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O PROTAGONISMO DAS MULHERES NEGRAS NA FESTA DE SANTA EFIGÊNIA EM GOIÁS: RESISTÊNCIA CULTURAL E RELIGIOSA NOS SÉCULOS XIX E XX
2025/1 até 2028/2
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES
MORES: GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE RELIGIOSIDADES, IDENTIDADES E SENSIBILIDADES
RELIGIÃO, SENSIBILIDADE E INTERSECCIONALIDADE NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
ROSEMARY FRANCISCA NEVES SILVA
Objetivo Geral
Analisar o protagonismo das mulheres negras na Festa de Santa Efigênia em Goiás, nos séculos XIX e XX, investigando a celebração como um espaço de resistência cultural, religiosa e de afirmação da identidade afro-brasileira.
Objetivos Específicos
A escolha do tema "O Protagonismo das Mulheres Negras na Festa de Santa Efigênia em Goiás: Resistência Cultural e Religiosa nos Séculos XIX e XX" surge da necessidade de aprofundar o entendimento sobre o papel das mulheres negras na preservação e transmissão de saberes culturais e religiosos nas comunidades afro-brasileiras, especialmente em contextos de resistência e marginalização. A festa de Santa Efigênia, em Goiás, oferece um rico campo para investigar como a religiosidade, associada ao protagonismo feminino, se tornou uma forma de resistência frente aos processos históricos de opressão e silenciamento das populações negras.
O protagonismo das mulheres negras, em particular, tem sido um tema amplamente discutido nas últimas décadas, sendo reconhecido como um componente central na luta pela preservação da identidade cultural e religiosa afro-brasileira. Autoras como Rosinalda Côrrea da Silva Simoni (2012) e Cristina Moraes (2016) enfatizam a importância da atuação das mulheres negras no fortalecimento das tradições e práticas culturais, especialmente em espaços de religiosidade, que se tornam locais de resistência contra a opressão colonial e racista. Para essas autoras, a religiosidade popular, frequentemente vista sob a ótica do sincretismo, é, na verdade, uma manifestação de resistência cultural que as mulheres negras ajudam a consolidar e perpetuar ao longo das gerações.
O estudo do protagonismo das mulheres negras em festas como a de Santa Efigênia também se insere em uma reflexão mais ampla sobre a luta contra o apagamento das contribuições das comunidades negras para a construção das práticas culturais brasileiras. Paulo Bertran (2000) e Mary Karasch (2006) destacam como, durante os séculos XIX e XX, as mulheres negras não apenas mantiveram e transmitiram as práticas religiosas afro-brasileiras, mas também desempenharam um papel fundamental na luta pela afirmação da identidade negra frente às imposições sociais e culturais externas. A pesquisa sobre as mulheres negras em Goiás, no contexto da festa de Santa Efigênia, nos permite observar como essa resistência cultural se desdobrou em práticas cotidianas e festivas, com destaque para o empoderamento feminino dentro de um espaço tradicionalmente dominado pela religiosidade católica.
Além disso, Carolina Santos (2010) e Sebastião Rios (2014) ressaltam a importância da religiosidade afro-brasileira como um instrumento de resistência política e social. As festas religiosas, como a de Santa Efigênia, são espaços onde as mulheres negras atuam não só como mantenedoras de tradições, mas também como líderes espirituais e políticas em suas comunidades. Este protagonismo feminino em ambientes de resistência religiosa se configura como um aspecto crucial na análise da luta contra a marginalização e o racismo, e no fortalecimento da identidade das populações negras.
Talita Viana (2019), Leila González(2020), Ana Maria Gonçalves(2006) e Abdias Nascimento(1978), Djamila Ribeiro (2019) e outros autores contribuem para a compreensão das práticas culturais como um ponto de resistência diante das pressões do racismo estrutural, sublinhando a importância das mulheres negras na construção de espaços de afirmação e visibilidade. O estudo da Festa de Santa Efigênia, portanto, não só ilumina o papel das mulheres negras como protagonistas dessa celebração, mas também evidencia como suas ações contribuíram para a resist(ência cultural e religiosa ao longo de dois séculos, consolidando as bases de uma identidade afro-brasileira resiliente.
Essa pesquisa se justifica, portanto, pela necessidade de ampliar o entendimento sobre o papel central das mulheres negras na construção e manutenção das tradições religiosas e culturais, destacando a importância da Festa de Santa Efigênia como um espaço de resistência, de preservação de saberes ancestrais e de empoderamento feminino. Ao aprofundar esse estudo, busca-se contribuir para uma análise mais rica e detalhada sobre as práticas de resistência e a religiosidade negra em Goiás nos séculos XIX e XX, ampliando os debates sobre o protagonismo feminino na história da resistência negra no Brasil.
Nome | Função no projeto | Função no Grupo | Tipo de Vínculo | Titulação Nível de Curso |
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GABRIELA SILVA CARVALHO
Email: carvalho.g705@gmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |
JOSE LUIZ DE CASTRO
Email: castrojluiz@yahoo.com.br |
Pesquisador | Pesquisador | [professor] | [doutor] |
KARINE MARQUES RODRIGUES TEIXEIRA
Email: karinemrt@yahoo.com.br |
Pesquisador | Estudante | [externo, aluno] | [mestre, null] |
ROSEMARY FRANCISCA NEVES SILVA
Email: rosemarynf@gmail.com |
Coordenador | Líder | [professor] | [doutor] |
VERONNICA TELES DOS SANTOS SILVA
Email: veteles03051818@hotmail.com |
Pesquisador | Estudante | [aluno] | [null] |