Detalhes do Projeto de Pesquisa

HISTÓRIA E PERFORMANCES CULTURAIS: INTERLOCUÇÕES ENTRE SENSIBILIDADES, LINGUAGENS E ESTÉTICA

Dados do Projeto

223

HISTÓRIA E PERFORMANCES CULTURAIS: INTERLOCUÇÕES ENTRE SENSIBILIDADES, LINGUAGENS E ESTÉTICA

2017/2 até 2023/2

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES

CULTURA, PODER E REPRESENTAÇÕES

CULTURA E LINGUAGENS

EDUARDO JOSE REINATO

Resumo do Projeto

O movimento de renovação metodológica dentro das ciências humanas nas primeiras décadas deste século foi responsável por alargar os seus domínios, estabelecendo relações com outros campos do saber, isto permitiu o aparecimento de estudos sobre o solo, o meio e a tudo que rodeia o homem: a alimentação, o vestuário, a habitação, as técnicas, a arte, a cidade, as massas, etc. Estes objetos passaram a definir o que se convencionou chamar de vida material, os homens e as coisas, as coisas e os homens, como nos fala Fernand Braudel (1978). O resgate desses objetos pelas ciências humanas foi essencial para o desenvolvimento dos estudos culturais. A vivência material pôs em cena o homem e reintroduziu o debate acerca de sua vida quotidiana, à medida em que esta é testemunho de sistemas de relações econômicas, ações ideológicas, mentais e simbólicas, permitindo a reconstituição de espaços habitados, sua organização e construção pelas coletividades. Esta elaboração se fez a partir da contribuição dos estudos de memória, coletiva e individual, na medida em que, se tomou como princípio, a vivência material como um processo de reconhecimento, onde os diversos sujeitos reconhecem a si num espaço e num tempo. Condizentes com estas preocupações e opções teóricas e metodológicas, queremos também explicitar nossa adesão a uma certa maneira de trabalhar e conceber cultura. Se no social esta luta se concretiza entre diferentes sujeitos históricos, assumindo formas e resultando em diferentes memórias, assumimos com Chauí (1992) que: "a cultura é mais do que as belas artes. É memória, é política, é trabalho, é História, é técnica, é cozinha, é vestuário, é religião, é festa, etc.. Portanto, nela estão contidas as Performances humanas, as ¿experiências¿ no sentido conceitual Benjaminiano. Ali onde seres humanos criaram símbolos, valores práticas, há cultura. Ali onde é criado o sentido do tempo, do visível e do invisível, do sagrado e do profano, do prazer e do desejo, da beleza e da feiura, da bondade e da maldade, da justiça e da injustiça, ali há cultura. E desta maneira, ali estão explicitadas as relações entre a performatividade e a história, portanto, ali estão as Performances culturais, como definiremos à frente. Entendendo a cultura como memória, trabalho, política, costumes, símbolos, valores e enfim como tudo que o homem cria e atribui significado, temos sido levados a pensar e trabalhar a memória em constante mudança, como um campo de luta, como alvo de disputas, de domínio e de afirmação social. Para além de pensar no seu ocultamento ou apagamento como instrumento de poder, ou, de construção de hegemonias, temos procurado recuperar as maneiras pelas quais a memória tem sido usada por sujeitos marginalizados, segregados, ou excluídos e como meio de se firmarem na realidade social, no contexto dos seus Dramas Sociais. Falar da relação entre Performances culturais e História dessa forma, leva-nos a mais uma categoria importante na condução de nossas reflexões: a de experiência social. Esta conduz-nos a considerar que homens e mulheres devem retornar em nossa produção ou interpretação como sujeitos sociais e não apenas como indivíduos livres, no sentido literal do termo, mas como pessoas que experimentam suas situações e relações sociais como necessidades, interesses e com antagonismos. E que em seguida tratam essa experiência em sua consciência e sua cultura, com complexidade para, só então, agir sobre uma situação dada. Essa peculiaridade tem nos levado a refletir sobre o significado das sensibilidades, expressas nas mais diversas formas de Performances Culturais assim como, sobre modos como dialogar com elas. Nosso Objeto assim, passa a ser a articulação de um diálogo entre História e Linguagens artísticas, especialmente na interface entre História, Teatro e cinema, com o intuito de conceber a construção de Performances Culturais.

