O trabalho pode se caracterizar como uma das fontes de satisfação de diversas necessidades humanas e ocupa um papel importante na vida de todo indivíduo, por isso é um fator relevante na formação da identidade, da inserção social e da sobrevivência. Por outro lado, também pode ser fonte de adoecimento quando contém fatores de risco para a saúde. São comuns investigações científicas sobre as condições de trabalho e sua relação com a saúde em contextos laborais onde o risco à saúde é mais evidente, como por exemplo, contextos fabris. Em contextos onde este risco é menos evidente, como o caso do fisioterapeuta, estes estudos são menos frequentes. Nesse contexto, o objetivo do projeto consiste em avaliar a saúde ocupacional de fisioterapeutas atuantes em Goiânia-GO. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e descritivo, que será realizado com 364 fisioterapeutas. Serão incluídos todos os fisioterapeutas atuantes em Goiânia, de ambos os sexos, e todas as idades e que possuam qualquer tipo de vínculo empregatício. Serão excluídos os participantes autônomos ou proprietários de clínicas de fisioterapia, com menos de um ano de registro no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, que se afastaram da atividade no último ano por quaisquer motivos e que se recusarem a preencher ou preencher inadequadamente os questionários utilizados no estudo. Serão utilizados uma ficha de dados sociodemográficos e o Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento para avaliar a saúde ocupacional. O estudo só terá início após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, e o pesquisador só irá realizar a coleta nas instituições que concordarem com o estudo previamente, assinando o termo de anuência. A coleta acontecerá em apenas um encontro, e o participante irá responder os instrumentos utilizados sem nenhuma intervenção ou influência do pesquisador. A hipótese levantada é a de que que haverá diferenças significativas nos aspectos que compõem a saúde ocupacional, sendo que cada área de atuação fisioterapêutica apresentará indicadores diferentes de melhor e pior saúde ocupacional.

Objetivo Geral

Avaliar a saúde ocupacional de fisioterapeutas no município de Goiânia-GO.

Objetivos Específicos

• Descrever as características sociodemográficas dos participantes;
• Avaliar o contexto de trabalho de fisioterapeutas;
• Avaliar o custo humano do trabalho de fisioterapeutas;
• Avaliar os indicadores de prazer e sofrimento no trabalho de fisioterapeutas;
• Avaliar os danos relacionados ao trabalho de fisioterapeutas.

O fisioterapeuta tem a competência de desenvolver pesquisas, atividades de ensino, coordenação de cursos, além da divulgação e promoção da profissão, e de atuar em clínicas, hospitais, consultórios, estúdios de pilates, atendimento domiciliar, centros de pesquisa, empresas, laboratórios de equipamentos de reabilitação e centros de reabilitação (COFFITO, 2015).

Apesar da profissão ter regulamentações próprias, há dificuldade do profissional no que se refere à autonomia e independência, pois muitas vezes o fisioterapeuta está subordinado a outros profissionais, mais especificamente à classe médica. Ademais, os problemas nas condições de trabalho ou no exercício da profissão dificultam ainda mais o processo de reconhecimento. Muitos colegas se submetem a um trabalho exaustivo por um baixo salário e, por isso, trabalham mais que oito ou dez horas por dia para ter um salário razoável, apesar da Lei n° 8.856 de 1° de março de 1994 determinar que o exercício profissional não ultrapasse 30 horas semanais (COFFITO, 2015).

Com o crescimento do número de fisioterapeutas, a expansão de seu mercado de atuação, as constantes mudanças tecnológicas, e a escassez de estudos, faz-se necessário a busca por conhecer melhor aceca da saúde ocupacional destes profissionais, em suas diferentes áreas e contextos de atuação.