A supervisão clínica é um procedimento colaborativo em que supervisor e supervisionado se encontram para analisar o trabalho clínico efetuado pelo supervisionado. Envolve, da parte do supervisionado, abertura para crítica, flexibilidade psicológica e a disposição de assumir uma posição vulnerável diante da exposição do seu trabalho. Da parte do supervisor, envolve sensitividade, aptidão para compreender os motivos para agir do supervisionado e capacidade de entender o processo terapêutico tanto da perspectiva do terapeuta quanto da pessoa atendida. A pesquisa aqui proposta explora o papel das emoções na supervisão clínica. Objetivo desse estudo é compreender os elementos afetivos envolvidos na supervisão clínica e suas funções na condução da supervisão. Utilizam-se as técnicas de entrevista profunda (individualmente com supervisionados e supervisores) e de grupo focal (tanto com supervisores, quanto com supervisionados) para gerar dados que descrevem como os envolvidos vivem essa realidade. Será usado um procedimento de amostragem proposital, usando o princípio de saturação teórica para fechar a coleta de dados. O material será analisado de acordo com os princípios da teoria fundamentada em dados na vertente proposta por Charmaz. A partir desse estudo, pretende-se oferecer um modelo que descreve de quais formas emoções são relevantes no trabalho de supervisão.

Objetivo Geral: Identificar como e de quê forma, as emoções se tornam relevantes no encontro de supervisão na perspectiva dos supervisores e dos supervisionados.

Específicos:

- Conhecer os procedimentos de supervisão a respeito dessa temática: Como a abordagem teórica influencia o trabalho com emoções na supervisão? Como lidam com sentimentos impactantes ou emoções marcantes no encontro de supervisão? Como fazem uso das emoções em benefício de uma supervisão mais eficiente?)

- Levantar propostas pertinentes à qualidade da supervisão e à otimização do processo, a partir de uma compreensão mais concreta do papel das emoções na supervisão.

Consideramos que o trabalho de supervisão clínica não é um processo puramente intelectual. Inclui os sentimentos dos envolvidos. Cogita-se que durante a supervisão, tanto o supervisor, quanto o supervisionado notam as manifestações de emoções no processo e fazem uso dessas emoções na supervisão. Através de entrevistas profundas e discussões em grupo acerca das emoções, procuraremos identificar como supervisores e supervisionados percebem as emoções e seu papel no processo de supervisão e como lidam com estes.