O ambiente laboral possibilita a exposição do trabalhador a diversos riscos, que podem ser classificados como riscos químicos, físicos, biológicos, psicossociais e ergonômicos. Para os profissionais da área saúde, o risco biológico é o mais relevante e tem aumentado nas últimas décadas, devido a vários fatores como: a resistência microbiana, a emergência de novas doenças e o retorno de outras como a tuberculose. Diversas doenças infectocontagiosas estão associadas à exposição ocupacional, destacando-se a Aids, as Hepatites virais (B,C,D), a Herpes e a Tuberculose. No processo ensino-aprendizagem, os estudantes da área da saúde estão cada vez mais inseridos nos cenários de prática e, por isso, sujeitos aos mesmos riscos que os profissionais que atuam nesses serviços. Durante esse processo, os estudantes ao realizar procedimentos junto ao paciente, entram em contato com objetos perfurocortantes, bem como matéria orgânica e fluidos corporais, frequentemente se expondo ao risco biológico. As evidências revelam que os acidentes ocorrem principalmente por negligências às medidas de prevenção como o manuseio e descarte inadequado de perfurocortantes. Dessa forma, os profissionais dos serviços de apoio que trabalham nas instituições hospitalares, que não desempenham atividades de assistência direta ao paciente, também estão sujeitos à exposição a material biológico. Nos locais de cuidados de saúde exposições ocasionadas por objetos cortantes e agulhas são responsáveis pela maioria das transmissões do vírus da Hepatite B (HBV) para profissionais, uma vez que o HBV, o HCV e o HIV são mais facilmente transmitidos por via parenteral do que por membranas mucosas. Com a finalidade de reduzir o risco de transmissão de patógenos é fundamental a adoção de medidas preventivas a acidentes ocupacionais que são divididas em pré e pós-exposição, sendo que as Precauções Padrão (PP) são consideradas como uma das principais medidas para se evitar os acidentes que diminuem, mas não eliminam o risco biológico. Apesar da existência de alguns estudos com grupos específicos sobre o assunto na região, não dispomos de dados sistematizados da ocorrência e o perfil epidemiológico dos acidentes com MB no Estado de Goiás. Desta forma, esse estudo justifica-se como subsídio fundamental e primário ao desenvolvimento de estratégias preventivas que devem compor as políticas preventivas tanto no nível municipal quanto estadual. O conhecimento da epidemiologia dos acidentes com material biológico entre trabalhadores e estudantes da área da saúde no município e do estado colocará Goiânia e Goiás em um grupo, ainda pequeno, da nação em condições de determinar a vulnerabilidade dos profissionais da área da saúde frente ao risco biológico, por consequência, conhecer a magnitude do problema. Elementos fundamentais no gerenciamento desse risco. Objetivo: Analisar a epidemiologia dos acidentes ocupacionais com exposição a material biológico no Estado de Goiás e possíveis implicações desses acidentes. Método: Estudo com abordagem quanti-qualitativa com desenho sequencial, com o intuito de complementaridade dos dados, de caráter retrospectivo e concorrente. Os dados serão obtidos em fonte primária de informação e três fontes secundárias. Serão considerados desde o primeiro registro em unidades de referência do estado até os casos cuja finalização do acompanhamento clínico- laboratorial se dará em dezembro de 2030.

Geral

Analisar a epidemiologia dos acidentes ocupacionais com exposição a material biológico no Estado de Goiás e possíveis implicações desses acidentes.

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar a frequência e o perfil dos acidentes com MB entre vitimas de acidentes com material biológico de Goiânia e do estado de Goiás;

- Identificar os motivos de adesão e não adesão aos equipamentos de proteção individual entre vítimas de acidentes com material biológico;

- Caracterizar as medidas pré-exposição adotadas pelas vítimas de acidente com material biológico de graduandos de enfermagem de uma instituição de ensino superior de Goiânia e do estado de Goiás;

- Caracterizar as condutas pós-exposição e de acompanhamento adotadas nas unidades de saúde de referência para atendimento à exposição a material biológico do município de Goiânia e do estado de Goiás;

- Identificar a adesão das vítimas de acidentes com material biológico ao acompanhamento recomendado pelo serviço de referência em que foram atendidas;

- Identificar a incidência das infecções pelos vírus HIV e das hepatites B e C entre as vítimas de acidentes com material biológico;

- Determinar os fatores sócio-demográficos e laborais associados à ocorrência dos acidentes com perfurocortantes e com a completude do acompanhamento clínico laboratorial;

- Determinar os fatores sócio-demográficos, laborais e de caracterização dos acidentes associados às infecções;

- Caracterizar os acidentes com material biológico bem como suas medidas pré e pós-exposição adotadas entre docentes e discentes de enfermagem de uma instituição de ensino superior de Goiânia;

- Estimar a densidade de incidência dos acidentes com material biológico entre acadêmicos e docentes de enfermagem anualmente até 2020;

- Caracterizar os acidentes com material biológico notificados na Região Metropolitana de Goiânia entre vítimas reincidentes;

- Compreender a experiência das vítimas reincidentes frente ao acidente com material biológico e o impacto do primeiro acidente na adesão a medidas profiláticas pré e pós exposição frente a novos acidentes;

- Identificar fatores e comportamentos de risco para a ocorrência do acidente com material biológico com exposição a mucosas entre trabalhadores da área de saúde.

Os riscos ocupacionais após exposições a MB para os trabalhadores da saúde estão bem estabelecidos, sendo variáveis de acordo com o tipo de acidente e outros fatores, como gravidade, tamanho da lesão, presença e volume de sangue envolvido, além das condições clínicas do paciente-fonte e uso correto da profilaxia pós-exposição (CDC, 2003; BRASIL, 2004a; BRASIL, 2010a).

No processo ensino-aprendizagem, os estudantes da área da saúde estão cada vez mais inseridos nos cenários de prática e, por isso, sujeitos aos mesmos riscos que os profissionais que atuam nesses serviços. Durante esse processo, os estudantes ao realizar procedimentos junto ao paciente, entram em contato com objetos perfurocortantes, bem como matéria orgânica e fluidos corporais, frequentemente se expondo ao RB.

O risco para os estudantes da área da saúde esse risco é ainda maior, uma vez que além dos fatores já mencionados a falta de experiência e de habilidade são fatores que contribuem diretamente com a frequência com que ocorrem as exposições (HENDERSON et al., 2010).

Apesar da existência de alguns estudos com grupos específicos sobre o assunto na região, não dispomos de dados sistematizados da ocorrência e o perfil epidemiológico dos acidentes com MB no Estado de Goiás. Desta forma, a realização deste estudo justifica-se como subsídio fundamental e primário ao desenvolvimento de estratégias preventivas que devem compor as políticas preventivas tanto no nível municipal quanto estadual.