O ensino médico através das artes já é realidade mundial e deve ser estimulado nas universidades brasileiras. As diretrizes de ensino para o curso de medicina preconizam abordagem ética e humanística. Dessa forma, as universidades devem estimular o cultivo da sensibilidade, da imaginação e das humanidades em seu currículo médico por meio das artes. A inclusão das artes visuais incentiva os acadêmicos de medicina e lhes oferece oportunidades para reflexão crítica e pensamento simbólico. Em adição a isso, também estimula o treinamento interpretativo-observacional dos futuros médicos, habilidades fundamentais na prática clínica. Na atualidade, a educação médica tem visado a formação de profissionais detentores não apenas de conhecimento técnico impecável, cartesiano, mas também de visão humanística, de modo que desenvolvam sua sensibilidade para lidar com o paciente e consigo mesmos, propiciando maior humanização a seu atendimento. Assim sendo, esta pesquisa tem como objetivo estimular os alunos a aprender e apreender a medicina de forma prazerosa, para que desenvolvam visão humanística e sua capacidade de observação e de interpretação por meio das belas artes.

Este projeto de pesquisa visa utilizar obras de artistas consagrados no estudo na medicina, aproximando os alunos das dimensões ética e humanística no ensino médico e reafirmar o papel inovador da universidade na aprendizagem.
 
Objetivo geral  
 
Incluir a arte na medicina como catalisadora de visão humanística dos acadêmicos, abrangendo valores éticos que beneficiem a relação médico–paciente em sua totalidade.  
 
Objetivos específicos  
 
a) Contribuir para a formação humanística dos estudantes de medicina;
b) Promover a inserção artística nos conteúdos de formação clínica para melhor desenvolvimento da sensibilidade, observação e percepção dos estudantes de medicina;
c) Estimular publicações científicas sobre arte e medicina

Qualquer conteúdo pragmático universitário no ensino da medicina precisa abordar temas voltados para as questões técnicas, os avanços tecnológicos e o cientificismo. Ao mesmo tempo, é imprescindível que haja uma maior aproximação dos estudantes de medicina com as questões humanísticas, sendo este um dos pilares observados na história da medicina.
O estudo das artes durante o curso de medicina aproxima os acadêmicos de questões éticas e humanísticas, propiciando-lhes visão da pessoa em sua totalidade, maior consciência de sua responsabilidade social, valorização da compaixão e da empatia. Obras de arte poderão complementar a formação dos futuros profissionais médicos. Consequentemente, os médicos com esta formação poderão, quais artistas, tentar decifrar holisticamente seus pacientes e interpretar por meio da empatia o sofrimento, a ansiedade e o desespero daqueles aflitos por ajuda.  
Hipócrates (460–377 a.C.) também exprimiu sua convicção de que existe um lugar para as artes na medicina. Em uma de suas citações, baseia-se no sentimento altruísta que, necessariamente, deve estar presente na relação médico–paciente: “Peço-te que sejas bondoso e que leves em conta os recursos do paciente. Sempre que puderes, preste teus serviços gratuitamente, e se surgir alguma ocasião de socorrer um estrangeiro em dificuldade, dá-lhe assistência. Pois onde há amor pelos homens, também há amor pelas artes” (AZEVEDO, 2015).