Diante de tantos desafios, o jornalismo denominado de profissional ¿ aquele que mantém princípios como o de dar voz a todos os lados envolvidos em determinada questão, de apurar e checar dados e de trazer opiniões balizadas em debates públicos ¿ revê procedimentos, mas agora premido por uma sociedade que se organiza em modelos mais fluidos e efêmeros. E se posta diante de dilemas para os quais não há soluções fáceis. A viabilidade financeira das empresas se defronta com a concorrência que não é mais restrita a outras corporações, mas que também se situa no seu próprio público, agora gerador de conteúdo próprio. Sua credibilidade é abalada por circunstâncias políticas e ações orquestradas para que sua legitimidade seja contestada. Para além disso, os novos fluxos informacionais, mais rápidos e superficiais, ditam outras normas, tempos de execução que se diluem em uma exigência incessante. Nesse sentido, nossa questão-problema é: em que medida as redes sociais, seja no campo das celebridades, seja em outras áreas de cobertura, como a política, a cultura e até a economia, estão afetando as rotinas produtivas do jornalismo, transformando as práticas estruturais da atividade, sobretudo na designação do que é ou não relevante ser noticiado (os critérios de noticiabilidade e os valores-notícia), as formas pelas quais as fontes de informação se colocam diante dos veículos de comunicação e a maneira pela qual o discurso de tais temas são construídos no espaço jornalístico, levando-se também em consideração os métodos de apuração? Nossa hipótese, que levanta uma discussão a que gostaríamos de contribuir com nossa pesquisa, é a de que o jornalismo passa por mudanças estruturais em suas práticas na era digital, não apenas na forma de enunciação, mas sobretudo em sua postura como instância social, transformando seu papel simbólico e seus métodos de trabalho das formas mais profundas, em uma transição que está entre as mais intensas e definitivas de sua história. O presente projeto de pesquisa tem como objetivo contribuir em um recorte deste vasto campo de análises possíveis. Vamos nos concentrar no papel desempenhado pelas fontes das informações e de como elas encontram outras vias para fazer chegar seus conteúdos públicos amplos. As relações de quem detém dados ou que relatam suas histórias com os veículos de comunicação já não são as mesmas, sendo mais autônomas. Por outro lado, jornalistas se habituam a buscar informações dentro dessa nova dinâmica, em que já não possuem o monopólio da divulgação de materiais inéditos. Problematizamos, assim, como o conceito de valor-notícia insere-se em tal contexto, em que as pautas já não são totalmente definidas e hierarquizadas nas redações, mas no ambiente digital, com exposição pública, ditando rotinas diferenciadas e exigindo olhares igualmente distintos sobre o que noticiar ou não; que importância dar a certos fatos; como enquadrá-los. Diante dessas alterações, percebemos que as narrativas do si realizadas pelas celebridades ou pessoas públicas, empreendidas em seus perfis nas redes sociais, ganham destaque e chancela dos veículos de comunicação ¿ os especializados no mundo dos famosos ou os de referência. Em um movimento simultâneo, os conteúdos de cunho erótico ou que são vinculados à sexualidade publicados nessas postagens exercem fascínio especial sobre o público e recebem reforço de muitos espaços jornalísticos, que os reproduzem. Dado esse contexto, propomos uma pesquisa sobre essas novas práticas ligadas à relação do jornalismo com suas fontes primárias, agora com a participação efetiva e crescente das redes sociais; e com o fato de que o irrelevante e a exposição da intimidade pelas próprias fontes nesses mesmos perfis digitais, são tomados como critérios de noticiabilidade e valores-notícia legitimados por veículos de comunicação.

Objetivo Geral

– Estudar as mudanças das práticas jornalísticas na era digital, sobretudo em sua interface com novos meios de difusão da informação, como as redes sociais, mensurando e debatendo os impactos que essas transformações têm causado no fazer jornalístico como um todo.

Objetivos Específicos

– Contribuir para o enriquecimento do debate teórico, epistemológico e metodológico do jornalismo, levantando questões pertinentes a respeito da prática.

– Aplicar novas metodologias de pesquisa em jornalismo digital, que possam servir de modelos para investigações futuras.

– Contribuir para os estudos no âmbito do Observatório de Mídia Escola de Comunicação da PUC Goiás, assim como para os grupos de pesquisa e linhas de pesquisa da ECOM da PUC Goiás.

– Publicações e apresentações de resultados em congressos da área, com a participação de docentes e discentes envolvidos.

– Produção de reflexões em forma de artigos, capítulos de livros, livros e outros textos sobre a pesquisa, em parceria com professores da ECOM da PUC Goiás, alunos de Iniciação Científica e colegas de outras instituições, contribuindo para a produção científica de todos os envolvidos.

– Orientação de alunos de Iniciação Científica no projeto.

– Participação nos Congressos de Ciência e Tecnologia da PUC Goiás.

Nesse sentido, nossa questão-problema é: em que medida as redes sociais, seja no campo das celebridades, seja em outras áreas de cobertura, como a política, a cultura e até a economia, estão afetando as rotinas produtivas do jornalismo, transformando as práticas estruturais da atividade, sobretudo na designação do que é ou não relevante ser noticiado (os critérios de noticiabilidade e os valores-notícia), as formas pelas quais as fontes de informação se colocam diante dos veículos de comunicação e a maneira pela qual o discurso de tais temas são construídos no espaço jornalístico, levando-se também em consideração os métodos de apuração? Nossa hipótese, que levanta uma discussão a que gostaríamos de contribuir com nossa pesquisa, é a de que o jornalismo passa por mudanças estruturais em suas práticas na era digital, não apenas na forma de enunciação, mas sobretudo em sua postura como instância social, transformando seu papel simbólico e seus métodos de trabalho das formas mais profundas, em uma transição que está entre as mais intensas e definitivas de sua história.