Introdução: a obesidade é considerada uma epidemia mundial. São considerados obesos graves aqueles que tem IMC ¿ 35 kg/m², associado ao pontos de corte de Circunferência da Cintura (CC) maior que 88 centimetros para mulheres e 102 centimetros para homens. Os obesos graves tem deficiência de vitamina D entretanto os fatores associados a essa deficiência são pouco estudados. Objetivo: avaliar os fatores associados à deficiência de vitamina D em obesas graves. Método: trata-se de um estudo transversal analítico que será realizado com 127 obesas graves atendidas no Ambulatório de Obesidade Grave do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. Foram realizados: aferição de peso e cálculo do IMC, coleta de sangue em jejum e a realização Densitometria por emissão de raios x de dupla energia (DXA). A variável de desfecho será o nível de vitamina D. As análises estatísticas serão realizadas com o Software Stata/SE 14.0. Será realizada análise descritiva e as análises bi e multivariada para associações, considerando como significativo p<0,05. Projeto de pesquisa já aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Goiás, sob número de parecer 747.792/2014 (ANEXO B). Resultados esperados: espera-se com esta pesquisa esclarecer os fatores associados à obesidade grave propiciando atendimento mais assertivo para esta população. Além disso, esse projeto permitirá aproximação de pesquisadores de diversas áreas e instituições.

Objetivo geral

- Avaliar os fatores associados à deficiência de vitamina D em obesas graves.

Objetivos específicos

- Comparar os níveis séricos de vitamina D segundo as variáveis sociodemográficas e clínicas;

- Descrever os níveis séricos de vitamina D segundo sexo, idade e composição corporal;

- Analisar a associação da composição corporal com a vitamina D.
 

        A obesidade grave tem sido estudada ao longo dos anos, especialmente por estar relacionada a alterações metabólicas, nutricionais e morbidades como a hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes mellitus dentre outras desordens (ZANG et al., 2002; VIGILI et al., 2002).
Obesos graves são mais propensos a déficit de micronutrientes (vitaminas) por apresentarem uma composição corporal que dificulta a disponibilidade desse nutriente no organismo, em especial a vitamina D (HOLICK, 2007).
        A vitamina D está relacionada a mineralização óssea e déficits desse nutriente estão associados com o desenvolvimento de doenças não ósseas: doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, neoplasias, diabetes, esclerose múltipla, doenças infecciosas, dentre outras. Essa vitamina é captada no intestino e nos ossos, assim como no cérebro, próstata, mama, cólon e outras regiões anatômicas. Portanto, valores sanguíneos recomendados, são importantes para a manutenção da boa saúde (HOLICK, 2007; WANG, 2010; HOLICK, 2011).
        A deficiência de vitamina D pode levar ao desenvolvimento de uma série de distúrbios cardiometabólicos como as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e síndrome metabólica (STOKIC et al., 2014).  
        Essa deficiência pode ser mais frequente em obesos graves pois uma há   relação inversa entre os indicadores antropométricos: massa corporal, IMC e percentual de gordura com os níveis de vitamina D (STOKIC et al., 2014) e associação da distribuição do tecido adiposo e os níveis séricos da vitamina D (CEGLIA et al., 2015).
São apontados como fatores causadores de menores concentrações de vitamina D em obesos:  a diminuição da biossíntese pela baixa exposição solar e fatores secundários, como inatividade física ou falta das atividades rotineiras ao ar livre (WORTSMAN et al., 2000).
        Estudos realizados nos Estados Unidos da América (EUA) entre os anos de 2001 a 2006, demonstraram que cerca 1/3 da população apresentava hipovitaminose D (HOLICK, 2011; LOOKER et al., 2011).
        As causas da hipovitaminose são diversas, sendo a ingesta inadequada, exposição solar insuficiente, obesidade e síndrome metabólica apontadas como fatores determinantes (ZHANG et al.; 2016; MUNN et al., 2016).
        Indivíduos menos expostos ao sol diariamente possuem risco aumentado para desenvolver um deficit de vitamina D (METCALFE, 2008). Por outro lado, não há um consenso de recomendação sobre o tempo estimado de exposição solar, embora se saiba que para ativação suficiente de vitamina D, se faz necesserário conhecer a quantidade de área exposta ao sol. Outro fator determinante de continuidade para a obtenção desse nutriente é fortemente influenciado pela pigmentação da pele (WINTERMEYER et al., 2016).
        Pesquisas realizadas tanto em países desenvolvidos (DICKER et al., 2008; MAKI et al., 2012; AGARWAL et al., 2015) quanto em países em desenvolvimento (CEPEDA-LOPES; MELSE-BOONSTRA, 2011; GONZÁLEZ et al.; 2013), demonstraram que há uma relação entre o consumo alimentar insuficiente de micronutrientes (vitamina D) com a obesidade. Logo, os fatores que causam hipovitaminose D em obesas graves ainda não estão esclarecidos.