Pesquisa com o objetivo de estimar a prevalência de sintomas álgicos osteomusculares, o risco cardiometabólico, a aptidão cardiorrespiratória, a composição corporal, as capacidades motoras, a saúde e a funcionalidade e avaliar os efeitos de dois diferentes programas de exercícios resistidos em adultos e idosos de ambos os sexos. Trata-se de um estudo de intervenção do tipo ensaio clínico controlado randomizado. A coleta de dados contemplará o levantamento de informações sociodemográficas, avaliação de saúde e funcionalidade (deficiência), bem-estar, prevalência de sintomas álgicos osteomusculares, estimativa do risco cardiometabólico, avaliação das capacidades motoras (força, resistência, flexibilidade e mobilidade), composição corporal e aptidão cardiorrespiratória. Os programas de intervenção consistirão na aplicação de dois diferentes programas de exercícios resistidos, um periodizado de forma linear e outro periodizado de forma ondulatória. Como critérios de inclusão serão considerados: ter 18 anos ou mais; estar inscrito nas atividades do estágio supervisionado do curso de bacharelado em Educação Física nos semestres destinados à intervenção e coleta de dados; e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Como critérios de exclusão do estudo serão considerados: voluntários com idade inferior a 18 anos; voluntários que possuam alterações neurológicas que afetem o sistema musculoesquelético; voluntários que apresentem algias traumáticas na coluna e membros que limitem a intervenção e coleta de dados; aqueles que não concordarem em assinar o TCLE; e membros da comunidade que não estejam inscritos nas atividades do estágio supervisionado nos semestres destinados à intervenção e coleta de dados. Palavras-chave: Adultos. Idosos. Exercício resistido. Qualidade de vida. Saúde.

Objetivo geral

Traçar o perfil relacionado à saúde e funcionalidade, identificar a prevalência de sintomas álgicos osteomusculares, o risco cardiometabólico, a aptidão cardiorrespiratória, a composição corporal, as capacidades motoras e avaliar os efeitos de dois diferentes programas de exercícios resistidos em adultos e idosos de ambos os sexos.

Objetivos específicos

• Avaliar a saúde e a funcionalidade (deficiência) com base no instrumento da Organização Mundial da Saúde (WHODAS 2.0);
• Identificar a prevalência de sintomas álgicos osteomusculares;
• Estimar o risco cardiometabólico através de indicadores antropométricos e da pressão arterial;
• Estimar a aptidão cardiorrespiratória e a composição corporal;
• Avaliar as capacidades motoras de força, resistência, flexibilidade e mobilidade;
• Avaliar os efeitos do programa de exercícios resistidos periodizado linear nas variáveis do risco cardiometabólico, na prevalência de sintomas álgicos osteomusculares, na aptidão cardiorrespiratória, composição corporal, capacidades motoras e saúde e funcionalidade;
• Avaliar os efeitos do programa de exercícios resistidos periodizado ondulatório nas variáveis do risco cardiometabólico, na prevalência de sintomas álgicos osteomusculares, na aptidão cardiorrespiratória, composição corporal, capacidades motoras e saúde e funcionalidade;
• Verificar se existe diferença no risco cardiometabólico, na prevalência de sintomas álgicos osteomusculares, na aptidão cardiorrespiratória, composição corporal, capacidades motoras e saúde e funcionalidade entre os voluntários do sexo masculino e feminino;
• Verificar se existe diferença no risco cardiometabólico, na prevalência de sintomas álgicos osteomusculares, na aptidão cardiorrespiratória, composição corporal, capacidades motoras e saúde e funcionalidade entre os programas de exercícios resistidos periodizado linear e periodizado ondulatório.

O estudo se justifica, pois pesquisas reforçam os benefícios do treinamento resistido para idosos. Nogueira e Moura et al. (2022) analisaram o impacto da obesidade abdominal em 418 indivíduos de 70 anos em média, evidenciando que a Relação Cintura-Quadril (RCQ) e a Circunferência da Cintura (CC) estão associadas a maior mortalidade por todas as causas e, especificamente, por doenças cardiovasculares. Mancini et al. (2022), ao investigarem idosos institucionalizados, identificaram que a baixa capacidade funcional foi influenciada por idade avançada, menor nível de atividade física e maior Índice de Massa Corporal (IMC).

Outros estudos destacam intervenções bem-sucedidas. Schiavoni et al. (2017) demonstraram que o TR tradicional pode reduzir significativamente a pressão arterial sistólica em idosos, mesmo em períodos curtos (<12 semanas). Richardson et al. (2018) identificaram que exercícios de baixa velocidade e alta carga realizados duas vezes por semana promovem melhorias no desempenho funcional e na força muscular em idosos ativos.

Além disso, Brunoni et al. (2015) avaliaram os efeitos do TR baseado na percepção de esforço em mulheres idosas, observando redução nos sintomas depressivos e melhora na qualidade de vida, especialmente em aspectos como vitalidade, capacidade funcional e saúde mental.

Kirk, Steele e Fisher (2024), em sua revisão sistemática e meta-análise com 17 estudos sobre o impacto do treinamento resistido realizado exclusivamente com máquinas na força muscular e na capacidade funcional de adultos mais velhos, descobriram que houve melhora significativa nos testes funcionais, indicando benefícios consideráveis para tarefas cotidianas, como mobilidade e equilíbrio, bem como, verificaram melhoras significativas na força. O treinamento com máquinas foi considerado seguro e menos complexo, com menos riscos de lesões comparado a métodos como pesos livres. A simplicidade do método foi destacada como uma vantagem para adesão por adultos mais velhos. Variáveis como frequência, duração, volume e intensidade de treinamento diferiram entre os estudos, mas os resultados positivos foram consistentes.

O American College of Sports Medicine (ACSM) enfatiza o papel do exercício resistido (ER) como complementar ao exercício aeróbio, reconhecendo seus benefícios equivalentes para a saúde e sua importância no envelhecimento saudável (Phillips; Jasmin; Rawson, 2023). Assim, estudos de intervenção que investiguem diferentes programas de exercícios resistidos em adultos e idosos são essenciais para compreender seus impactos na saúde cardiorrespiratória, física e funcional dessa população.