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NARRATIVA, TRADUÇÃO E TRANSCRIAÇÃO: DIÁLOGOS ENTRE LÍNGUAS, LINGUAGENS, GÊNEROS LITERÁRIOS E CONFIGURAÇÕES ESTÉTICAS
2018/2 até 2021/2
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES
CRÍTICA, TRADUÇÃO E TRANSCRIAÇÃO
CRÍTICA LITERÁRIA, TRADUÇÃO E TRANSCRIAÇÃO
ATILA SILVA ARRUDA TEIXEIRA
O objetivo geral dessa pesquisa é apresentar estudos sobre as relações entre Narrativa, tradução e transcriação a partir dos diálogos entre línguas, linguagens, gêneros literários e configurações estéticas que diferentes textos podem estabelecer entre si. Tendo como base estudos críticos e teóricos concernentes tanto à teoria da narrativa e à literatura comparada, quanto à transcriação e à tradução literária, com enfoque eminentemente transdisciplinar, a pesquisa pretende estabelecer conexões entre diferentes sistemas de significação e de relações intersemióticas (literatura, literatura surda, teatro, música, pintura, escultura, arquitetura, cinema, fotografia, artes plásticas e publicidade). Como objetivos específicos, esta pesquisa busca:
Analisar obras de arte observando o processo criativo no imaginário contemporâneo;
Conhecer os estudos que sustentam as teorias da narrativa, da tradução e da transcriação;
Produzir material de suporte para estudantes, pesquisadores e profissionais de diversas áreas sobre o tema proposto, direcionando-os aos estudos, comparações, leituras e reflexões em torno da tradução e da transcriação literárias, utilizando ou não as novas linguagens midiáticas;
Promover discussões sobre a acessibilidade à literatura surda para o público não ouvinte, além de refletir sobre as relações que ela estabelece com os estudos literários de uma forma geral.
Etimologicamente, o termo traduzir provém da palavra latina traducere que alude a “fazer passar”, “conduzir alguém pela mão para o outro lado, ou para outro lugar”, “transpor de uma língua para outra”; o prefixo trans-, presente em transcriação, por sua vez, significa “através de, para além de” (CUNHA, 1982, p. 780-781, respectivamente). Elaborado por Haroldo de Campos dentro das problemáticas da poesia concreta, o ensaio “Da tradução como criação e como crítica”, publicado pela primeira vez em 1962, apesar de não explicitar o vocábulo transcriação, pode ser um ponto de partida para compreendê-lo: mais que uma tentativa de adequação de significado de um texto para outro código linguístico, transcriar seria um processo de reinvenção estética de uma obra em outra língua e/ou sistema semiótico. Nesse sentido, em uma perspectiva mais radicalizada, a transcriação pode se fazer presente não apenas na tradução de uma obra para outra língua com a (re)criação de aspectos estéticos – como a passagem de contos de fadas para a literatura surda –, mas também com o diálogo (re)configuração de suas estruturas em outros gêneros literários que, por seu turno, são cada vez mais marcados pela dissolução de seus liames. Ampliando essa possibilidade para além das fronteiras literárias, o processo de (re)elaboração estética pode ainda estreitar laços com outras artes, aumentando a compreensão da linguagem artística em sua riqueza e multiplicidade de leituras críticas e redimensionando as noções de literatura e de crítica literária, sempre em diálogo com o contexto sócio-histórico e cultural.
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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ATILA SILVA ARRUDA TEIXEIRA
Email: atilalit@gmail.com |
Coordenador | Pesquisador | [] | [] |