A vivência de situações de violência com potencial para causar traumas é denominada vitimização. A vitimização contra crianças e adolescentes, de acordo com os dados demográficos e estudo empíricos, está aumentando o que torna uma preocupação social. Os maus tratos é o tipo de vitimização de maior incidência nesta faixa etária, portanto muitos estudos buscam investigar o impacto deste tipo de vitimização e o desenvolvimento de sintomas de Transtornos de Estresse Pós Traumático, assim como o impacto em aspectos emocionais e funções cognitivas, porém ainda são escassos os estudos que buscam identificar o impacto de outros tipos de vitimização como a vitimização convencional, vitimização por pares, vitimização testemunhada e a polivitimização sobre as funções executivas nesta importante faixa etária. As funções executivas são processos cognitivos complexos responsáveis pela nossa capacidade em selecionar o foco da atenção, armazenar e manejar informações de curto prazo assim como planejar estratégias e readequadar esses estratégicas quando necessário. Neste sentido é uma função complexa relacionada com processos de aprendizagem e adaptação a ambientes novos, assim extremamente importante na infância e adolescência. Neste sentido o presente projeto tem como foco a avaliação do desempenho cognitivo de crianças e adolescentes vítimas de violência. Tentar-se-á examinar o impacto da violência no desempenho cognitivo de crianças e adolescentes entre seis a 16 anos, divididos em dois grupos: o primeiro vítimas de violência e o segundo não vítimas de violência, comparando seus desempenhos em instrumentos específicos de avaliação psicológica. Tentar-se-à também padronizar o uso da Torre de Hanói como instrumento de avaliação das funções executivas. Os objetivos específicos são: descrever os índices de polivitimização segundo sexo e idade; avaliar comparativamente os indicadores do nível intelectual (funções executivas e inteligencia) nos dois grupos: crianças que sofreram múltiplas violencias (polivitimizadas) e crianças não polivitimizadas; avaliar comparativamente o desempenho escolar nos dois grupos: crianças que sofreram múltiplas violencias (polivitimizadas) e crianças não polivitimizadas; avaliar quais são os componentes das funções executivas discriminados na ToH; avaliar a relação entre o tempo gasto para a realização de cada tarefa (etapa) da ToH e o desempenho do sujeito; comparar os resultados (ToH, FDT, WISC IV ) e analisar se houve ou não validade convergente.

O projeto tem como foco a avaliação do desempenho cognitivo de crianças e adolescentes vítimas de violência. Tentar-se-á examinar o impacto da violência no desempenho cognitivo de crianças e adolescentes entre seis a 16 anos, divididos em dois grupos: o primeiro vítimas de violência e o segundo não vítimas de violência, comparando seus desempenhos em instrumentos específicos de avaliação psicológica. Tentar-se-à também padronizar o uso da Torre de Hanói como instrumento de avaliação das funções executivas.
Os objetivos específicos são:
- descrever os índices de polivitimização segundo sexo e idade.
- avaliar comparativamente os indicadores do nível intelectual (funções executivas e inteligencia) nos dois grupos: crianças que sofreram múltiplas violências (polivitimizadas) e crianças não polivitimizadas.
- avaliar comparativamente o desempenho escolar nos dois grupos: crianças que sofreram múltiplas violências (polivitimizadas) e crianças não polivitimizadas.
- avaliar quais são os componentes das funções executivas discriminados na ToH.
- avaliar a relação entre o tempo gasto para a realização de cada tarefa (etapa) da ToH e o desempenho do sujeito.
- comparar os resultados (ToH, FDT, WISC IV ) e analisar se houve ou não validade convergente.

A violência contra crianças e adolescentes é um grave problema que atinge e prejudica essa população durante um importante período de desenvolvimento. Dados mundiais revelam que 16% da população geral são vitimas de pelo menos um crime no último ano e 40 milhões de menores de 15 anos sofreram abusos e negligência (Krug, 2002). Aproximadamente 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos menores de 18 anos mantiveram relações sexuais forçadas ou sofreram outras formas de vitimização por violência sexual que envolveu contato físico (Murray, 2012). Ainda que existam evidências que demonstrem as consequências em amostras de adolescentes e adultos, sugerindo um impacto a médio e longo prazo, os prejuízos na infância
ainda não foram suficientemente reportados.

 Assim, a proposta desse trabalho é avaliar o desempenho cognitivo, especificamente inteligência e funções executivas, de crianças e adolescentes vítimas de violência. Tentar-se-a avaliar o impacto da violência no desempenho cognitivo de crianças e adolescentes entre 6 a 16 anos, divididos em dois grupos: o primeiro vítimas de violência e o segundo não vítimas de violência. Pretende-se também contribuir para a área de avaliação neuropsicológica desenvolvendo a padronização da Torre de Hanói, um instrumento amplamente usado em avaliações neuropsicológicas, mas que não apresenta consenso quanto aos componentes que ele avalia, nem quanto à sua forma de aplicação e correção.