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ANÁLISE COMPARATIVA DO CRESCIMENTO INICIAL DE EUCALYPTUS CAMALDULENSIS DEHNH (MYRTACEAE) E ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS DO BIOMA CERRADO E LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES VEGETAIS UTILIZADAS NA ALIMENTAÇÃO DA ICTIOFAUNA
2019/2 até 2020/1
ESCOLA POLITÉCNICA E DE ARTES
PRODUÇÃO VEGETAL
PRODUÇÃO VEGETAL
JALES TEIXEIRA CHAVES FILHO
Este projeto tem como objetivo analisar o crescimento inicial de plantas de Eucalyptus camaldulensis em conjunto com quatro espécies arbóreas do Cerrado sob condições experimentais, visando comparar o desenvolvimento entre uma das espécies mais utilizadas em reflorestamentos e espécies nativas do cerrado.
O Eucalyptus camaldulensis é uma espécie arbórea pertencente à família Myrtaceae e ao subgênero Symphyomyrtus. Distribui-se naturalmente no continente Australiano na forma de florestas densas descontínuas, desde Newcastle, New South Wales a 32º 35’ S de latitude até 15º17’S em Atherton, Queensland. A precipitação pluviométrica varia de 1.000 a 1.700 mm, predominantemente no verão, com estação seca não ultrapassando três meses, e geadas ocasionais. A temperatura média do mês mais quente está compreendida entre 29°C a 32ºC e a média do mês mais frio, entre 5°C a 6ºC (Nielsen 1998, citado por Botrel et al. 2005, e Pereira et al. 2000).
O plantio de E. camaldulensis é recomendado em ambientes de solos argilosos, arenosos, de textura média ou mesmo em solos distróficos, sendo este último, característico de solos do cerrado (Tume 2003, Guimarães et al. 2006).
A espécie Handroanthus avellanedae pertence à família Bignoniaceae, conhecida popularmente como ipê-roxo, pau-d’arco, piúna, ipê-preto, entre outros nomes. Ocorre desde o Piauí e Ceará, até Minas Gerais, Goiás e São Paulo, tanto em florestas semidecíduas como na mata pluvial atlântica (Lorenzi 2008), sendo frequentemente encontrada no cerrado, cerradão, caatinga e mata seca (Carvalho 1994).
Tolera precipitação de 60 mm a 2000 mm, e período de estresse hídrico de até três meses na região Sudeste, com temperatura média anual de 20°C a 28°C, do mês mais frio de 16°C a 24°C e do mês mais quente de 23°C a 30°C (Carvalho 1994).
Essa espécie é uma árvore heliófita, caducifólia, podendo atingir de 8 a 30 m de altura, com tronco de 60 a 90 cm de diâmetro. As folhas são opostas digitadas, com cinco folíolos coriáceos, pubescentes em ambas as faces, de 9 a 18 cm de comprimento por 4 a 10 cm de largura. As flores apresentam cor rosada a lilás, são tubulares, vistosas, em inflorescência paniculada terminal. O fruto é silíquo cilíndrico estreito, deiscente, contendo numerosa quantidade de sementes. As sementes são codiformes, com tendência à oblonga plana, apresentando asa membranácea em ambas as extremidades, com superfície lisa lustrosa de cor marrom-clara transparente de aproximadamente 3 cm de comprimento. A dispersão das sementes é anemocórica (Reitz et al. 1988, Carvalho 1994, Lorenzi 2002).
A madeira é pesada (densidade de 0,96 g/cm3), maleável, dura, textura fina a média e resistente ao ataque de organismos xilófagos. Apresenta cerne de coloração marrom e alburno pardo-acastanhado, sendo considerada de lei, apropriada para construções externas, dormentes, esquadrias, cruzetas, postes, tornos, confecção de artigos esportivos, instrumentos musicais, móveis e acabamentos internos (Schneider et al. 2000, Lorenzi 2002, Brandão & Rocha 2004).
Entre as diversas espécies ocorrentes na fitofisionomia florestal do cerrado está a espécie Hymenaea courbaril L. (MENDONÇA et al., 1998), conhecida popularmente como jatobá. É uma arbórea de altura entre 15-20 m com tronco de até 1 m de diâmetro e madeira pesada, muito dura ao corte, sendo empregada na construção civil, confecção de artigos de esporte, cabos de ferramentas, esquadrias e móveis (LORENZI, 2008).
A espécie H. courbaril é citada como sendo uma árvore recomendada para uso em áreas de restauração florestal no caso de reserva legal e áreas de preservação permanente, sendo uma espécie não pioneira e com frutos atrativos para a fauna (MARTINS, 2013).
