559
PALINOLOGIA: POTENCIAL E POSSIBILIDADES PARA ESTUDOS DE EVOLUÇÃO DA PAISAGEM E PESQUISA ARQUEOLÓGICA
2017/2 até 2024/2
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES
ESTUDOS DO QUATERNÁRIO
Paleoecologia e Ecologia de Paisagem
MAIRA BARBERI
4.1. Objetivo Geral
Considerando o potencial da análise palinológica para atuar em diferentes frentes e áreas de pesquisa e o condicionamento para esta atuação representado pela ocorrência de sedimento com possibilidade de preservação de palinomorfos o objetivo geral do projeto compreende as seguintes vertentes:
4.2. Objetivos Específicos:
4.2.1. Relacionados aos estudos de Evolução da Paisagem
Históricos e Pré-históricos
Um dos aspectos relevantes da análise palinológica é que a mesma possibilita o conhecimento dos ecossistemas pretéritos através de informações paleoecológicas, propiciando a compreensão da evolução ambiental de uma determinada área permitindo, entre outros aspectos, identificar sua susceptibilidade às alterações, possibilitando prever novas modificações e planejar atividades futuras.
Considerando o potencial de preservação de palinomorfos em depósitos estratificados e a relevância das informações passíveis de serem obtidas a partir do conteúdo dos microfósseis a análise palinológica constitui uma das ferramentas mais eficazes nos estudos paleoambientais e bioestratigráficos, uma vez que o grande acúmulo de palinomorfos nos sedimentos possibilita também análises estatísticas com dados mais confiáveis.
Embora constitua uma ferramenta que possibilita diferentes abordagens abrangendo intervalos de tempo que abrangem desde o Neógeno, os dados existentes a partir deste tipo de análise nas terras baixas tropicais da América do Sul ainda são escassos considerando a dimensão territorial e a escala dos trabalhos e o intervalo de tempo analisado.
Desta forma pesquisas em novas áreas, em diferentes intervalos de tempo e em diferentes escalas de abordagem ainda são necessárias para permitir uma caracterização mais abrangente sobre as variações paleoclimáticas e paleoecológicas nas terras baixas tropicais, possibilitando uma correlação de dados e a compreensão da dinâmica da paisagem e da interação entre os diferentes biomas ocorrida principalmente a partir da elevação do Andes no Neógeno e das modificações climáticas associadas as glaciações quaternárias.
O conhecimento da dinâmica da vegetação a partir do Quaternário Tardio e a caracterização das modificações de caráter natural ou antrópica ocorridas nas terras baixas tropicais é fundamental também para a compreensão dos processos de apropriação da paisagem por grupos pré-históricos, da introdução da agricultura e da seleção de cultivos e plantas nas sociedades pré-históricas e históricas.
Os dados palinológicos, quando provenientes de regiões litorâneas contribuem também para a compreensão dos processos de variações do nível do mar possibilitando o estabelecimento das sequências de transgressões e regressões marinhas, as modificações na dinâmica de sedimentação e na implantação de grupos pré-históricos litorâneos.
A análise palinológica possibilita também a datação de eventos geológicos através de uma abordagem biocronológica, com a identificação de palinozonas ou a partir de datações de Carbono 14. Esta abordagem pode fornecer informações sobre a evolução tectônica da América do Sul incluindo a subida dos Andes no Neógeno, o reordenamento da drenagem e a instalação dos diferentes biomas e a resposta da vegetação às glaciações quaternárias (HOORN, 1994; HOORN et al., 1995)
Considerando o domínio dos cerrados, o Quaternário constitui ainda um período geológico pouco estudado nas terras baixas tropicais principalmente no território brasileiro. Embora estejam mapeados extensos depósitos relacionados às planícies aluviais das redes de drenagem de grande dimensão (LACERDA et al., 2008)), estes estudos apresentam normalmente um enfoque econômico, voltado para a exploração de argila e ou areia.
Os depósitos de pequena extensão, como os terraços fluviais das pequenas planícies aluviais e as turfeiras, não são normalmente objeto de estudo em função da escala dos mapeamentos realizados e normalmente os depósitos formados a partir do Neógeno e no Quaternário, independentemente de suas dimensões não são analisados a partir do conteúdo em microfósseis resultando em uma grande lacuna de informações quanto a evolução da paisagem, as mudanças climáticas nas terras baixas tropicais, a compreensão das relações entre os diferentes biomas, a caracterização da presença da agricultura em grupos pré-históricos e a identificação de cultivos em grupos históricos.
Neste sentido, esta proposta se justifica também considerando a eficácia da análise palinológica para preencher essas lacunas considerando que Laboratório de Paleoecologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás conta, a partir de recursos provenientes do CNPq e da própria instituição, com o material básico e equipamentos como microscópio óptico e outros necessários à preparação dos sedimentos, leitura de material e interpretação de dados para o desenvolvimento de pesquisas através da análise palinológica.
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
---|---|---|---|---|
JULIO CEZAR RUBIN DE RUBIN
Email: rubin@pucgoias.edu.br |
Pesquisador | Líder | [professor] | [doutor] |
MAIRA BARBERI
Email: barberimaira@gmail.com |
Coordenador | Líder Adjunto | [professor] | [doutor] |
ROSICLÉR THEODORO DA SILVA
Email: silva.rosicler@gmail.com |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |
SIBELI APARECIDA VIANA
Email: sibeli@pucgoias.edu.br |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |