O tratamento de pacientes psiquiátricos necessita de abordagem característica e envolve a combinação de psicoterapia, farmacoterapia e eletroconvulsoterapia. Todavia, o crescente número de pacientes graves refratários à terapia convencional levou à ascendência da psicoterapia moderna, antes esquecida pelo desenvolvimento da terapêutica clínica e pelo estigma negativo associado ao histórico de sua prática. No entanto, a psicocirurgia se tornou um campo científico promissor da neurocirurgia. O refinamento das técnicas minimalistas, aliado às descobertas da fisiopatologia das doenças psiquiátricas e suas características permitiu a realização de procedimentos mais seguros e efetivos. Nesse sentido, será realizado uma revisão sistemática de literatura com a finalidade de destacar a importância do tratamento neurocirúrgico dos distúrbios psiquiátricos, abordando as características das técnicas e da fisiopatologia envolvida nas doenças psiquiátricas, enfatizando a sua relevância terapêutica para os pacientes refratários ao tratamento clínico. Dessa forma, contribuir ainda para desconstruir o estigma associado à alternativa cirúrgica de tratamento das doenças psiquiátricas.

Demonstrar as perspectivas e desafios da psicocirurgia como tratamento das doenças psiquiátricas, considerando as diversas especificidades do paciente resistente ao tratamento clínico.
 
Objetivos específicos
 
a) Descrever os avanços tecnológicos associados à evolução das técnicas neurocirúrgicas como norteadores para a realização da psicocirurga de forma segura, efetiva e dentro dos padrões éticos.  

b) Descrever as especificidades dos procedimentos neurocirúrgicos dos distúrbios psiquiátricos e seus resultados. 

c) Considerar a psicocirurgia como alternativa para o tratamento de doenças psiquiátricas refratárias à terapia clínica. 

d) Repelir os estigmas que atualmente recaem sobre a abordagem cirúrgica de pacientes com doenças psiquiátricas. 

e) Descrever a neurocircuitaria envolvida nas doenças psiquiátricas com objetivo de determinar os alvos anatômicos para a realização dos procedimentos cirúrgicos.

O atual modelo de ensino médico praticado no Brasil prevê uma gama de exigências para a formação global do discente sob os aspectos técnicos e humanos. Assim, não basta o conhecimento dos métodos tradicionais sobre os temas abordados durante a caminhada acadêmica do aluno de medicina. Em se tratando de neurocirurgia, a óptica do médico precisa estar em constante ampliação e evolução através da busca por entendimento e informação de técnicas alternativas a tratamentos refratários em pacientes com doenças psiquiátricas. A abordagem moderna dessas doenças envolve uma combinação de psicoterapia, farmacoterapia e, em alguns casos, eletroconvulsoterapia (ECT). Os pacientes refratários à abordagem convencional perduram em um estado incapacitante e representam um grande desafio para a saúde pública. Por conseguinte, faz-se necessário fomentar a alternativa neurocirúrgica no tratamento dos distúrbios psiquiátricos para esses pacientes que não respondem de forma adequada à abordagem clínica e dessa forma rechaçar os estigmas que recaem sobre a prática posta como alternativa ao paciente no estudo.