A pesquisa tem como expectativa localizar o objeto de estudo em sua configuração relacional e, portanto, faz-se necessário refletir sobre o Estado em sua dimensão histórica, política, econômica e também sobre o Estado brasileiro apontando suas características. Para Bourdieu, o Estado existe na realidade concreta, no registro civil e nos cérebros, ou seja, os indivíduos, agentes sociais, incorporam as regras, as normas, submetem-se à dominação do Estado, subjetiva e objetivamente. Uma instituição, nesse caso o Estado, só funciona quando há correlação entre estruturas objetivas e subjetivas. Sob essa premissa, esta pesquisa tem os estudos e produção de Pierre Bourdieu como referência primária e procurará contribuições para maior aprofundamento em Max Weber, Brigitte Berger, Thomas Luckmann, Peter L. Berger e autores como Norberto Bobbio, Martin Carnoy, Anthony Giddens, dentre outros. Será desenvolvida sob o método praxiológico ou método compreensivo adotado por Bourdieu. Tem como objetivo analisar os fundamentos, processos, constituição e atuação do Estado, compreendendo-o como campo. Tem como pressuposto elaborar estudos ampliados sobre Política, Governo, Burocracia e Democracia. Ao final, essa pesquisa objetiva contribuir com o campo de estudos sobre o tema e produzir conhecimento significativo que amplie o escopo de pesquisas sobre o Estado. PALAVRAS CHAVE: Estado, Política, Governo

Objetivo Geral (ou primário)

Analisar os fundamentos, processos, constituição e atuação do Estado, compreendendo-o como campo e tomando-se como referencial teórico a teoria compreensiva, praxiológica de  Pierre Bourdieu.

Objetivos Específicos (ou secundários)

• Compreender a natureza e distinção dos conceitos: Estado, Poder, Burocracia e Governo;                      

• Produzir conhecimento sobre o Estado, sobre a legislação pertinente que regula e garante a Democracia como regime do Estado Brasileiro;        

• Estudar a Política como campo inerente às formas de atuação do Estado.

No contexto da pesquisa, em que se tem a perspectiva de localizar o objeto e sua configuração relacional, faz-se necessário refletir sobre o Estado e também sobre o Estado brasileiro.

Concebe-se o Estado como campo em que este é lugar de lutas por posição e distinção em função do capital adquirido e conquistado e constituído pelo caráter relacional de seus agentes.

Avalia-se que os resultados relativos às atuais e novas faces do Estado brasileiro, oriundas de uma construção e de reformas ou mesmo transformações mais significativas ocorridas no campo social, decorrem de um conjunto de fatores de toda natureza, de contextos históricos, do volume de capital de seus agentes sociais e institucionais, do próprio poder do Estado, como aquele que mantém vitalizado, ou não, o poder da crença social em si.

Portanto, como campo, não se estabelece em uma situação tranquila e estática, uma vez que o campo acolhe divergências, contradições, disputas por capitais. Compreende-se que os campos sociais - os campos político, econômico, educacional, dentre outros, conformam-se no espaço social, se diferenciam de diversas formas, seja pelo território, pela historicidade, pelas especificidades inerentes às lutas de seus agentes, pelos resultados das relações empreendidas. 

A análise institucional tende mais a delimitar-se pelo que é - como produto de sua institucionalização como teoria e como prática – do que pela precisão de seu objeto, dos fenômenos que aborda ou das teorias de que se nutre. Dessa forma, é importante pensar que as instituições, como objeto do conhecimento, estabelecem obstáculos epistemológicos que provém, por um lado, da própria natureza dos fenômenos institucionais; por outro, do sentido e função que as instituições adquirem na sociedade.

Nesse sentido, avalia-se que este trabalho pode subsidiar e contribuir, dentro dos limites de sua inserção como pesquisa, com a discussão mais aprofundada sobre o Estado, em especial sobre o Estado brasileiro.