentido, ao se analisar dados validados por Amaral et. al (2008), que evidenciaram que o suicídio é a segunda causa de morte entre os estudantes de medicina, atrás, somente das mortes relacionadas a acidentes e que os alunos com melhor desempenho escolar são os de mais alto risco. Entende-se a importância de que mais estudos que versem sobre o tema sejam feitos, com o intuito de se entender a causa de tal problemática e os caminhos a serem percorridos para que essa possa ser mitigada e prevenida.

            Sob essa perspectiva, percebe-se que os problemas vivenciados por esses estudantes durante a graduação atingem não somente eles, como também as instituições de ensino na qual estão inseridos. É esperado que, além de oferecer os métodos teóricos e práticos do curso, as faculdades de Medicina atentem-se para os cuidados com a saúde de seus acadêmicos, que refletirá diretamente em como serão como profissionais.

            Em oposição ao que seria o ideal, a realidade percebida por grande parte dos acadêmicos de medicina é de que estão à mercê na graduação, sujeitos a longas jornadas de aulas e/ou plantões, poucas horas de sono e avaliações e cobranças repetitivas, seja no meio prático ou teórico, em que a saúde e sanidade mental não seria levada em conta pelas escolas médicas em que se encontram.

            Frente a isso, o presente estudo justifica-se por investigar temáticas relevantes para o conhecimento do estado de saúde do estudante de medicina e se esse fato tem influência no desempenho acadêmico. As instituições de ensino devem participar de forma substancial no que tange ao lado psicológico de seus estudantes, já que as atividades e resultados exigidos são importantes fatores de risco para o aparecimento de distúrbios. 

Equipe do Projeto

Nome Função no projeto Função no Grupo Tipo de Vínculo Titulação
Nível de Curso
ROGERIO JOSE DE ALMEIDA
Email: rogerioufg@hotmail.com
Coordenador Líder [professor] [doutor]