A aplicação de ferramentas Genético-Moleculares somaram de forma incisiva para o cenário de produção de alimentos de origem animal e atualmente essas ferramentas vem contribuindo para o desenvolvimento de programas de seleção e melhoramento animal. Através do emprego de técnicas genéticas clássicas e modernas, envolvendo tanto a manipulação cromossômica, como marcadores moleculares tem se identificado um crescimento vertiginoso das informações cromossômicas de espécies e populações. O presente projeto tem como objetivo promover uma adaptação ou adequação além de uma descrição detalhada das técnicas e protocolos de citogenética usadas em diferentes aplicações para a obtenção de cromossomos e de diferentes técnicas de bandeamento cromossômico aplicados a animais de produção (Bovino, Caprino, Ovino, Equino, Galinha). Adicionalmente a este objetivo, esta proposta de estudo visa à divulgação de seus resultados na forma de um livro ou manual de citogenética aplicado a animais de produção, a ser encaminhado para apreciação dos pares e eventual publicação na Editora PUC Goiás. O cenário apresentado demonstra sua enorme relevância em estudos relacionados à citogenética animal, embora que as técnicas de obtenção cromossômica venha sendo corriqueiramente empregada em várias espécies animais, seu uso em animais de produção é raro e descrições metodológicas são escassas na literatura, considerando aspectos fisiológico (Animais), químicos (Reagentes) e ambientais (Clima).

2.1 Geral

O presente projeto tem como objetivo promover uma adaptação/adequação além de uma descrição detalhada das técnicas e protocolos de citogenética (culturas de Linfócitos em curto prazo) usadas para a obtenção de cromossomos e de diferentes técnicas de bandeamento cromossômico (bandas Q, bandas G, bandas R, bandas C, bandas T, bandas NOR e Bandeamento De Alta Resolução) aplicados a animais de produção (Bovino, Caprino, Ovino, Equino, Galinha).

            

2.2 Específicos

• Comparar os resultados observados com os existentes na literatura, permitindo correlacionar os resultados detectados com a qualidade de visualização do cariótipo dos animais de produção;
• Contribuir para a validação de parâmetros que qualifiquem culturas de Linfócitos em curto prazo dos animais de produção;
• Compreender melhor a citogenética dos animais de produção;
• Criação de POPs laboratoriais de citogenética a serem mantidos no NPR;
• Capacitar alunos de graduação da escola de ciências agrárias e biológicas, para o desenvolvimento do pensamento crítico-analítico e para a realização dos testes laboratoriais em citogenética.
• Propiciar uma atmosfera de atividades científicas entre os cursos de Biologia e Zootecnia fundamentalmente importante para o desenvolvimento de parcerias para subsidiar pesquisas futuras da escola de Ciências Agrárias e Biológicas.

O Brasil apresenta o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, tendo a expansão agrícola brasileira, principalmente o desenvolvimento da pecuária de corte, contribuído para aumentar o número efetivo de bovinos. Segundo dados do MAPA (2015), o Brasil tem aproximadamente 215 milhões de cabeças, sendo 80% de bovinos corte, representando próximo de 16% do rebanho mundial. O Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina, com 7.2 mil toneladas de equivalente-carcaça, atrás dos Estados Unidos, com 11.816 mil de toneladas. É também o segundo em número de abates (40,1 milhões de animais), atrás da China (42,4 milhões de animais) (ANUALPEC, 2015). O Brasil exportou em 2009 um total de 1.245.139 toneladas de carne bovina (ANUALPEC, 2015), sendo o maior exportador mundial do produto. 

Baldi et al.(2010) apresentaram um estudo do mercado de carnes brasileira, demonstrando o mercado interno como responsável pelo consumo de 72% do total da carne produzida no país correspondendo a um total de 37 kg de carne/habitante/ano. Adicionalmente, estes autores atribuíram a melhoria da qualidade de vida da população á alterações no padrão alimentar, exemplificando o aumento no consumo de proteínas de origem animal.

            Em 2013, Pereira (2013)associou o princípio da hereditariedade proposto por Mendel ao controle e direcionamento de cruzamentos voltados a intensificação de características produtivas de interesse econômico, sendo esta intensificação de fenótipos ligados a interesses econômicos nomeados por Melhoramento Genético Animal.. Sendo que a este valor maior para as características monogênicas e menor para as características poligênicas e ao revisitar os princípios do melhoramento proposto por Pereira (2013), Fries (2015), ressaltaram a influência do meio e tempo para a prática da seleção como os fatores determinantes para o sucesso do melhoramento genético de recursos vegetais e animais.

            Com os avanços na prática de melhoramento genético animal observados nas ultimas duas décadas foram determinantes para a separação desta prática em melhoramento animal por seleção clássica e por seleção moderna. Dessa forma, a seleção clássica é baseada em observações de fenótipos, anotações de características produtivas de interesse econômico e descarte dos animais adequados. Por outro lado, a seleção moderna é realizada mediante o emprego de ferramentas moleculares e conhecimentos aplicados ao genoma estrutural e funcional, associados a características de interesse econômico (CAETANO, 2010).