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ESTUDOS SOBRE POÉTICAS DA MODERNIDADE E DA CONTEMPORANEIDADE: SÉCULOS XX E XXI
2020/1 até 2022/1
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES
ESTUDOS DA LITERATURA
CORRENTES CRÍTICAS CONTEMPORÂNEAS
VITOR FERNANDO PERILO VITOY
OBJETIVO GERAL:Buscar investigar, por meio da pesquisa, as diversas formas artísticas e literárias de manifestação do homem contemporâneo. Nesse sentido, pretende-se constituir, em um primeiro momento, um corpus com obras poéticas e narrativas, publicadas à época ou posteriormente que dialoguem, em perspectiva crítica, com outras vertentes artísticas de mesma temática e período histórico.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
As pesquisas em torno das relações entre arte, literatura, modernidade e pós-modernidade e a estranheza destas, ocorrem por meio da leitura e estudo de diversas obras, mas, algumas podemos evidenciar, dentre elas a primeira: Modernismo O Fascínio da Heresia, de Peter Gay, em que o autor explica um pouco sobre o contexto mundial do que é o modernismo.
É muito mais fácil exemplificar do que definir o modernismo. Esse fato curioso é por si só um tributo à sua grande riqueza. Seus exemplares cobrem um terreno tão vasto e diversificado – pintura, escultura, poesia e prosa, dança e música, arquitetura, design, teatro e cinema – que a ideia de uma mesma origem ou de um solo em comum há de parecer implausível. (GAY, 2009 p. 17).
Amaral (1994), em sua obra A Imagem da Cidade Moderna, também expõe que a metrópole contemporânea tende a não respeitar regras e coisas do passado, a partir da palavra progresso. Vale ressaltar que Mário de Andrade em sua obra O Movimento Modernista¿ expressa todas essas características.
Manifestado especialmente pela arte, mas manchando também com violência os costumes sociais e políticos e movimento modernista foi prenunciador, o preparador e por muitas partes o criador de um estado de espírito nacional. A transformação do mundo com o enfraquecimento gradativo dos grandes impérios, com a prática europeia de novos ideais políticos, a rapidez dos transportes e mil outras causas internacionais, bem como o desenvolvimento da consciência americana e brasileira, os progressos internos da técnica e da educação, impunham a criação de um espírito novo e exigiam a reverificação e mesmo a remodelação da inteligência nacional (MARIO DE ANDRADE apud AMARAL, 1994, p. 91)
No Brasil o modernismo tem algumas características próprias e em seu livro Vanguarda Europeias e Modernismo Brasileiro, Gilberto Mendonça Teles apresenta um texto de Graça Aranha sobre a Semana de Arte Moderna, evento marco dessa corrente no Brasil: “Para muitos de vós a curiosa e sugestiva exposição que gloriosamente inauguramos hoje é uma aglomeração de horrores”. (TELES, 2009 p. 415).
Portanto, não só esses, mas outros autores serão de suma importância para o estudo aprofundado do que conhecemos como modernismo, tanto no Brasil quanto no resto do mundo.
É pertinente salientar que as ideias contemporâneas podem divergir de autor para autor, ou seja, cada um tem um parâmetro para considerar o surgimento das primeiras ideias desse perídio. Para Giddens (2002), o parâmetro que serve como marco para o que chamamos de era moderna é o pós-feudalismo.
Neste livro emprego o termo -modernidade¿ num sentido muito geral para referir-me às instituições e modos de comportamentos estabelecidos pela primeira vez na Europa depois do feudalismo, mas que no século XX se tornam mundiais em seu impacto (GIDDENS, 2002, p. 21).
As características propostas e analisadas por diversos críticos literários, como, por exemplo, o surgimento de um novo paradigma, o da industrialização. O termo é novo nesse contexto, pois se refere a algo que surge no final do século XIX com o transitório do ambiente agrário para o urbano. Estudos feitos por Melo e Souza (1994) reforçam a perspectiva de mudanças lentas e graduais. “Sem embargo, não avançamos muito. Permanecemos com dificuldade de compreensão. Ainda não conseguimos nos entender nem estruturar o discurso. O tema segue imerso em nebulosa conceitual” (MELO E SOUZA, 1994, p. 15).
