O projeto visa investigar os fundamentos que geraram o processo de barbarização na sociedade moderna, à luz da Teoria Crítica da Sociedade, a fim de se compreender a condição de adoecimento docente nas Instituições de Ensino Superior Privadas na contemporaneidade.

 Geral

• Investigar os fundamentos que geraram o processo de barbarização na sociedade moderna, à luz da Teoria Crítica da Sociedade, a fim de se compreender a condição de adoecimento docente nas Instituições de Ensino Superior Privadas na contemporaneidade.

 Específicos

• Conhecer os processos sócio-históricos nos quais se assentam os mecanismos que deram origem à barbárie na modernidade, com base na Teoria Crítica da Sociedade.
• Analisar, a partir de uma pesquisa bibliográfica, os conteúdos de teses, dissertações e artigos reconhecidos pelo sistema Qualis/Capes que tratam do adoecimento docente nas Instituições de Ensino Superior Privadas nos últimos dez anos.
• Estabelecer a inter-relação entre os antecedentes históricos do processo de barbárie instalado nas sociedades atuais e os conteúdos objetos desta investigação – teses, dissertações e artigos –, que se referem ao processo de adoecimento docente, especialmente, nas Instituições de Ensino Superior Privadas.
• Formar pesquisadores a partir de um trabalho conjunto entre a coordenação deste projeto e acadêmicos da Graduação e Pós-Graduação.
• Elaborar um evento para discutir sobre os resultados da temática objeto de análise após a finalização da pesquisa.
• Produzir artigos tanto individualmente como em conjunto com os participantes (acadêmicos da Graduação e Pós-Graduação) da pesquisa.

        A pesquisa referente ao adoecimento docente, que se entende estar imbricada intrinsecamente com a racionalidade moderna administrada, que, de acordo com Weber (2012), mantém-se dessa forma por meio de instituições sociais que se organizam para tornarem concretos o domínio e o controle das vontades individuais e coletivas no modo de produção capitalista, justifica-se em virtude não apenas de sua atualidade, mas, acima de tudo, porque o desvelamento desta temática pode contribuir com a confrontação ao triunfo dessa razão instrumental, que ora vem transformando, com a sua promessa ilusória de progresso e exercício da cidadania, as consciências individuais, singulares, em consciências subsumidas no coletivo, tornando, dessa maneira, adoecidas, principalmente, no âmbito das instituições privadas.

        Trata-se, consoante já se vem expondo, de uma ideologia que alardeia a esperança da participação democrática e da livre conquista do espaço social, por um lado, mas, por outro, por intermédio dos seus mecanismos de competição, de controle e de dominação, solapa tal possibilidade dos sujeitos, instalando, de forma regressiva, um processo anticivilizatório, portanto, de barbarização. Na concepção adorniana, a barbárie é explicada exatamente a partir deste contrassenso, isto é:

[...] que, estando na civilização do mais alto desenvolvimento tecnológico, as pessoas se encontrem atrasadas de um modo peculiarmente disforme em relação a sua própria civilização – e não apenas por não terem em sua arrasadora maioria experimentado a formação nos termos correspondentes ao conceito de civilização, mas também por se encontrarem tomadas por uma agressividade primitiva, um ódio primitivo ou, na terminologia culta, um impulso de destruição, que contribui para aumentar ainda mais o perigo de que toda esta civilização venha a explodir, aliás uma tendência imanente que a caracteriza (ADORNO, 1995, p. 155).

        É por isso que, na visão deste filósofo, tomar este processo de barbarização como alvo de discussão tornou-se condição imprescindível para a educação. Daí a relevância e a pertinência de pesquisas serem voltadas para a temática relativa ao adoecimento docente no espaço das instituições de ensino superior privadas, seja no que tange ao aspecto corporal seja no que diz respeito ao aspecto psíquico.

        Hoje, frente aos avanços vertiginosos do modelo neoliberal, as consciências, pressionada pelo excesso de controle e, também, pelo não reconhecimento do seu trabalho realizado enquanto trabalhador, esgotam-se nelas mesmas, consequentemente, sucumbindo-se ao adoecimento por se sentirem instrumentos dessa lógica perversa e alienante, que prima, sobretudo, pela perspectiva do “pensamento unidimensional”.

        Daí ser oportuno inclinar-se a presente pesquisa para o conhecimento do fundamentos que vêm impondo uma sobrecarga cada vez maior de sofrimento aos docentes do Ensino Superior privado culminando em um exacerbado processo de desumanização.