Guazuma ulmifolia Lam. é uma espécie comum no cerrado brasileiro e pertence a família Malvaceae, popularmente conhecida como mutambo, mutamba, fruta-de-macaco, embira, embireira e mutamba verdadeira. Apresenta altura entre 8m a 16m e tronco entre 30 cm e 50 cm de diâmetro (Lorenzi, 2002). Segundo este autor esta espécie tem uma ocorrência em quase todo o país, desde a Amazônia até o Paraná, principalmente nas florestas latifoliadas decíduas. A ocorrência desta espécie é comum em toda a América Latina (Barbosa & Macedo,1993).
A mutamba é considerada uma espécie importante para a recuperação de áreas degradadas (Barbosa e Macedo, 1993; Lorenzi, 2002) e pertence aos estágios iniciais de sucessão secundária sendo classificada por Ferretti et al.(1995) como sendo secundária inicial. Pode-se dizer que a mutamba é uma espécie pioneira na regeneração de áreas, logo, conhecer o desenvolvimento inicial desta espécie é um passo importante para auxiliar um programa de recuperação de áreas degradadas.
Outra espécie que apresenta potencial de crescimento é o angico-vermelho (Anadenanthera peregrina) pertencente à família Fabaceae, podendo atingir 20 metros de altura, com tronco de 40 a 60 centímetros de diâmetro. Ocorre preferencialmente em terrenos altos e bem drenados, podendo formar agrupamentos quase homogêneos (Lorenzi, 2008).
Devido a sua importância, muitas informações sobre esta espécie, bem como as de outras florestais, relacionam-se principalmente às características botânicas e dendrológicas, porém, informações sobre o crescimento, principalmente durante a fase de muda na fase de viveiro são escassas (Carvalho, 2003).
De acordo com Benincasa (2003), a análise de crescimento do caule e demais órgãos da planta, nos permite avaliar, como um todo, o seu crescimento final. Esta análise pode ser de grande utilidade no estudo comportamental das plantas sob condições ambientais variadas, como o cultivo de uma mesma espécie em diferentes ambientes ou estimar, de maneira precisa, as causas das diferenças de crescimento entre plantas geneticamente diferentes.
Um dos parâmetros usados para avaliar a qualidade de mudas florestais é a relação entre altura da parte aérea e o diâmetro do colo ou coleto, segundo Sturion & Antunes (2000), uma vez que refletem no acúmulo de reservas, além de garantir uma maior resistência e melhor fixação da planta no solo.
O diâmetro do colo é considerado um dos melhores indicadores no padrão de qualidade de mudas florestais (Sturion & Antunes 2000). Dessa forma, mudas que apresentam alturas elevadas e diâmetro do colo pequeno são consideradas de qualidade inferior às menores em altura e com maior diâmetro do colo.
O crescimento em diâmetro de espécies lenhosas arbóreas é resultado da atividade do câmbio vascular e do felogênio, caracterizando o chamado crescimento secundário do caule (Angyalossy & Marcati 2006). O câmbio vascular é o meristema lateral de onde são originados o xilema e o floema secundários, e felogênio é um meristema de origem epidérmica ou de camadas do córtex, responsável pela formação de súber e feloderma (Ferri et al. 1981, Angyalossy & Marcati 2006).
Em análise de crescimento de plantas em viveiro, além dos parâmetros altura e espessura, considera-se também a massa fresca e seca. A massa fresca é o conteúdo total de matéria orgânica acumulada, proveniente da atividade fotossintética, juntamente com a matéria mineral e água. A massa seca é determinada por meio da desidratação dos tecidos da planta, refletindo diretamente na biomassa sintetizada pelo processo de fixação do carbono (Benincasa 2003). Segundo a mesma autora, a distribuição de matéria seca pelos órgãos ou regiões da planta é um parâmetro importante para detectar diferenças entre cultivares sob semelhantes condições ambientais, em competição intra e/ ou inter-específica.
Desta forma, este trabalho tem como objetivo analisar o crescimento inicial de plantas de Eucalyptus camaldulensis com espécies arbóreas do Cerrado sob condições experimentais, visando comparar o desenvolvimento entre uma das espécies mais utilizadas em reflorestamentos e quatro espécies nativas do cerrado.
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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ALDAIRES VIEIRA DE MELO
Email: demeloav@gmail.com |
Pesquisador | Técnico | [tecnico] | [null] |
ANDREA MARA DE OLIVEIRA
Email: 2014andreabio@gmail.com |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [mestre] |
CLAUDIO CARLOS DA SILVA
Email: dasilva.genetica@gmail.com |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |
JALES TEIXEIRA CHAVES FILHO
Email: jaleschaves@yahoo.com.br |
Coordenador | Líder | [professor] | [doutor] |
MARTHA NASCIMENTO CASTRO
Email: mcastro@pucgoias.edu.br |
Pesquisador | Líder Adjunto | [professor] | [doutor] |
RODRIGO MARTINEZ CASTRO
Email: rmartinez@pucgoias.edu.br |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [mestre] |