Este estudo se debruça sobre as atividades desenvolvidas por professores do ensino médio da rede pública de ensino e o seu ambiente organizacional, visto que tal ambiente de trabalho, quando em condições adversas, é considerado como fator de risco para o desenvolvimento de patologias inerentes à saúde mental. As mudanças ocorridas no processo histórico na reforma educacional acarretaram uma ampliação das responsabilidades e exigências sobre o educador. Com esse enfoque e outras situações exigidas na docência, enfatiza-se que é considerado uma das profissões mais estressantes dos dias atuais, pois ensinar se tornou uma atividade desgastante, com repercussões negativas sobre o professor. Baseando-se na observação da rotina de trabalho dessa classe, surgiu assim uma real necessidade de atenção à saúde desses profissionais e às condições de trabalho a qual estão submetidos, visto que agravos como fadiga e síndrome de burnout são muitas das vezes negligenciadas pelos professores. Nesse sentido, este projeto se justifica por colocar em ênfase a saúde do professor, já que é consenso no meio da saúde e educação, que um ambiente de trabalho seguro configura um dos principais fatores que possa inibir o aparecimento da fadiga e da síndrome de burnout. Tem por objetivo avaliar a correlação entre fadiga e a síndrome de burnout em professores do ensino médio na rede pública da região noroeste da cidade de Goiânia/GO. Trata-se de um estudo transversal analítico com abordagem quantitativa. A pesquisa será realizada por meio de três questionários (sociodemográfico ocupacional, o Maslach Burnout Inventory e o Questionário de fadiga de Chalder) que serão aplicados aos professores. Os participantes da presente pesquisa serão os professores do ensino médio na rede pública da região noroeste da cidade de Goiânia/GO. O número de participantes será definido após o levantamento do número de professores das escolas as serem pesquisadas. Com os dados coletados será confeccionado um banco de dados utilizando o software IBM SPSS Statistics 18. Posteriormente, será realizada estatística descritiva com o cálculo medidas de tendência central para as variáveis contínuas, como média, mediana e desvio padrão e cálculo das frequências absoluta e relativa percentual para as variáveis descontínuas. Na sequência será aplicado teste de normalidade (Kolmogorov-Smirnov) para distinguir as distribuições paramétricas e não-paramétricas, com o intuito de comparação dos resultados do questionário estratificado pelas variáveis sociodemográficas. Serão utilizados, para as distribuições paramétricas, os testes t de Student e ANOVA e para as distribuições não-paramétricas os testes Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Para todos os testes comparativos será assumido p-valor menor ou igual a 0,05 como significativo.

Objetivo Geral

            Avaliar a correlação entre fadiga e a síndrome de burnout em professores do ensino médio na rede pública da região noroeste da cidade de Goiânia/GO.

Objetivos Específicos

* Traçar o perfil epidemiológico dos professores do ensino médio na rede pública da região noroeste da cidade de Goiânia/GO.

* Identificar o nível de exaustão emocional em professores do ensino médio na rede pública da região noroeste da cidade de Goiânia/GO.

* Relatar o nível de baixa realização profissional em professores do ensino médio na rede pública da região noroeste da cidade de Goiânia/GO.

* Rastrear o nível de despersonalização em professores do ensino médio na rede pública da região noroeste da cidade de Goiânia/GO.

* Identificar os níveis de fadiga em professores do ensino médio na rede pública da região noroeste da cidade de Goiânia/GO.

Este estudo se justifica porque a fadiga e a Síndrome de Burnout são dois agravos pouco conhecidos na atualidade, bem como as consequências desta na vida dos professores. A síndrome pode ser considerada um problema de saúde pública. Para que se possa compreender a síndrome de burnout, se faz necessário compreender o ambiente e a evolução dos fatores estressores que os trabalhadores são submetidos, especialmente em razão da redução de empregos e do crescente risco de desemprego, quando as relações de trabalho se tornaram fragilizadas e estressantes.

Além disso, justifica-se também, a necessidade dessa pesquisa devido ao auto indicie de ocorrência de estresse em diversos estudos levantados, envolvendo professores por vários fatores; como o aumento do ritmo da jornada de trabalho, das responsabilidades e da complexidade das tarefas, baixos salários, desmotivação profissional, o que por sua vez, vem produzindo tensões que afetam a relação saúde- doença, colocando o stress como uma das principais causas de adoecimento do professor.

Sabendo-se disso, entende-se que a fadiga e a síndrome de burnout se desenvolvem quando o indivíduo está exposto à estresse ocupacional prolongado, considerando que a instalação do estresse depende de fatores individuais, da vulnerabilidade do organismo e da inadequação da forma de enfrentar a situação, com isso pretendemos identificar na pesquisa pontos vivenciados no enfrentamento do dia a dia dos professores frente ao ambiente profissional, associado ao convívio familiar e perante a sociedade ( RAUPP; JUSTEN, 2016).

Este fenômeno é considerado como uma doença silenciosa, que merece ser discutida, analisada, pesquisada e avaliada, e que suas conclusões poderão vir subsidiar reflexões e conscientizar a sociedade e os gestores sobre sua importância no impacto que acarreta no desempenho das funções dos professores, na sua produtividade e na vida cotidiana desses profissionais (FARIA; GALLO, 2009).

Diante da problemática apresentada, o presente projeto de pesquisa pretende se debruçar sobre essas questões, procurando identificar se professores da rede pública do ensino médio na região Noroeste de Goiânia/GO apresentam características de fadiga e sua correlação com a síndrome burnout.

Entretanto, mais do que diagnosticar, faz se necessário investigar fatores do ambiente organizacional que serão capazes de fornecer subsídios para identificar, prevenir e tratar a síndrome. Sendo assim, é consenso no meio da saúde e educação, que um ambiente de trabalho seguro configura um dos principais fatores que possa inibir o aparecimento da fadiga e da síndrome de burnout.