Detalhes do Projeto de Pesquisa

ESTUDO DOS CASOS ATENDIDOS DE 2019-NCOV (CORONAVÍRUS) EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM INFECTOLOGIA DO ESTADO DE GOIÁS

Dados do Projeto

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ESTUDO DOS CASOS ATENDIDOS DE 2019-NCOV (CORONAVÍRUS) EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM INFECTOLOGIA DO ESTADO DE GOIÁS

2020/1 até 2023/2

ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA VIDA

GRUPO DE DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

Doenças infectocontagiosas com ênfase nas Infecções Sexualmente Transmissíveis (HIV/AIDS, Sífilis, etc); Infecções Fúngicas, diagnósticos e terapias anti-infecciosas

CASSIA SILVA DE MIRANDA GODOY

Resumo do Projeto

A família dos Betacoronavírus, assim denominados pela presença de glicoproteínas em ¿coroa¿ em volta de seu envelope viral, possuía seis integrantes patogênicos aos humanos. A maioria compunha infecções leves das vias aéreas, exceto o SARS-CoV-1 e o MERS-CoV que deflagraram epidemias locais agressivas com alta taxa de letalidade. Hoje, essa família possui mais um integrante, o SARS-CoV-2, identificado pela primeira vez em Wuhan, Hubei, China em dezembro de 2019, por isso, também conhecido como COVID-19. Este vírus já representa uma pandemia e a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de muito alto risco em todas as regiões afetadas. O período de incubação varia de 2-14dias. O quadro clínico característico inclui febre, tosse seca e falta de ar, principalmente. À tomografia computadorizada encontra-se padrão radiológico de vidro fosco. A confirmação diagnóstica é laboratorial através da técnica de RT-PCR. O grupo de risco envolve idosos com múltiplas comorbidades e os imunodeprimidos. Até o momento não existem terapias específicas, mas estudos clínicos de baixo poder de evidência constataram ação do remdesivir, lopinavir/ritonavir, cloroquina, leflunomida, toxilizumabe e pirfenidona. Interações medicamentosas graves envolvem fármacos com atuação na enzima conversora de angiotensinogênio, pois o vírus utiliza os receptores dessa enzima para ganhar o citoplasma dos pneumócitos.

Objetivos


  • Acompanhar prospectivamente os pacientes suspeitos de infecção pelo vírus 2019-ncov (coronavírus) atendidos em hospital de referência em infectologia de Goiás.
  • Observar quais os critérios de suspeição de infecção e como se dá a captação desses pacientes pelo sistema.
  • Analisar as condutas tomadas dentro do quadro clínico de suspeição, evolução e até desfecho/conclusão diagnóstica desses pacientes.
  • Avaliar eficácia e aplicabilidade das recomendações das organizações internacionais, Anvisa e MS quanto as medidas de prevenção de transmissão.
  • Auxiliar nos critérios definidores de retirada de precauções.


 


Justificativa

A capacidade dos coronavírus de se espalhar entre humanos é fácil. Isso baseado nas experiências pregressas com o SARS-CoV, que em 2003 afetou a China continental e Hong Kong com mais de 8.000 casos e 774 mortes, e MERS-CoV em 2012 no Oriente Médio e 2015 na Coreia do Sul, além das informações colhidas sobre o 2019-nCoV até então, com mais de três mil novos casos confirmados por dia no mundo.8

Estimou-se que a taxa de mortalidade hospitalar desse vírus é de 14% (IC 95%: 3,9–32%). Estimou-se, ainda, que cada doente é capaz de infectar outras 2,6 pessoas (IC95%: 1,5-3,5). Como R0 >1 (limite crítico), a transmissão não se resolverá espontaneamente. É necessário bloquear, com medidas de prevenção, mais de 60% das transmissões para que seja possível controlar o surto. Afinal, o parâmetro de dispersão do novo coronavírus é k = 0,54 (IC90%: 0,014-6,95), e quanto menor esse número, maior o risco de superespalhamento da doença.8,9,10

Apesar de ainda não ser considera uma pandemia, é possível sua transformação. A diretora do Departamento de Preparação Mundial para Riscos Infecciosos da OMS, Sylvie Briand afirmou ser “uma fase epidêmica com múltiplos surtos” (notícia)3.

Goiás é o anfitrião dos 34 repatriados brasileiros que vieram de Wuhan e chegaram no dia 9 de fevereiro ao Brasil. Eles e os 24 tripulantes da aeronave foram alocados em quarentena de 18 dias na Base Aérea de Anápolis. Foram realizados exames laboratoriais e vigilância infecciosa. Tal fato cria uma grande ansiedade social pela possibilidade de transmissão, apesar de todas as medidas de segurança tomadas. 

Este estudo é de extrema relevância para a produção científica do estado e do país, tanto pelo impacto da doença, que se apresenta com alta patogenicidade e morbidade, quanto pelo papel social de fornecer informações à população. É importante ressaltar que já existem seis casos internados na unidade com diagnóstico suspeito para coronavírus.

Equipe do Projeto

Nome Função no projeto Função no Grupo Tipo de Vínculo Titulação
Nível de Curso
CASSIA SILVA DE MIRANDA GODOY
Email: cassiamirandagodoy@hotmail.com
Coordenador Pesquisador [professor] [mestre]
MARILIA RODOVALHO GUIMARAES SUGURI
Email: marilia_rodovalho@hotmail.com
Pesquisador Pesquisador Externo [externo] [especialista]
RENATA DE BASTOS ASCENÇO SOARES
Email: renatasuarezbastos@gmail.com
Pesquisador Líder [professor] [doutor]
TANITA MONTEIRO E SILVA
Email: monteirotanita@hotmail.com
Pesquisador Egresso [aluno] [null]