Para que qualquer teste psicológico seja considerado adequado para o uso profissional ele deve apresentar propriedades psicométricas (evidências empíricas de fidedignidade, validade e normatização), com base nos requisitos mínimos exigidos pela Resolução 09/2018 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Assim, o objetivo geral desse projeto guarda-chuva será verificar as propriedades psicométricas dos testes psicológicos projetivos Zulliger (de acordo com o Sistema de Avaliação por Performance, R-PAS), Pirâmides Coloridas de Pfister e do teste de Rorschach (R-PAS). Participarão do estudo 180 pessoas, com idade entre 18 e 59 anos. Os instrumentos serão: um Questionário sociodemográfico; o Teste de Zulliger R-PAS; o Rorschach R-PAS; as Pirâmides Coloridas de Pfister; Inventário Multifásico Minnesota de Personalidade- 2- Forma Reestruturada (MMPI-2 -RF); Inventário de Personalidade para o DSM-5 (PID-5) e Escala de avaliação de autoeficácia para situações de vitimização. Estão previstas as seguintes análise de dados: para a estimativa da fidedignidade serão utilizados o Coeficiente de Correlação Intraclasses e Coeficiente Alfa de Cronbach; análises estatísticas descritivas e comparativas dos resultados dos testes por meio de médias, com intervalo de confiança (IC) de 95%, mediana, desvio padrão, mínimo e máximo, teste t de student (t), significância estatística (p) e tamanho do efeito (d de Cohen) e análise de regressão linear.

Objetivo Geral (ou primário)
Diante do exposto, o objetivo geral será verificar as propriedades psicométricas dos testes psicológicos projetivos Zulliger (de acordo com o Sistema de Avaliação por Performance, R-PAS), Pirâmides Coloridas de Pfister e do teste de Rorschach (R-PAS) em adultos.

Objetivos Específicos (ou secundários)
1) Realizar uma revisão da literatura sobre as propriedades psicométricas dos testes projetivos investigados nesse projeto;
2) Verificar a fidedignidade entre avaliadores para as principais variáveis do teste de Zulliger, Pfister e R-PAS;
3) Aferir evidências de validade para os três testes psicológicos por meio de comparações entre grupos clínicos e não clínicos que deverão ser discriminados por meio dos questionários;
4) Investigar evidências de validade dos três testes projetivos por meio das comparações entre as variáveis dos testes projetivos e os desempenhos nos instrumentos de autorrelato;
5) Verificar a validade do índice de desenvolvimento (ID) do Rorschach R-PAS quando aplicado no teste de Zulliger R-PAS.
6) Verificar a validade concorrente entre o desempenho dos participantes no Zulliger e Rorschach.
7) Construir normas atualizadas para a utilização do Zulliger  R-PAS e Pfister para adultos.

Para que qualquer teste psicológico seja considerado adequado para o uso profissional ele deve apresentar essas propriedades psicométricas ou científicas requeridas de qualidade e de uso (demonstração de evidências empíricas de fidedignidade, validade e normatização). As propriedades psicométricas de um teste devem ser evidenciadas por meio de pesquisas empíricas a cada 15 anos (CFP, 2018). No Brasil, é por meio do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) que se atesta se um teste apresenta as propriedades psicométricas mínimas para ser utilizado profissionalmente na prática do psicólogo, com base na Resolução 09/2018 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que, por sua vez, está fundamentada em critérios estabelecidos por instituições internacionais, como a International Test Comission (ITC, 2014).

Atualmente, considerando os mais de 150 testes aprovados pelo Satepsi, menos de dez por cento são instrumentos projetivos. A vantagem dos projetivos é que, comumente, as informações sobre a personalidade acessadas por meio deles, podem revelar características de personalidade que o examinando não reconhece plenamente em si, ou hesita em admitir quando questionado sobre elas diretamente. Esses instrumentos facilmente podem ser administrados em contextos transculturais, especialmente o teste de Rorschach, Zulliger e das Pirâmides Coloridas, visto que são constituídos por manchas de tinta ou quadrículos coloridos, que são estímulos visuais mais neutros do que fotografias ou desenhos, bem como dispensa o uso de tradução de itens (Resende & Argimon, 2010).
Diante da necessidade de instrumentos projetivos, despertou-se o interesse em corroborar com os estudos que buscam expandir o uso desses instrumentos para a faixa etária de adultos. Logo, o problema de pesquisa seria: os testes projetivos apresentam propriedades psicométricas que sustentam o seu para adultos?