Detalhes do Projeto de Pesquisa

A MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS: PERCEPÇÕES MATERNAS

Dados do Projeto

372

A MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS: PERCEPÇÕES MATERNAS

2019/2 até 2023/2

ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA SAÚDE

GRUPO DE INVESTIGAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE E INTEGRALIDADE DO CUIDADO

Teorias, Métodos e Processos de Cuidar em Saúde

MAYSA FERREIRA MARTINS RIBEIRO

Resumo do Projeto

Uma nova epidemia surge no Brasil, em 2015, a microcefalia por Zika vírus, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar emergência internacional de saúde pública. Crianças com microcefalia, com histórico materno de Zika, podem apresentar lesões encefálicas severas e com prognóstico reservado. O nascimento de um filho com deficiência gera sofrimento, altas demandas de cuidado e energia investida no papel de mãe, em detrimento de outras áreas da vida da mulher. Dessa forma, desejamos compreender como as mães enfrentaram o recebimento do diagnóstico da infecção por Zika durante a gestação e o diagnóstico microcefalia por Zika vírus dos filhos. Conhecer quais as repercussões deste diagnóstico na vida das mães e como elas lidam com os desafios e quais as estratégias de enfrentamento utilizadas. Compreender como elas descrevem a assistência recebida? Para responder estes questionamentos utilizamos a metodologia da pesquisa qualitativa, tendo como referencial metodológico a Teoria Fundamentada nos Dados. A população será composta pelas mães de crianças com diagnóstico de microcefalia por Zika vírus, atendidas no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo CRER, em Goiânia Goiás. Outro objetivo será realizar uma revisão sistemática de estudos que avaliaram aspectos relacionados à saúde física e emocional das mães de crianças com microcefalia pelo Zika vírus; para este objetivo usaremos as recomendações PRISMA para guiar o processo metodológico. Palavras-chave: microcefalia, Zika vírus, mãe, família.

Objetivos

Objetivo geral 

- Compreender as vivências maternas no contexto da microcefalia por Zika vírus.  

Objetivos específicos 

- Apreender as vivências relacionadas ao recebimento do diagnóstico de Zika vírus na gestação e da microcefalia congênita. 

- Compreender o significado da maternidade no contexto da microcefalia.

- Entender as percepções materna sobre a assistência recebida.  

Justificativa

        Pais expectantes aguardam o nascimento de um bebê, imaginando o quão saudável será, com a perspectiva de um filho dentro dos padrões estabelecidos e considerados normais. Dessa forma, a vinda de um filho com deficiência produz sentimentos intensos como negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, já descritos por Kübler-Ross, como estágios cíclicos e particulares pelos quais passam àqueles que recebem um diagnóstico muito desfavorável, caracterizado por perda pessoal de grandes proporções, no caso a perda do filho (esperado) sem deficiência (KÜBLER-ROSS, 1996). A criança com deficiência modificará a dinâmica familiar, com maiores exigências de cuidados e gastos extras visando assistir às necessidades emergentes, levando ao aumento de estresse parental, sobrecarga e redução da capacidade financeira familiar (ALBUQUERQUE et al., 2015).

        Dessa forma, os cuidadores podem ter ameaçados seu bem-estar físico, mental, familiar e social, com alterações, por exemplo, na qualidade de sono, medo do futuro e aumento da ansiedade, maiores chances de desenvolverem doenças crônicas e depressão, diminuição da liberdade e independência do casal, alterações na vida conjugal e profissional, gerando instabilidade econômica, tanto por aumento dos gastos quanto pelo maior risco de desemprego (ISA et al., 2016). Contudo, o impacto da deficiência pode ser diferente para pais e mães. A mãe, como geralmente assume o papel da cuidadora principal ou, em casos não raros, a cuidadora exclusiva, ela sofre um impacto maior. O nascimento do filho e as demandas de cuidado exigidas provocam expansão de grande parcela de tempo e de energia investida no papel de mãe, em detrimento de outras áreas da vida da mulher (RIBEIRO et al., 2016). A figura materna, dessa forma, se torna mais susceptível a desgastes físicos, emocionais e sociais pela maior sobrecarga e estresse a que é submetida, levando à diminuição de sua qualidade de vida e da qualidade dos cuidados prestados (SANTOS et al., 2010; BRACCIALLI et al., 2012; ALBUQUERQUE et al., 2015).

        Com esse estudo levaremos importantes contribuições para a saúde pública, como informar às políticas públicas de saúde sobre como as mães das crianças com microcefalia recebem o diagnóstico e o quão impactante é esse diagnóstico em sua vida e em sua família, bem como, mostrar fatores que possam concorrer para agravar o sofrimento, o stress e a sobrecarga da mãe e, além disso, compreender o quanto as mães tem conseguido se adaptar e como desenvolvem a resiliência necessária.

        Acrescentaremos também a contribuição de subsidiar informações úteis para que os profissionais da saúde possam assistir a esta população em suas necessidades específicas e contribuir para fortalecer a adoção de estratégias que promovam a reabilitação e inserção social e comunitária das crianças e de suas famílias.

Equipe do Projeto

Nome Função no projeto Função no Grupo Tipo de Vínculo Titulação
Nível de Curso
CEJANE OLIVEIRA MARTINS PRUDENTE
Email: cejanemp@hotmail.com
Pesquisador Pesquisador [professor] [doutor]
FLAVIA CARVALHO RODRIGUES
Email: flaviacr2303@hotmail.com
Pesquisador Estudante [aluno] [null]
MAYSA FERREIRA MARTINS RIBEIRO
Email: maysa.enf@pucgoias.edu.br
Coordenador Pesquisador [] []
MONICA IZABELLA CHAGAS MOREIRA
Email: izabellafisio@hotmail.com
Pesquisador Pesquisador Externo [externo] [mestre]
THALITA REZENDE PEREIRA
Email: thalitaivd@hotmail.com
Pesquisador Estudante [aluno] [null]
VANESSA DA SILVA CARVALHO VILA
Email: vanessa.enf@pucgoias.edu.br
Pesquisador Líder [professor] [doutor]