Detalhes do Projeto de Pesquisa

BANDIDO E LOUCO. O DUPLO REGISTRO DE CONTROLE DAS JUVENTUDES DE PERIFERIA

Dados do Projeto

456

BANDIDO E LOUCO. O DUPLO REGISTRO DE CONTROLE DAS JUVENTUDES DE PERIFERIA

2020/1 até 2023/2

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES

GRUPO DE PESQUISA EM HISTÓRIA DA LOUCURA

Loucura, crime e história do direito

EDUARDO SUGIZAKI

Resumo do Projeto

O projeto de pesquisa BANDIDO E LOUCO. O DUPLO REGISTRO DE CONTROLE DAS JUVENTUDES DE PERIFERIA visa o conhecimento qualitativo das juventudes de periferia, enquanto vítimas permanentes do Estado (em todas as suas esferas, municipal, estadual e federal). Os aparelhos de repressão do Estado atuam nas periferias urbanas com surpreendente desenvoltura. Os aparelhos ideológicos do Estado, como a escola, aparelhos de assistência social projetam-se, ali, como realidades alheias à comunidade local e, de diferentes maneiras, trazem para dentro do território das vilas e bairros periféricos, a diferença e a dominação de classe. Isso é visível até na diferença de composição racial dos funcionários dos governos (que atuam nas periferias) e dos habitantes dos territórios dos pobres. Ademais, os dois tipos de aparelhos colaboram e o aparelho de educação e assistência também se presta ao papel de polícia. As reflexões sobre esse tema conectam-se também aos temas da saúde pública, da constituição das famílias e dos sujeitos, da psiquiatrização e da punição dita 'socioeducativa'.

Objetivos

         Realizar um levantamento qualitativo e quantitativo sobre a base do arquivo morto de uma instituição de aplicação de medida de socioeducação em regime semiaberto para fazer o levantamento da medicalização dessa população, com especial atenção para a psiquiatrização farmacológica. 

         Produzir uma reflexão filosófica e epistemológica sobre o processo de psiquiatrização farmacológica a que são submetidas as populações em cumprimento de medida socioeducativa.

Justificativa

        A psiquiatrização da população selecionada pelo sistema judicial punitivo do Estado para a socioeducação é um processo completamente invisível para a sociedade e bem pouco conhecido pela pesquisa acadêmica. 

        A presente pesquisa visa ladear-se pelos poucos trabalhos consistentes, nesse campo (Vicentin, 2005; Conselho Regional de Psicologia, 2006; Brasil, 2007; Fuchs, 2009; Moreira, 2011; Brasil 2013; Foscarini, 2013, 2015; Lazzarotto e Carvalho, 2015;) e contribuir com eles pelo levantamento empírico de novos dados em relação a um setor de ainda maior dificuldade de acesso, que é o do regime semiaberto. 

        Além de levantamento empírico, justifica-se a relevância da pesquisa pela reflexão filosófica e epistemológica exigidas por esse processo específico de psiquiatrização farmacológica, aqui em foco, a que é submetida a população em cumprimento de medidas de meio fechado e semiaberto. 

Equipe do Projeto

Nome Função no projeto Função no Grupo Tipo de Vínculo Titulação
Nível de Curso
EDUARDO SUGIZAKI
Email: eduardosugizaki@gmail.com
Coordenador Líder [professor] [doutor]
FABIANE ASQUIDAMINI
Email: fasquidamini@gmail.com
Pesquisador Pesquisador Externo [externo] [mestre]