576
O ENSINO DE GEOGRAFIA E A CONSTRUÇÃO DE PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA A CONSOLIDAÇÃO DE UM ENSINO CRÍTICO, DINÂMICO E CRIATIVO
2019/2 até 2024/1
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES
ENSINO DE GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E MATERIAIS PARADIDÁTICOS
Geografia Escolar e Ensino de Geografia na Educação Básica
NICALI BLEYER FERREIRA DOS SANTOS
O presente trabalho tem como objetivo promover a pesquisa, o debate, a reflexão e a construção de propostas e materiais paradidáticos, voltados ao ensino crítico, dinâmico, criativo e atrativo de Geografia, que permitam a abstração de conceitos e teorias com base em situações problema e vivencias das praticas sociais cotidianas, de modo a aproximar as discussões epistemológicas desenvolvidas na academia com as práticas didático-pedagógicas da escola, sem perder as especificidades do ambiente escolar.
O campo de estudo e pesquisa epistemológico da Geografia está intimamente atrelado à compreensão de determinado recorte espacial e as relações que nele são desenvolvidas, sejam elas, relações socioculturais, econômicas, ambientais e/ou políticas. Nesse sentido, a evolução do pensamento geográfico ocorreu no intuito de sair de um campo de pesquisa centrado, basicamente, em uma linha de trabalho positivista e de descrição da paisagem, para caminhar rumo a um locus de compreensão das relações, dinâmicas e processos sociais que, ao se desenvolverem, materializam-se no espaço, de forma a causar marcas físicas (rugosidades), que irão definir e caracterizar determinado recorte espacial de análise. Esse tem sido o caminho percorrido academicamente para a realização dos estudos atrelados à Ciência Geográfica, que teve sua última grande quebra de paradigma, com a chamada Geografia Crítica, na década de 70, ao trazer, para além dos dados estatísticos e matemáticos apresentados pela Geografia Quantitativa, a necessidade de se compreender a relação desses dados com as questões sociais, indicando, como estratégia metodológica, categorias de análise do espaço geográfico (Forma, Função, Processo e Estrutura) (SANTOS, 1997). Ainda que na academia perdurem pensamentos positivistas, principalmente no âmbito do Bacharelado, nas linhas de atuação da Geografia Física, tem sido um consenso, o trabalho voltado para o desenvolvimento de um pensar geográfico, crítico, integrado, multidisciplinar e dinâmico. Esse último bastante respaldado pelo uso de metodologias interativas, impulsionado pelo crescimento das geotecnologias. Entretanto, essa forma do pensar geográfico acadêmico não tem se desenvolvido junto ao ambiente escolar que, salvo algumas práticas didáticas relacionadas muito mais ao professor, do que aos materiais didáticos utilizados, ainda permanece na linha positivista, relacionada à descrição e a memorização. Essa questão arrasta-se há alguns anos e apesar de alguns esforços, segue esbarrando em algumas questões como, as precárias condições de trabalho: 10 ...as Secretaria de Educação de vários estados do país, ao produzirem suas propostas curriculares de Geografia para o primeiro grau, via de regra em convênios com universidades, organizaram cursos para a capacitação docente, possibilitando o acesso a diferentes metodologias ligadas ao movimento de renovação do ensino da disciplina. No entanto, apesar desse trabalho, o processo de mudança no ensino em sala de aula estava sendo lento. Segundo pesquisas realizadas junto aos professores a possibilidades foram atribuídas as precárias condições de trabalho (...) (PONTUSCHKA et al, 2009. P.67) Nesse sentido, observa-se que além de resquícios da escola francesa de Geografia tanto no trabalho acadêmico, principalmente do Bacharelado em Geografia, quanto nos materiais didáticos, percebe-se a necessidade de superação das questões relacionadas às condições de trabalho, ainda que seja na produção de materiais didáticos acessíveis e de fácil reprodução. Para além desse fato, ao pensar que para uma mudança estrutural maior, no que se refere á concepção prática, didática e metodológica do ensino e, consequentemente, da formação de professores de Geografia, será necessário um tempo cronológico um pouco maior, para que mais professores