Este estudo objetivará identificar a presença de Demência Vascular em paciente adulto jovem após episódio de Acidente Vascular Encefálico. Para isso será utilizada uma bateria neuropsicológica em um contexto hospitalar ambulatorial. Serão aplicados testes psicológicos que avaliarão as funções cognitivas, dentre elas: atenção, memória, linguagem, percepção visual, praxia e funções executivas. Esta avaliação ocorrerá em um momento, sendo em fase de 6 a 14 meses pós o AVE. A pontuação obtida de cada participante será analisada mediante a faixa etária, fatores de risco e tempo de reabilitação. Participarão desse estudo 45 adultos, com mais de seis meses de diagnóstico de Acidente Vascular Encefálico, de ambos os sexos, com idade mínima de 20 anos e máxima de 59 anos. As avaliações serão realizadas pela pesquisadora no período de seis meses, em um consultório de atendimento psicológico, em um Centro de Reabilitação da Região CentroOeste do Brasil. Após a aplicação desses instrumentos será observado e correlacionado o desempenho cognitivo desses pacientes de acordo com os déficits apresentados em relação a faixa etária, fatores de risco e tempo de reabilitação. Os dados subsidiarão a melhor estruturação do serviço de avaliação neuropsicológica e reabilitação cognitiva no referido hospital e melhor descreverão situações de risco para o desenvolvimento da Demência Vascular.

Objetivo Geral
Identificar a presença de Demência Vascular em pacientes adultos jovens pós AVE.
Objetivos específicos
1) Descrever o perfil neuropsicológico de pacientes pós AVE após no mínimo 6 meses e no máximo 14 meses de lesão. 2) Identificar se há presença de declínio cognitivo em pacientes pós AVE em um intervalo de seis meses de avaliação.
3) Correlacionar o perfil neuropsicológico pós AVE mediante presença de fatores de risco (Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial e Dislipidemia).
4) Correlacionar o perfil neuropsicológico de pacientes pós AVE mediante idade.
5) Estabelecer indicadores precoces na avaliação neuropsicológica de uma possível evolução para Demência pós AVE.

        As doenças crônicas vêm aumentando gradativamente na população brasileira ocasionando, frequentemente, alterações neurológicas como o Acidente Vascular Encefálico (AVE), principalmente em adultos jovens (Andrade, Brucki, Bueno, & Neto, 2012). A literatura aponta a existência de alguns s fatores de risco que podem potencializar ou agravar um episódio de AVE tais como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial e Dislipidemia (Unverzagt, et al., 2011). Contudo, a mudança comportamental exigida para eliminação desses comportamentos de risco para AVE muitas vezes não são observadas nos indivíduos nem mesmo após seu acometimento. Desta forma, a manutenção desses fatores de risco juntamente com o AVE já instalado podem contribuir e/ou potencializar o desenvolvimento de uma Demência Vascular. Essa doença torna o indivíduo cada vez mais disfuncional, incapacitante e com prejuízo psicossocial importante.
        De acordo com a literatura, observa-se a existência de poucas referências relacionando a especificidade da lesão do AVE e o surgimento de DV em pacientes adultos jovens pós AVE (Henriques, Henriques & Jacinto, 2015). Essa escassez se faz mais presente nas publicações nacionais. Com isso, o profissional da Neuropsicologia necessitará avaliar o indivíduo afetado pelo AVE e o acompanhar, no decorrer do tratamento de reabilitação, a fim de descrever os impactos sofridos e a possibilidade do aumento da disfuncionalidade caso uma DV se instale.
A presença dos fatores de risco está diretamente relacionado a idade avançada (estar acima de 60 anos), são variáveis que podem contribuir para um aumento da probabilidade da evolução do AVE para um quadro de DV. A avaliação neuropsicológica pode contribuir na identificação desse quadro. Para avaliar as funções cognitivas, deve-se realizar uma bateria de testes que viabilize informações em relação às seguintes habilidades: a) atenção; b) percepção; c) memória; d) praxia; e) linguagem e f) funções executivas.
        Deste modo, julga-se que esta bateria fornecerá dados cognitivos importantes para a avaliação, a descrição detalhada dessas funções e o consequente acompanhamento de pessoas portadoras da lesão neurológica vascular e a identificação do diagnóstico precoce. Reconhecendo que o quanto antes o indivíduo for identificado com perfil cognitivo que se remete a um quadro de DV melhor ele será respaldado no decorrer da evolução da doença.
        Caso seja identificado um declínio no desempenho cognitivo, pode-se pensar em um programa de reabilitação cognitiva, em uma avaliação neuropsicológica seriada e em todo o acompanhamento clínico especializado, conforme as demandas da demência apresentada. Diante disto, este trabalho pode contribuir para identificação precoce de sinais de DV neste público alvo e sugerir, consequentemente, um melhor respaldo no tratamento multiprofissional de reabilitação a pessoas que apresentam tal patologia.