A mortalidade é um indicador essencial para compreender as condições de saúde de uma população, fornecendo subsídios para a formulação de políticas públicas mais eficazes. No Brasil, as causas de mortalidade refletem desigualdades socioeconômicas e variações no acesso a serviços de saúde, especialmente em um cenário amplificado pelos impactos da pandemia de Covid-19. Este estudo tem como objetivo analisar as tendências temporais da mortalidade por diversas doenças, no Brasil, entre 2014 e 2023, com foco em condições como doenças infecciosas e parasitárias, neoplasias, doenças do sistema nervoso, e doenças dos aparelhos circulatório, respiratório, digestivo e geniturinário. A metodologia do projeto envolve a exploração de bancos de dados públicos contendo informações epidemiológicas de mortalidade, a aplicação de técnicas de análise de séries temporais e estatísticas inferenciais para identificar tendências e variações regionais e sociodemográficas, e a projeção de cenários futuros. Os resultados esperados incluem: explorar os bancos de dados públicos com informações de mortalidade; realizar comparações epidemiológicas relevantes entre as diferentes variáveis e causas de morte analisadas; ampliar o conhecimento sobre os aspectos epidemiológicos de diversas doenças, contribuindo para a formação científica de alunos da Medicina e de outros cursos de graduação da PUC Goiás e para a comunidade científica em geral; e divulgar os achados em congressos científicos, como o Congresso de Ciência, Tecnologia e Inovação da PUC Goiás, e por meio de artigos em revistas científicas indexadas. Essas análises não apenas possibilitarão compreender os impactos da pandemia de Covid-19, mas também subsidiarão intervenções em saúde pública voltadas à redução das desigualdades e à melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

Objetivo Geral

Avaliar os aspectos epidemiológicos de mortalidade de diversas doenças, no Brasil, nos últimos 10 anos.

Objetivos Específicos

• Realizar análise epidemiológica dos casos de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias, no Brasil, no período de 2014 a 2023;
• Realizar análise epidemiológica dos casos de mortalidade por neoplasias, no Brasil, no período de 2014 a 2023;
• Realizar análise epidemiológica dos casos de mortalidade por doenças do sistema nervoso, no Brasil, no período de 2014 a 2023;
• Realizar análise epidemiológica dos casos de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, no Brasil, no período de 2014 a 2023;
• Realizar análise epidemiológica dos casos de mortalidade por doenças do aparelho respiratório, no Brasil, no período de 2014 a 2023;
• Realizar análise epidemiológica dos casos de mortalidade por doenças do aparelho digestivo, no Brasil, no período de 2014 a 2023;
• Realizar análise epidemiológica dos casos de mortalidade por doenças do aparelho geniturinário, no Brasil, no período de 2014 a 2023.

O estudo da mortalidade é fundamental para a compreensão dos padrões de saúde e da qualidade de vida das populações. A análise de tendências de mortalidade e das causas subjacentes das mortes oferece informações cruciais para o planejamento e a implementação de políticas públicas voltadas para a promoção da saúde e a redução de óbitos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mortalidade, junto com a morbidade, é um dos principais indicadores utilizados para monitorar a situação de saúde de uma população e para a avaliação de programas de saúde pública (WHO, 2020). Esses dados são fundamentais para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e para a alocação adequada de recursos na área da saúde (Pereira et al., 2019).

A pesquisa proposta, focada na análise das tendências de mortalidade por doenças diversas, no Brasil, busca preencher uma lacuna na literatura ao analisar, de maneira abrangente, as principais causas de morte no país ao longo de uma década, abordando: doenças infecciosas e parasitárias, neoplasias, doenças do sistema nervoso, doenças do aparelho circulatório, respiratório, digestivo e geniturinário. Essas doenças, por sua vez, são responsáveis por grande parte dos óbitos, no Brasil e em outros países, refletindo a complexidade dos desafios enfrentados pelos sistemas de saúde no combate às principais causas de mortalidade (Vasconcelos et al., 2021). O estudo das tendências temporais dessas doenças é de extrema importância, pois permite identificar padrões de crescimento ou redução da mortalidade, o que pode fornecer subsídios para a priorização de políticas de saúde pública e intervenções específicas em grupos de risco.

A análise de doenças infecciosas e parasitárias, por exemplo, continua a ser um tema relevante, especialmente em contextos de epidemias ou pandemias, como evidenciado pelo impacto da Covid-19 nas taxas de mortalidade nos últimos anos (Ferreira et al., 2021). Além disso, as neoplasias, que incluem os cânceres, têm sido uma das principais causas de morte no Brasil, com uma crescente tendência de aumento devido ao envelhecimento populacional e ao aumento da exposição a fatores de risco (Souza et al., 2019). A compreensão da mortalidade associada a essas condições é essencial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e de controle de doenças crônicas não transmissíveis.

Outro fator importante é a análise das doenças do sistema nervoso e do aparelho circulatório, que também têm mostrado tendências alarmantes, especialmente entre a população idosa. Doenças, como AVC e doenças cardiovasculares, estão entre as principais causas de morte, no Brasil, sendo amplamente influenciadas por fatores, como: estilo de vida, alimentação inadequada, sedentarismo e questões socioeconômicas (Lima-Costa et al., 2003). A mortalidade por doenças respiratórias e digestivas também merece destaque, especialmente em virtude das elevadas taxas associadas a infecções respiratórias e doenças crônicas, como a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), que resultam em altos custos para os sistemas de saúde.

Estudos epidemiológicos sobre mortalidade são essenciais para a elaboração de políticas públicas mais assertivas, que considerem a diversidade das doenças, a distribuição geográfica e as particularidades de grupos etários, sexos, raças e outras variáveis que podem influenciar os dados de mortalidade (Vasconcelos et al., 2021). Além disso, análises de tendências temporais, como o uso de modelos de séries temporais (como o ARIMA), ajudam a prever o comportamento futuro das taxas de mortalidade, permitindo uma preparação mais adequada do sistema de saúde.

Por fim, a realização deste estudo contribuirá para o fortalecimento das políticas de saúde pública, no Brasil, fornecendo dados valiosos para gestores, profissionais da saúde e pesquisadores que atuam na área, com o objetivo de reduzir as taxas de mortalidade e promover a saúde da população brasileira. A utilização de dados de sistemas, como o TabNet, do DATASUS, permite que a pesquisa se baseie em informações confiáveis e de acesso público, garantindo a transparência e a relevância dos resultados para a sociedade.