sejam formados dentro de uma concepção teórica e metodológica de uma Geografia Crítica, entenderemos também, porque ainda não alinhamos completamente a Geografia Acadêmica com a Geografia Escolar. Soma-se a essa questão, o fato de na academia, existirem professores que atuam em diferentes correntes epistemológicas e, no caso particular da Geografia, ainda existir práticas dicotômicas que separam a Geografia Física da Humana, não permitindo que o acadêmico se aproprie de uma visão mais integrada, holística e interdisciplinar (SILVA, 2007; MENDONÇA, 1989). A abordagem dessas questões supracitadas, não quer dizer que não houve, ou não há, mudanças no ensino de Geografia no ambiente escolar. Se compararmos livros didáticos de Geografia das décadas de 80, 90 e anos 2000, vê-se que até mesmo as formas de apresentação dos conteúdos tem se modificado ao longo do tempo, no intuito de atender as demandas políticas e sociais da atualidade. Entretanto, as práticas didáticas e metodológicas para trabalhar os conteúdos, pouco se concretizam no intuito propiciar um ensino de Geografia 11 crítico, criativo, dinâmico e diverso, mantendo “vícios de aprendizagem” que perduram no tempo. Essas questões são naturalmente identificadas na interlocução da academia com a escola, no ambiente da prática do Estágio Supervisionado Obrigatório no qual, os discentes ao observarem as aulas, relatam sempre o uso do livro didático como material único de leitura e de resolução de atividades, com pouca ou quase nenhuma outra prática didática e/ou outro material. Essa discussão é antiga (MONBEIG, 1954) e, infelizmente, as mesmas práticas questionadas há décadas atrás ainda são observadas, no sentido de (re) discutir um ensino de Geografia mais atrativo, que induza o aluno a pensar, a correlacionar e a abstrair os conceitos e conteúdos que são apresentados de forma empírica, para a vivência de práticas e experienciais reais. Em outras palavras seria trabalhar a Geografia Escolar, na perspectiva do valor educativo da Geografia, como aponta Oliva (2009): Insistindo um pouco mais sobre o valor educativo da Geografia renovada, é preciso localizar esse novo valor. Esta implícito que a Geografia praticada no ensino em seu estilo tradicional havia perdido esse valor. E não há como fugir a essa constatação, especialmente em que o mundo todo se mostra mais visível e apreensível do ponto de vista do espaço geográfico (OLIVA, 2009. P. 45). Diante da problemática em questão, percebe-se que é possível impulsionar á prática de ensino crítico e criativo de Geografia, e trabalhar a aproximação da episteme geográfica abordada na academia com a episteme geográfica abordada na escola, por dois vieses. O primeiro deles relaciona-se a um trabalho de extensão, realizado no campo da academia, junto á professores da Educação Básica, visando potencializar e articular possibilidades de práticas didáticas dinâmicas e criativas em uma perspectiva de ensino critica e atrativo. Um ambiente de acolhimento, reflexão e trocas que agregaria egressos dos Cursos de Geografia em uma prática institucional de acompanhamento e de reponsabilidade continuada após a formação acadêmica. Este projeto está em construção no Curso de Licenciatura em Geografia da PUC Goiás e se articulará, ao presente projeto de pesquisa entendida como um segundo viés 12 de atuação, uma vez que desenvolveria um trabalho de pesquisa e produção, paralelo a formação acadêmica básica, junto aos graduandos. Assim, ao articular o ensino, a pesquisa e a extensão, visando à consolidação de um ensino crítico e criativo de Geografia, a presente proposta objetiva ir além da pesquisa ao servir como campo de fundamentação teórica para o desenvolvimento de atividades com a comunidade externa
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
---|---|---|---|---|
GUSTAVO DE RESENDE
Email: profgustavoresende@gmail.com |
Pesquisador | Egresso | [] | [] |
NICALI BLEYER FERREIRA DOS SANTOS
Email: nicali@pucgoias.edu.br |
Coordenador | Líder | [professor] | [doutor] |
ROGERIO DE FREITAS
Email: rogeriodefreitas1976@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [] | [] |
ROSILENE MARTINS DE ALMEIDA
Email: rosilene200919@gmail.com |
Pesquisador | Egresso | [externo] | [mestre] |