Objetivos

Objetivo Geral :
O objetivo geral do projeto HISTÓRIA E PERFORMANCES CULTURAIS:
INTERLOCUÇÕES ENTRE SENSIBILIDADES, LINGUAGENS E ESTÉTICA
é o de estimular reflexões multidisciplinares em relação à pesquisa histórica com as
Performances Culturais e as linguagens artísticas em geral. Essa perspectiva, por
um lado, propiciará que sejam revisitadas as tradições artísticas e culturais que
fundamentaram a maneira pela qual as sociedades, e a brasileira em específico,
concebem, compreendem e usufruem do objeto das relações surgidas do ato
Performático. De outro lado, possibilitará a ampliação do horizonte estético dos
futuros historiadores, bem como suscitará um redimensionamento da perspectiva
histórica por parte de futuros artistas e teóricos das artes.
2.2. Objetivos Específicos
1) Articular historicamente a relação passado/presente com vistas a refletir sobre
as Manifestações Artísticas à luz da tradição cultural nas quais as mesmas
estão inseridas ;
2) Formar historiadores e agentes culturais com repertório artístico e
conhecimento da tradição a fim de que possam atuar socialmente de forma a
redimensionar o impacto na cultura e da arte na construção da cidadania e
dos valores sociais ;
3) Formar professores que realizem com inteligência e habilidade o diálogo entre
Educação, Cultura e Arte a fim de que, a médio prazo, tenhamos, em
diferentes cidades e em distintas regiões, potencialmente um público capaz
de conceder à Cultura e à Arte um espaço privilegiado em suas expectativas
e horizontes ;
4) Realizar reflexões acerca das temáticas investigadas atinentes às
Performances Culturais na história : Teatro, Cinema, Artes Plásticas, Música
e Imagens.
5) Trabalhar com vistas a consolidar o diálogo História e Linguagens Artísticas
no âmbito da Graduação em História.

Justificativa

A intenção de superar os limites e as divisões compartimentadas das
diferentes formas de conhecer a realidade, ou mesmo a sua discussão, têm
conduzido cada vez mais historiadores à investigação de temas que exigem a
compreensão dos nexos e das relações sociais, experiências, linguagens,
sensibilidades, e dramas sociais, imbricados nas formas de expressão da atividade
humana nas mais diversas manifestações estéticas. É a partir desta intenção que
falamos de um necessário exercício interdisciplinar, traduzido na compreensão de
novos temas de pesquisa relacionados às Performances Culturais e à própria
história do teatro.
Condizentes com estas preocupações e opções teóricas e metodológicas,
queremos também explicitar a adesão a certa maneira de trabalhar e conceber
Performances culturais. Se no social a luta se concretiza entre diferentes sujeitos
históricos, assumindo formas e resultando em diferentes memórias, assumimos com
Chauí (1992) que: "a cultura é mais do que as belas artes. É memória, é política, é
trabalho, é História, é técnica, é cozinha, é vestuário, é religião, é festa, etc..
Portanto, nela estão contidas as Performances humanas, as “experiências” no
sentido conceitual Benjaminiano. Ali onde seres humanos criaram símbolos, valores
práticas, há cultura. Ali onde é criado o sentido do tempo, do visível e do invisível, do
sagrado e do profano, do prazer e do desejo, da beleza e da feiúra, da bondade e da
maldade, da justiça e da injustiça, ali há cultura. E desta maneira, ali estão
explicitadas as relações entre a performatividade e a história, portanto, ali estão as
Performances culturais, como definiremos à frente

Equipe do Projeto

Nome Função no projeto Função no Grupo Tipo de Vínculo Titulação
Nível de Curso
EDUARDO JOSE REINATO
Email: eduardoj@pucgoias.edu.br
Coordenador Pesquisador [professor] [doutor]