A obesidade é um problema de Saúde Pública, relacionada a um agravo nutricional, com uma prevalência maior no sexo feminino em idade reprodutiva. O suprimento alimentar e metabolismo das mulheres durante a gravidez e lactação e em seus filhos pode levar a implicações no desenvolvimento da criança e saúde a longo prazo. Durante a gravidez, a disponibilidade de nutrientes para o feto depende da oferta placentária e nutrição materna. Esse projeto visa compreender a predisposição ou susceptibilidade genética para a obesidade investigando a influência da dieta materna e características de ganho de peso associadas aos seus descendentes. Utilizando-se de modelos animais com predisposição de se tornarem obesos com mais facilidade, podemos obter animais com ganho de peso maior e mais rápido para testar drogas e novos extratos contra a obesidade. Esse modelo também pode facilitar diferentes estratégias metodológicas como: estudos experimentais de intervenção, associação e ligamento genético, molecular, metabólicos, entre outros. Serão utilizados ratos Wistar mantidos em dieta hiperlipídica e dieta normal. Os grupos de animais serão divididos em dois tempos, no tempo 1 teremos 2 grupos que irá conter 5 ratos do sexo feminino em cada, mantidos sob esse regime alimentar desde o desmame até o período de lactação. Nesses grupos, serão realizados o cruzamento. Nos dias 0, 7, 14 e 20 de prenhez será realizada pesagem e glicemia com glicosímetro convencional. No 17° dia de prenhez, será realizado o Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTG). Após nascimento (Tempo 2) será realizada a classificação dos pesos corpóreos dos fetos. Após 21 dias de nascidos e já desmamados começa a dieta para alguns grupos, e serão mantidos nessa dieta por 20 semanas. No final os animais serão eutanasiados e analisados o ganho de peso, perfil lipídico e glicemia. Serão feitos testes estatísticos de comparação para observar as diferenças entre os grupos controles e os grupos com a dieta hiperlipídica.

Avaliar as alterações no ganho de peso, perfil lipídico e glicemia provocadas por uma dieta hiperlipídica palatável administrada em ratos por um período prolongado e analisar se os descendentes de mães que também tiveram acesso a essa dieta durante a prenhez, ganharão peso com mais facilidade e serão mais susceptíveis a obesidade.

Em modelos animais, a dieta rica em gordura era eficaz na indução de obesidade, tal como demonstrado por Akyol et ai. (2009)(22) sem afetar o sucesso reprodutivo ou concentrações de lipídios circulantes. Este estudo demonstrou com sucesso que havia efeitos diferenciais de gordura corporal materna e dieta sobre o crescimento fetal e placentário, com obesidade pré-prenhez levando a um menor peso fetal no dia 20 de prenhez. Outro estudo, demonstrou que ratas submetidas a supernutrição durante a prenhez apresentaram um ambiente intrauterino materno adverso, confirmado por um quadro de estresse oxidativo materno. Esta alteração prejudicou adaptações estruturais e funcionais durante o desenvolvimento fetal, confirmados por baixo peso ao nascimento e aparecimento de anomalias fetais. Esses achados mostram o quanto a obesidade materna contribui com consequências tardias para o crescimento e o metabolismo dos descendentes (23). 

A co-existência dessa doença em vários membros da mesma família, confirma a participação da herança genética. A probabilidade de que os filhos sejam obesos quando os pais o são, foi estimada em alguns estudos obtendo-se percentagens entre 50% e 80% (6). Esse projeto visa compreender a predisposição ou susceptibilidade genética para a obesidade investigando a influência da dieta materna e características de ganho de peso associadas aos seus descendentes. Utilizando-se de modelos animais com predisposição de se tornarem obesos com mais facilidade, podemos obter animais com ganho de peso maior e mais rápido para testar drogas e novos extratos contra a obesidade. Esse modelo também pode facilitar diferentes estratégias metodológicas como: estudos experimentais de intervenção, associação e ligamento genético, molecular, metabólicos, entre outros.