A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa documentada desde a antiguidade, e que continua a afligir a humanidade atualmente. É causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch, e pode ser transmitido pelo ar através de tosse ou espirro de portadores ativos da bactéria. A forma mais frequente da doença é a TB pulmonar, mas não é restrito apenas a esse local, o bacilo pode infectar outros tecidos através da circulação sanguínea. A TB é uma doença prioritária do governo federal brasileiro, sendo contemplada nas ações de saúde, ela está entre as 15 principais causas de morte no mundo e mais de um milhão de pessoas morreram como consequência desta doença. Atualmente é a segunda causa de morte dentre as doenças infecto contagiosas, perdendo apenas para o HIV (vírus da imunodeficiência adquirida) que, por sua vez, apresenta a TB como sua principal causa de óbito. Portanto o objetivo deste estudo será analisar os casos de TB no Brasil no período de 2015 a 2030 por ano de acordo com local de residência. Trata-se de uma pesquisa transversal de caráter epidemiológico, desenvolvida a partir de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net, do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Sistema de Informações sobre Mortalidade ¿ SIM e os dados da polução serão oriundos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Os dados serão tabulados e analisados utilizando os programas Epi Info 3.5.3 e TabWin e o software Joinpoint 4.7.0.0. Serão calculadas médias, medianas, frequências, comparações e associações entre variáveis. Espera-se que este estudo possa contribuir norteando intervenções no controle da doença, visto que a partir do momento que se conhece a realidade local, torna-se possível implementar melhorias.

2.1. Objetivo Geral

Analisar os casos de TB no Brasil no período de 2015 a 2030 por ano de acordo com local de residência.

2.2. Objetivos Específicos

- Descrever o perfil epidemiológico da tuberculose pulmonar e extrapulmonar entre as unidades federada (UF), as capitais, zonas de fronteira, municípios e municípios de extrema pobreza, por ano;

- Calcular a frequência e os coeficientes de tuberculose pulmonar e extrapulmonar nos municípios prioritários dos estados do Brasil, por ano;

- Verificar a mudança percentual anual a dos coeficientes de tuberculose pulmonar e extrapulmonar nas capitais, zonas de fronteira, municípios de extrema pobreza e dos municípios prioritários nos estados do Brasil, por ano;

- Calcular a frequência, os coeficientes e verificar a mudança percentual anual de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial em Tratamento Diretamente Observado (TDO), nas capitais, zonas de fronteira, municípios de extrema pobreza e nos municípios prioritários dos estados do Brasil, por ano;

- Descrever os casos novos com encerramento do tratamento e os de retratamento para pulmonar e extrapulmonar nas capitais, zonas de fronteira, municípios de extrema pobreza e dos municípios prioritários nos estados do Brasil, por ano;

- Comparar quanto ao encerramento os casos novos de TB-HIV negativo e TB-HIV positivo nas capitais, zonas de fronteira, municípios de extrema pobreza e nos municípios prioritários dos estados do Brasil, por ano;

- Verificar possíveis associações das comorbidades (aids, alcoolismo, diabetes, doença mental, tabagismo, outra doença) com a ocorrência de TB pulmonar e extrapulmonar nas capitais, zonas de fronteira, municípios de extrema pobreza e dos municípios prioritários nos estados do Brasil, por ano;

- Descrever o perfil epidemiológico do índice de abandono do tratamento de TB entre população privada de liberdade com a população não privada de liberdade, nas capitais, zonas de fronteira, municípios de extrema pobreza e nos municípios prioritários dos estados do Brasil, por ano;

- Calcular o coeficiente e verificar a mudança percentual anual de TB na população em situação de rua, população privada de liberdade, profissional de saúde, imigrante, beneficiários do Programa bolsa família e população indígena, de acordo com a tipo de TB, a faixa etária, o gênero, a realização de cultura, o teste rápido para TB e o teste de sensibilidade, por ano;

- Comparar o tipo de encerramento dos casos novos de TB entre população privada de liberdade com a população não privada de liberdade, nas capitais, zonas de fronteira, municípios de extrema pobreza e nos municípios prioritários dos estados do Brasil, por ano;

- Caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de internações hospitalares por TB quanto ao gênero, a faixa etária, a cor/raça e ao regime de internação entre as capitais, zonas de fronteira, municípios de extrema pobreza e nos municípios prioritários dos estados do Brasil, por ano;

- Compara a taxa de óbitos das internações hospitalares por TB com as internações sem TB quanto ao gênero, a faixa etária, a cor/raça e ao regime de internação entre as capitais, zonas de fronteira, municípios de extrema pobreza e nos municípios prioritários dos estados do Brasil, por ano;

- Calcular a frequência, o coeficiente de mortalidade e verificar a mudança percentual anual de tuberculose na população em situação de rua, população privada de liberdade, profissional de saúde, imigrante, beneficiários do Programa bolsa família e população indígena, de acordo com a tipo de TB, a faixa etária, o gênero, por ano;

Apesar da queda identificada nos coeficientes de incidência e mortalidade ao longo dos anos por TB no Brasil, é observada elevada variabilidade entre os estados quanto a esses indicadores. Isso implica a necessidade de buscar estratégias específicas para cada local. Assim, justifica-se a proposta da presente pesquisa com o intuito de somar às estratégias mundiais e nacionais acerca deste agravo que ainda é um problema de saúde pública e milhares de pessoas ainda adoecem e morrem devido à doença e suas complicações. Ao analisar os casos de TB ao longo dos anos, ano a ano de forma detalhada, demonstrará o cenário nacional por meio dos diversos indicadores de monitoramento da doença e assim poderá contribuir com tomada de ações. Ademais, o 3º pilar proposto no plano nacional de eliminação da TB é a intensificação de pesquisa e inovação sobre TB, pois o plano prevê o monitoramento e avaliação dos indicadores ao final de cada uma das quatro fases: 2017-2020, 2021-2025, 2026­2030 e 2031­2035.