Segundo Hugo Friedrich (1989), outro autor que analisou com profundidade as teorias da modernidade em sua obra A Estrutura da Lírica Moderna, qualquer que seja o conceito de arte já estabelecido ganha, agora, nova significação, de acordo com autores que ele usa como referência, a exemplo de Baudelaire, Rimbaud e Mallarmé. Tanto é que, para elaborar sua tese a respeito da estruturação da lírica moderna, ele começa citando Baudelaire, alegando que este deveria ser tomado como marco neste quesito. “Além disso, deve-se lembrar que, quando digo moderno, refiro-me a toda a época a partir de Baudelaire, e, ao invés, digo contemporâneo ou atual quando se trata exclusivamente das poesias do século XX” (FRIEDRICH, 1989, p. 11).
Considerando-se o modernismo brasileiro como um período singular de nossa história, é importante ressaltar dois sujeitos ímpares desse contexto: o autor/criador e o apreciador.
Se analisarmos a obra de arte não como pura receptividade imitativa ou reprodutiva, mas, como expressão de um sentido novo, um processo de construção, nós vislumbraremos a figura do artista contemporâneo, aquele que busca o diferente, o complexo, o ousado, o estranho. Ele é um ser social que tenta exprimir seu modo de estar no mundo, de ver o mundo voltando-se para ele, criticando-o seja para afirmá-lo ou superá-lo.
A arte contemporânea convive com a música e diversos sons, com a pintura, com a fotografia, com o cinema, com a literatura e com o simbólico. Elas se articulam e se misturam constantemente e é essa articulação que será explorada.
Cabe ressaltar também que as concepções de Gilles Lipovetsky sobre a hipermodernidade e de Jean Baudrillard sobre a simulação estão centradas nos estudos da contemporaneidade, principalmente na última década do século XX e o reflexo no século XXI. Coincide ainda com o seu processo de consolidação de uma arte notadamente marcada pela virtualização da vida e de seus procedimentos.
Nesse sentido, Lipovetsky aborda os conceitos modernidade, pós-modernidade e hipermodernidade, resultantes de alguns comportamentos dos indivíduos neste tipo de sociedade: individualismo; processo de personalização; vazio; sedução; indiferença; modernismo e pós-modernismo; violências; narcisismo.
Percebendo que o texto não existe aleatoriamente, mas é fruto de uma história social e cultural, vislumbramos a figura do admirador e contribuinte das artes contemporâneas, o flâneur aquele ser que constrói um significado para tudo aquilo que percebe ao seu redor. No caso da literatura, é o leitor que dá um ou mais sentidos para uma determinada obra conforme sua linguagem e visão de mundo.
Na modernidade, esse sentido é construído percebendo a materialização de uma ideia que se expressa por uma linguagem que nos permite dizer que esta tem significância, fala, comunica pode e deve ser lida e analisada pelo outro. Ressaltamos também o visual e as inúmeras maneiras de organizar os signos decorrentes da relação que o homem estabelece entre a realidade e sua representação.
Os artistas contemporâneos procuram fazer com que o apreciador reaja diante dessa representação e levante questionamentos sobre o que é real, o que é fantasia e, indo mais além, sobre todo o contexto imagético das obras de artes contemporâneas.
No caso do texto literário, o leitor contemporâneo, por meio de sua visão de mundo, questiona, contesta, reorganiza, recria e reinventa a realidade. Por isso, o esse texto pode e deve falar de qualquer coisa, sua mensagem é carregada de intencionalidade, mas o que o sustenta, o que o perpetua é o trabalho com a linguagem. Sob a ótica do confuso, do remontado, do desconexo, é que esses artistas se destacam apresentado ao público uma arte pós-guerra no século XX e uma arte tecnológica do final do século XX e início do XXI. Portanto, é imprescindível destacar nesta pesquisa, as inúmeras contribuições deixadas pelos artistas contemporâneos principalmente no que se refere às inovações nas artes de vanguarda e a ruptura com o formalismo artístico. A não-linearidade clara nas obras é o ponto chave para o entendimento dessa estética.
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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VITOR FERNANDO PERILO VITOY
Email: vitorvitoy@pucgoias.edu.br |
Coordenador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |