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PRODUÇÃO HABITACIONAL CONTEMPORÂNEA: IMPACTOS NA RECONFIGURAÇÃO URBANA E SOCIOESPACIAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA
2018/1 até 2025/2
ESCOLA DE DIREITO, NEGÓCIOS E COMUNICAÇÃO
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
Planejamento Urbano e Ambiental
LUCIA MARIA MORAES
O objetivo geral da pesquisa é o mapeamento físico e social da produção habitacional contemporânea no espaço urbano da Região Metropolitana de Goiânia, visando identificar o padrão de inserção urbana dos novos empreendimentos, a espacialização da moradia por segmentação social e tipologia construtiva, os novos vetores e estratégias de ação do capital imobiliário, bem como o impacto sociourbano das intervenções no ambiente construído, notadamente sobre os padrões de segregação socioespacial vigentes.
Nesse sentido, tem-se como objetivos específicos:
As mudanças nas condições de provisão da moradia no Brasil e a nova dinâmica construtiva do mercado imobiliário, incrementada, sobretudo, a partir dos anos 2000, vem produzindo mudanças profundas na paisagem urbana da jovem metrópole Goiânia, alterando bruscamente seu perfil, de até bem pouco tempo, cidade média, com fortes raízes camponesas.
Esse processo tem como vetor determinante a indústria da construção civil que, em função da reestruturação da política habitacional (sobretudo a partir da Criação do Ministério das Cidades, em 2004), de um conjunto de transformações no circuito imobiliário, nos financiamentos e expansão do crédito ao consumidor, recebeu significativa ampliação dos subsídios e de todas as fontes de recursos do Sistema Financeiro Habitacional (FGTS, FAR, FDS, FAT, OGU, CAIXA e SBPE), incrementando a produção voltada ao segmento econômico de imóveis, assim como a produção para a classe média, configurando um verdadeiro boom imobiliário a partir de 2007; considerando um cenário de variáveis macroeconômicas favoráveis, com a recuperação do emprego e elevação da renda dos trabalhadores, que sofre forte reversão a partir de fins de 2014, com o agravamento da crise econômica.
No campo da organização e gestão empresarial, o mercado de incorporação e construção civil goianiense vem passando por um processo de inovações que vão desde as novas formas de atuação mercadológica, forte movimento de formação de parcerias e fusões entre empresas locais e grandes grupos nacionais, até a entrada de capital estrangeiro no mercado local. Em termos de novos padrões de empreendimentos e equipamentos urbanos, destaca o acentuado aumento de lançamentos para classe AAA, decorrentes dos novos estilos de moradia (verticalização de “alto luxo”, condomínios resorts, life style e condomínios horizontais fechados - CHFs) e novos padrões comerciais (edifícios inteligentes, new concept of comercial office, business style).
Em outra vertente, ao lado desse imanente fenômeno luxuoso, a questão da moradia popular continua a ocupar os espaços distantes do centro urbano, sem canais de inserção na cidade, e vê se perpetuar anos a fio bairros extremamente carentes, em condições habitacionais de alta insalubridade. Embora a metrópole goianiense não tenha favelas nem morros podendo camuflar a visibilidade da carência habitacional, as famílias sem casa e em péssimas condições de moradia se encontram espalhadas pelas várias regiões do espaço metropolitano. Com o crescimento populacional desordenado, os problemas no setor de moradia foram se agravando e sendo transferidos para os demais municípios da RMG.
Assim, os assentamentos irregulares instalados nas áreas de proteção ambiental, não se constituem em simples ato de desrespeito à legislação urbanística e ambiental, mas antes, manifestação ou materialização da lógica excludente da produção social das cidades capitalistas, que longe de ser apenas o lócus da produção espacial é ela própria, espaço de lutas entre as classes sociais e objeto de acumulação de rendas e riquezas, pela ação do capital imobiliário.
Mesmo com a retomada da provisão estatal e os financiamentos públicos para o setor imobiliário com inclusão das camadas de baixa renda, promovida, principalmente, com o programa Minha Casa Minha Vida, o oportunismo do capital imobiliário, que sabe capitalizar a tendência geral de crescimento ao consumo, dificulta as possibilidades de se eliminar o processo de segregação residencial que vem se acentuando na metrópole goianiense.
Nesses termos, a presente pesquisa justifica-se pela necessidade de conhecer e sintetizar os impactos da provisão habitacional recente na reconfiguração urbana e socioespacial dessa jovem metrópole, permitindo evidenciar como essa política pública ampliou o acesso das classes de menores rendas ao mercado formal de moradia, sobretudo, “a partir da atração da iniciativa privada para o chamado segmento econômico de imóveis” (SHIMBO, 2010), assentada via de regra nos financiamentos habitacionais, acarretando o endividamento das famílias; cujo padrão e localização (novas tipologias, verticalização da periferia, condomínios clubes) vem implicando novas sociabilidades e urbanidades, e impactando incisivamente na configuração de novas centralidades no espaço metropolitano de Goiânia – uma “nova geografia urbana (DE MATTOS, 2010).
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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DEUSA MARIA RODRIGUES BOAVENTURA
Email: deusa@pucgoias.edu.br |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |
LUCIA MARIA MORAES
Email: lucia.arq@pucgoias.edu.br |
Coordenador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |