Este projeto é um desdobramento de outros dois projetos aprovados anteriormente pelo CNPq cujos resultados indicaram altos índices de vitimização, ideação e tentativa de suicídio entre as crianças e adolescentes de Goiânia. O presente projeto tem como objetivo propor uma intervenção psicológica e psicoeducativa baseada nos construtos da Psicologia Positiva a grupos de jovens e adultos a fim de potencializar os recursos positivos apresentados por eles e minimizar os riscos à saúde mental mais especificamente daqueles vinculados às situações de violência interpessoal ou autoprovocada (comportamentos suicidas), além de avaliar a eficácia, eficiência e efetividade desta intervenção. Este trabalho inscreve-se no marco dos estudos da Psicologia Positiva, psicopatologia do desenvolvimento, da avaliação psicológica e da intervenção e prevenção em psicologia e tem como objetivos: 1) Avaliar os níveis de saúde e bem estar de jovens e adultos de Goiânia por meio de medidas da Psicologia Positiva; 2) Avaliar quais medidas da Psicologia Positiva apresentam maior poder explicativo sobre a saúde e bem estar dos participantes; 3) Desenvolver um modelo de intervenção psicológica e psicoeducativa destinada a grupos de jovens e adultos com base na Psicologia Positiva e utilizando a potencialização dos recursos psicológicos levantados anteriormente como de maior impacto na saúde e bem estar dos participantes; 4) Avaliar a eficácia, efetividade e eficiência da intervenção proposta; 5) Avaliar o impacto de intervenções em Psicologia Positiva em um grupo de jovens e adultos diminuem as vivências de violências interpessoais e autoprovocadas. Trata-se de um estudo quali-quantitativo de coorte, descritivo e correlacional, com ensaio clínico randomizado controlado, cujo desenvolvimento prevê quatro etapas: 1ª Etapa: Avaliação dos fatores de proteção e risco psicossocial de jovens e adultos; 2ª Etapa: Seleção do grupo e realização da intervenção psicológica e psicoeducativa em Psicologia Positiva e avaliação da efetividade das técnicas utilizadas; 3ª Etapa: Avaliação da eficácia da intervenção proposta; 4ª Etapa: Follow up (após um mínimo de três meses do término das intervenções). Os participantes serão 600 jovens e adultos que estejam na matriculados em Universidades ou campos de estágios que aceitarem fazer parte do estudo e obedecerem aos critérios de inclusão e exclusão. Utilizar-se-á um conjunto de instrumentos de medida de saúde, bem estar e outras medidas da Psicologia Positiva que serão aplicados de forma espiralada a fim de não produzirem efeitos nos resultados ou cansaço nos participantes. Os grupos de intervenção serão de no máximo 15 participantes. Ao final do projeto pretende-se apresentar um modelo de intervenção em Psicologia Positiva aplicado a grupos de jovens e adultos que previna suicídio e outras violências e desenvolva saúde.

       Este trabalho inscreve-se no marco dos estudos desenvolvidos sob o enfoque da psicologia positiva, psicopatologia do desenvolvimento, da avaliação psicológica e da intervenção e prevenção em psicologia. Com este estudo pretende-se desenvolver e testar um modelo de intervenção psicológica e psicoeducativa com base na Psicologia Positiva para grupos de jovens e adultos. Portanto, é objeto primário deste estudo: Melhorar os índices de saúde, bem estar e prevenir violências em jovens e adultos. São objetos secundários a este estudo: 

1.        Avaliar os níveis de saúde e bem estar dos de jovens e adultos de Goiânia por meio de medidas da Psicologia Positiva. 

2.        Avaliar quais medidas da Psicologia Positiva apresentam maior poder explicativo sobre a saúde e bem estar dos participantes. 

3.        Desenvolver um modelo de intervenção psicológica e psicoeducativa destinada a grupos de jovens e adultos com base na Psicologia Positiva utilizando como meta a potencialização dos construtos levantados anteriormente como de maior impacto na saúde e bem estar da população estudada. 

4.        Avaliar a eficácia, efetividade e eficiência da intervenção proposta no grupo participante. 

5.        Avaliar o impacto de intervenções em Psicologia Positiva ao longo do tempo (follow up).

6.        Avaliar se a potencialização de recursos humanos e saúde em grupos de jovens e adultos diminuem as vivências de violências interpessoais e autoprovocadas.   

        Este projeto é um desdobramento de outros dois projetos apresentados e aprovados anteriormente pelo CNPq, “Avaliação Psicológica dos processos de polivitimização e resiliência em crianças e adolescentes” e “Avaliação de ideação e tentativa de suicídio em adolescentes da cidade de Goiânia” desenvolvidos pela autora em conjunto com o Grupo de Pesquisa em Avaliação e Intervenção Psicológica em Saúde do CNPq. 

        Os resultados de ambos os projetos indicaram altos índices de vitimização sofrida pela população estudada. As análises de dados indicaram que cerca de 70% desses adolescentes vivenciaram ao menos uma situação de violência no último ano, 50% dos adolescentes relataram a vivência de mais de dois tipos de violência no último ano e quase 20% relataram a vivência de mais de quatro tipos de violência no último ano, sendo considerados, portanto, polivítimas. Além disso, foram encontrados níveis significativos de ideação e tentativa de suicídio e relações entre a vivência de violência e manifestações psicopatológicas (Araújo (no prelo); Faria, 2015; Martinho & Zanini (no prelo); Veríssimo & Zanini, 2015). Além disso, outro estudo vinculado aos projetos anteriores foi realizado com 513 indivíduos entre 18 e 59 anos, estudantes universitários de duas instituições de ensino superior de Goiânia e revelou altos índices de vitimização também nessa faixa etária, sendo que os relatos de vitimização em todos os crivos, foi maior ao longo da vida, do que no último ano. No crivo de crimes convencionais 69,6% (250) dois ou mais episódios, no crivo maus tratos 54,1% foi revitimizado ao longo da vida. No crivo violência sexual 38,3% (147) afirmaram terem sido revitimizados, por fim, 80,9% (296) contaram ter sido vítimas duas ou mais vezes. 

        Esses altos índices de violência, também foram associados a problemas psicológicos internalizantes e externalizantes. Esses dados apontam para a necessidade de intervenções que buscassem diminuir o nível de sofrimento da população e fornecer recursos psicossociais para que possam fazer frente a este problema. 

        É com base nessa perspectiva que este projeto se estabelece como uma possibilidade de construção de intervenções em Psicologia Positiva em saúde voltadas para jovens e adultos com o objetivo de desenvolver recursos psicossociais para o enfrentamento das situações de violência e dos aspectos relacionados com ela e para o desenvolvimento do potencial humano e saúde.  Desta forma, o presente projeto tem como objetivo propor uma intervenção psicológica e psicoeducativa baseada nos construtos da Psicologia Positiva a fim de potencializar os recursos positivos apresentados pelos participantes e minimizar os riscos à saúde mental mais especificamente daqueles vinculados às situações de violência interpessoal ou autoprovocada (comportamentos suicidas). Também é objetivo do presente projeto avaliar a eficácia, eficiência e efetividade da intervenção proposta para este grupo.