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A FILOSOFIA E AS REPRESENTAÇÕES DO FEIO NA ARTE
2019/2 até 2021/1
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES
GRUPO DE PESQUISA EM FILOSOFIA
História da Filosofia
ELIANA BORGES FLEURY CURADO
2.1. Objetivo Geral (ou primário)
Propor como resultado da investigação sobre as representações do feio na arte uma resposta à pergunta sobre ser possível ou não a experiência genuína do feio mediada pela arte.
É possível dizer que, ao nos depararmos com a representação do feio na arte, respondemos a essa representação do mesmo modo como responderíamos ao objeto feio na realidade? Dada a admiração pela habilidade técnica na representação do feio, a experiência pode ser caracterizada como sendo fealdade (em relação ao conteúdo retratado) ou como beleza (pela apreciação da técnica)?
2.2. Objetivos Específicos (ou secundários)
Determinar e que medida a relação entre mito e paidéia, na cultura grega, resulta, do ponto de vista de Platão, na formação de uma geração moralmente deficiente e, portanto, despreparada para a vida em sociedade e a convivência harmoniosa e pacífica com seus pares.
Investigar as reflexões do filósofo grego Platão sobre a arte, com a finalidade de demonstrar que, como a arte deve ser entendida de um ponto de vista metafísico, o feio não pode dela fazer parte, sob pena de comprometer a ordem social.
Extrair, das reflexões de Santo Tomás de Aquino acerca da beleza, a tese de que a arte deve ter como objeto o belo, sendo este inseparável do sublime e do sagrado.
Avaliar criticamente a afirmação de que a “Arte pela arte”, cujos representantes principais são Oscar Wilde e Allan Poe, é a defesa da independência do fenômeno artístico de determinações externas a ele.
Demonstrar que a indústria cultural, tal como a percebem os filósofos da Escola de Frankfurt por meio da reprodutibilidade técnica não somente transforma o feio em belo, mas também o transforma em mercadoria e, portanto, em algo que possa ser desejado, forjando o gosto, e comercializado, forjando o consumo.
Examinar a afirmação hodierna de que “gosto não se discute” e, a partir dela, discutir a ideia de mau gosto como tradução da discordância em relação a preferências. Ainda, quer-se debater a possibilidade ou impossibilidade de haver uma medida de gosto que não seja subjetiva.
A relevância do tema se nos apresenta de modo claro primeiramente por se tratar de uma investigação marginal na história do pensamento. A ideia de beleza nunca abandonou a produção artística ao longo de nossa história. Ela sempre esteve presente, mesmo em períodos em que o esforço empregado para produzir arte não se desvinculava do esforço de transgredir um ideal universal de beleza ou, quando muito, de ampliar a extensão do conceito.
Se a história da arte é a história da beleza, ou ainda, a história do esforço humano em identificar, capturar e reproduzir a beleza, o feio deve ser suprimido, contido, negado. O interesse de alguns filósofos em definir a beleza ou em apontar as implicações políticas e sociais do fenômeno artístico em geral gerou a compreensão da fealdade como antítese do belo ou, ainda, como a ausência de beleza. Isso significa precisamente que a arte se define em essência pela capacidade que tem o artista de projetar coisas belas, o que exclui qualquer outra experiência estética como legítima, à exceção do sublime. Essa percepção, por si só, já é motivo suficiente para investigarmos o tema.
A pesquisa se justifica, ainda, pelo pouco interesse dos filósofos pela estética, em geral, e pelo feio, em particular. A Filosofia da Arte passou a integrar os currículos dos cursos de filosofia em caráter obrigatório apenas no século XXI, enquanto a Filosofia da Ciência, a Metafísica, a Teoria do Conhecimento, a Lógica etc., já integram a grade curricular dos cursos desde sua criação. Isso é significativo do modo como percebemos a arte, e que talvez tenha origem na própria ideia de “saída do mito” como recusa do imaginário, dos poetas, da poesia e, por extensão, da arte como via de conhecimento. Se a arte ocupou um lugar secundário na história do pensamento, ao menos até o século XX, o feio, como objeto artístico, pouco interesse despertou, embora sempre tenha rondado a arte.
A pesquisa se justifica não somente por um certo ineditismo do tema, como já foi dito, mas também por sua abrangência, capaz de promover novas reflexões, ao convocar a adesão de filósofos e de pesquisadores de áreas afins. É também de interesse acadêmico a pesquisa aqui proposta, porque pode oferecer novos horizontes de investigação.
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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ELIANA BORGES FLEURY CURADO
Email: curadoeliana@gmail.com |
Coordenador | Líder | [professor] | [doutor] |
JOAO ALBERTO ARAUJO DAS DORES
Email: joaoalberto.advo@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |
NATA SILVA NAZARENO
Email: lapiseborracha@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |
PAULO VINICIUS DE OLIVEIRA
Email: freipaulovinicius@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [] | [] |
WAGNER MELO DE SOUZA FILHO
Email: wagnermelodesouzafilho@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |